domingo, 20 de março de 2016

     LUTO     

Comunico aos leitores e, especialmente, aos seguidores e colaboradores do Democracia & Política que estou de Luto pelo falecimento de meu companheiro de uma vida inteira. No momento, não tenho condições de dizer quando retomarei a atualização. 

sexta-feira, 18 de março de 2016

NOVO GRAVE ESCÂNDALO ATINGE LULA!



                   Roupas de Lula

À esquerda, o barco de fibra batizado "Lula e Marisa"


[OBS deste blog 'democracia&política':

MÍDIA REVELA BOMBASTICAMENTE NOVO GRAVE ESCÂNDALO QUE FULMINA LULA! 

EM SUÍTE DO SÍTIO, PERITOS DA PF ENCONTRAM ROUPAS ÍNTIMAS DE LULA E TOALHA BORDADA "LULA E MARISA"! 


Novo escândalo foi divulgado pelo portal tucano UOL do grupo tucano "Folha" e também ontem e hoje em grandes reportagens do "Jornal Nacional" e do "Bom Dia Brasil" do grupo tucano "Globo".

Vejamos: :

EM SUÍTE DO SÍTIO DE ATIBAIA, PERITOS DA PF DA EQUIPE DA LAVA-JATO ENCONTRARAM ROUPAS ÍNTIMAS DE LULA, CUECAS E CAMISETAS, TOALHAS BORDADAS COM OS DIZERES "LULA E MARISA" E ATÉ UM PEQUENO BARCO DE FIBRA TAMBÉM BATIZADO COM O NOME DO CASAL!

Para a Lava-Jato e a Globo, isso prova que Lula comprou o sítio, ou pensou em comprá-lo (pois acharam no apartamento de Lula uma minuta incompleta e não-assinada de contrato de compra e venda), ou então Lula e D. Marisa lá estiveram repetidamente! 

Para dizer a verdade, não entendi nada. Nem qual é o crime, nem o espírito da coisa. Mas, pelo voz solene, pelas caras, bocas e gestos que os apresentadores do Jornal Nacional fizeram e pelos tempos de televisão dedicados a revelar esse escândalo, deve ser crime gravíssimo, fora da minha compreensão, que exige a destituição de Dilma, a destruição de Lula para que ele não se candidate em 2018 e a imediata recolocação da direita (isto é, do grande capital financeiro) novamente no pleno poder no Brasil. 

Vejamos a seguir o texto do portal UOL]:

"Peritos encontram objetos de Lula e familiares em sítio de Atibaia

"O laudo da Polícia Federal (PF) sobre o sítio em Atibaia, interior de São Paulo, divulgado na quinta-feira (17), aponta que, na propriedade, foram encontrados diversos objetos do ex-presidente Lula e de seus familiares. Desde cartões, bilhetes pessoais, roupas e toalhas com o nome do casal bordado, até de cremes manipulados em nome da ex-primeira dama Marisa Letícia.

A SUSPEITA SUÍTE 01

Foram identificados inúmeros objetos pessoais vinculados às pessoas de Luiz Inácio Lula da Silva e de sua esposa Marisa Letícia Lula da Silva. Esses objetos encontravam-se localizados, mormente, na casa principal, em especial, na suíte 01. Além dos itens acima, também foram localizados objetos pessoais vinculados aos seguranças da Presidência da República”, diz o [bombástico] documento de 67 folhas, assinado por seis peritos.

Além dos indícios do uso do sítio por Lula e a família, os peritos constataram “construções, ampliações, adaptações, reformas, instalações de itens de conforto, bem como uso de objetos decorativos personalizados, destinados às demandas específicas do ex-Presidente Lula e de sua família”.


FONTE: do portal tucano UOL do grupo tucano "Folha"  (http://paranaportal.uol.com.br/blog/2016/03/17/laudo-aponta-objetos-de-lula-e-familiares-em-sitio-de-atibaia/) [Título, legendas e trecho inicial entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

"JUIZ MORO GOLPISTA VULGAR" INCORREU EM CRIME




O que Lula disse e desesperou o Moro:

"Moro não é um juiz. É um Golpista de segunda classe"

FONTE: do portal "Conversa Afiada"  (http://www.conversaafiada.com.br/)

MORO SE JULGA ACIMA DA CONSTITUIÇÃO E DA LEI E NÃO VÊ RELEVÂNCIA NO GRAMPO E VAZAMENTO ILEGAIS


A corrupção, não tem. Mas, como todos têm visto, eu e a Lava-Jato temos!


MORO DIZ NÃO VER "RELEVÂNCIA" NO FATO DE GRAMPO E VAZAMENTO SEREM ILEGAIS

"O Juiz federal do Paraná Sérgio Moro, responsável por autorizar os grampos telefônicos contra [a Presidente Dilma e] o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse não considerar "relevante" o fato da conversa entre Lula e a presidente Dilma Rousseff ter sido interceptada duas horas após ter sido expedida a ordem judicial para que as escutas fossem interrompidas. "Entre a decisão e a implementação da ordem junto às operadoras, colhido novo diálogo telefônico, às 13:32, juntado pela autoridade policial no evento 133. Não havia reparado antes no ponto, mas não vejo maior relevância", disse o juiz em um despacho.

Do "Brasil 247"


O juiz federal do Paraná Sérgio Moro, responsável por autorizar a gravação [ilegal] e a divulgação [ilegal] dos grampos telefônicos contra [a Presidente da República e] o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse não considerar "relevante" no fato da conversa entre Lula e a presidente Dilma Rousseff ter sido feita pela Polícia Federal após ter sido expedida a ordem judicial para que as escutas fossem interrompidas.

A gravação do diálogo onde Dilma e Lula conversam sobre o envio do termo de posse do cargo de ministro-chefe da Casa Civil foi sido feita duas horas após a ordem judicial ter ordenado o cancelamento das escutas.

Por meio de um despacho, Moro diz não haver ilegalidade no fato e que os áudios interceptados serão incorporados ao processo. Ele já havia determinado anteriormente que o processo fosse remetido para o Supremo Tribunal Federal (STF), já que, uma vez empossado, Lula passa a ter foro privilegiado.

"Entre a decisão e a implementação da ordem junto às operadoras, colhido novo diálogo telefônico, às 13:32, juntado pela autoridade policial no evento 133.Não havia reparado antes no ponto, mas não vejo maior relevância. (...) Não é ainda o caso de exclusão do diálogo considerando o seu conteúdo relevante no contexto das investigações, conforme já explicitado na decisão do evento 135 e na manifestação do MPF do evento 132", destaca o texto do despacho.

Para o magistrado, "a circunstância de o diálogo ter por interlocutor autoridade com foro privilegiado não altera o quadro, pois o interceptado era o investigado e não a autoridade, sendo a comunicação interceptada fortuitamente. Ademais, nem mesmo o supremo mandatário da República tem um privilégio absoluto no resguardo de suas comunicações, aqui colhidas apenas fortuitamente, podendo ser citado o conhecido precedente da Suprema Corte norte-americana em US vs. Nixon, 1974, ainda um exemplo a ser seguido", ressaltou.[sem esclarecer por que ele ilegalmente vazou para a Globo as gravações que já sabia que eram "fortuitamente" ilegais]."

FONTE:
do portal "Brasil 247"   (http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/221559/Moro-diz-n%C3%A3o-ver-relev%C3%A2ncia-no-fato-de-grampo-ser-ilegal.htm).  [Título e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

FORTES INDÍCIOS DE GRAMPO ILEGAL DE MORO NO TELEFONE DE DILMA!




Grampo pode ter sido no telefone de Dilma

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

"As últimas jogadas indicam o seguinte:

Fator 1 – O grampo da presidente.

É o ápice da escalada da Lava Jato, que começou há cerca de um mês. Agora é o divisor de águas definitivo. A Lava Jato se despe de vez da estratégia de aparentar legalidade e exigirá uma tomada de decisão drástica não apenas do governo, mas dos órgãos superiores da magistratura e do Ministério Público.

No final do dia de quarta-feira, o juiz Sérgio Moro tentou se isentar, informando que [o grampo] foi realizado duas horas após ele ter determinado a suspensão dos grampos (http://migre.me/tfzlu). Por outro lado, as informações da "Globonews" dão conta que o próprio Moro liberou [vazou ilegalmente] as gravações [ilegais].

A alegação da Polícia Federal foi que:

Até o cumprimento da decisão judicial pela companhia telefônica, foram interceptadas algumas ligações. Encerrado efetivamente o sinal pela companhia, foi elaborado o respectivo relatório e encaminhado ao juízo competente, a quem cabe decidir sobre a sua utilização no processo".
(http://migre.me/tfAnH)

Pela primeira vez, tem-se um racha explícito na Lava Jato.

[Dois criminosos]:

Pelas explicações, conclui-se que policiais federais agiram ilegalmente (porque sem autorização do juiz) e Moro agiu ilegalmente (porque difundiu uma gravação ilegal). A versão de que a empresa de telefonia fez algumas interceptações “até o cumprimento da decisão judicial” não resiste a um teste de lógica. Se foi após a suspensão da escuta, o grampo teria que ser destruído. Em vez disso, foi divulgado!...

Abre-se espaço, portanto, para uma medida drástica do novo Ministro da Justiça Eugênio Aragão, à altura do crime cometido, detendo os policiais que cometeram o crime – e com estardalhaço para que não pairem dúvidas sobre a autoridade. Contra Moro, terão que ser tomadas as medidas judiciais cabíveis [Como ele mesmo apregoa, "ninguém está acima da lei"].


Além disso, a informação de que a Lava Jato mandou grampear também conversas de advogados é indício veemente de que se constituiu uma organização em Curitiba montada para atos criminosos.

A Lei 9.296 de 24 de julho de 1996, sobre interceptação telefônica, diz o seguinte (http://migre.me/tfAs1):

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.


Será um bom teste para medir o legalismo e a coragem dos Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Procurador Geral da República. Ou enquadra-se definitivamente Moro e a Lava Jato, ou será melhor todos voltarem para casa, gozando de uma aposentadoria sem riscos, e entregar as chaves para o Moro, e as ruas para as Forças Armadas. E respondendo perante a história pelo acirramento do clima de violência que chacoalha o país.

[GRAMPO ILEGAL DE MORO NO TELEFONE DA PRESIDENTE DA REPÚBLICA!]:

Pode ter ocorrido crime mais grave. A divulgação do grampo mostra que, antes que a ligação se complete, há a gravação de som ambiente na sala da Presidente, não a de Lula. Pode ser uma evidência de que o grampo pode ter sido feito no telefone presidencial (veja aqui o áudio).

Fator 2 – a escalada da violência.

Provavelmente, em nenhum outro período da história do país teve-se uma imprensa tão leviana, induzindo a conflitos de rua, colocando em risco vidas, estimulando o ódio, ao melhor exemplo das milícias fascistas.

Na sexta-feira [hoje] haverá a passeata pró-Lula. Independentemente das comparações com a passeata de domingo, mostrará que há polarização e que a tentativa de impeachment não passará sem reação.

Quarta-feira foi o ápice da violência, que poderá prosseguir por mais alguns dias. Mas, a não ser que irrompa uma revolução, não há como manter a mobilização permanente dos manifestantes. A não ser que outras forças entrem na parada.

Especial atenção com o Secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes. Poderá utilizar a Polícia Militar para incursões provocadoras, já que a cidade é o epicentro da radicalização. Nos últimos tempos, Moraes se revelou um Secretário de Segurança ambicioso e sem escrúpulos em relação ao uso da violência da PM.

Fator 3 – Aécio perde por WO.

Como já havíamos alertado dias atrás, Aécio Neves tornou-se disfuncional. Além de não ter envergadura para articulações políticas mais complexas, ainda tem enorme rabo preso que comprometeria qualquer jogada política fundada no moralismo e na luta contra a corrupção.

Conforme alertamos no dia 5 de março passado, no post “A Lava Jato atravessou o Rubicão” (http://migre.me/tfn4Z) a operação precisava de algum episódio que lhe devolvesse a presunção da isenção. No dia 17 de fevereiro, no post “Quem é quem no xadrez do impeachment” (http://migre.me/tfo9Z)

Aécio se tornou peça disfuncional no jogo. É imaturo, desinformado, voluntarioso, deixou passar a intenção de até demolir a economia, em busca do impeachment, e seria um desastre na presidência. É o álibi ideal para o PGR (Procuradoria Geral da República) resgatar um pouco da imagem de isenção.

Aparentemente, a implosão se deu ao largo do trabalho da PGR. Mas, de qualquer modo era previsível.

Lá atrás, se o PGR tivesse levado adiante a ação penal contra Aécio, provavelmente o quadro política não teria se radicalizado tanto quanto agora. Com Aécio fora, o jogo fica apenas entre profissionais: José Serra, Gilmar Mendes e os pontos de contato com o mercado norte-americano, como Armínio Fraga [e com o governo dos EUA. Armínio Fraga, também cidadão estadunidense, foi cogitado por Obama para presidir o FED (Banco central dos EUA).

Fator 4 – Renan, o fiel da balança.


O presidente do Senado Renan Calheiros continua sendo o fiel da balança. Sem Lula no governo, terminaria por fechar com José Serra no semiparlamentarismo. Agora, equilibra-se o jogo e poderá haver acordo com Lula, mas ainda dependendo de um conjunto de circunstâncias. E das ações imprevistas do Procurador Geral da República.


Fator 5 – O Procurador Geral da República.

Quarta-feira, a imprensa se esmerou na fabricação de factoides valendo-se da jogada manjada do “se”. Perguntam para Rodrigo Janot: “Se a delação de Delcídio contiver dados contra a presidente ela será investigada”. E Janot respondeu o óbvio: “Havendo provas, todos serão investigados”. Ai o jornal solta a manchete de que "Janot poderá investigar a presidente".

Janot ainda é uma incógnita. Nos próximos dias, se saberá definitivamente qual é a sua: se o compromisso com a legalidade e a responsabilidade institucional, ou com o confronto.

Do mesmo modo, há dúvidas de monta sobre como se comportará o STF.

Não podem ser afastados outros factoides, como os que explodiram no "Jornal Nacional" na noite de quarta-feira.

Fator 6 – A reorganização política com Lula.

Não se espere de Lula medidas econômicas heroicas. Para Lula, a economia é uma engrenagem complexa que tem que ser mexida com todo cuidado. Daí sua predileção por Henrique Meirelles, um dos mais medíocres presidentes de Banco Central da história, mas bom articulador político com o mercado.

Por outro lado, terá que criar fatos de impacto, com toda a mídia jogando contra ele. Poderá ser a indicação de um Ministério que infunda confiança na opinião pública e, ao mesmo tempo, atenda às demandas do Congresso.

Nos seus dois governos, Lula contou com a bonança econômica para distribuir recursos por políticas sociais e atender o mercado. Agora, o jogo é mais restrito.

Enfim, um desafio à altura dos melhores estrategistas, que mostrará se Lula continua o político sagaz de antes."


FONTE: escrito pelo jornalista Luis Nassif no Jornal GGN . Postado no "Blog do Miro"    (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/03/grampo-pode-ter-sido-no-telefone-de.html). [Título, imagem do google e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

FASCISMO DA GLOBO COLOCA O PAÍS EM PRÉ-GUERRA CIVIL




FASCISMO DA GLOBO COLOCA O PAÍS EM PRÉ-GUERRA CIVIL

"Concessionária de serviço público, a Globo usou seus telejornais para incitar a população a ir às ruas para tentar derrubar a presidente Dilma Rousseff na noite de quarta-feira. A Globo foi também a primeira a receber o grampo ilegal contra a presidente Dilma Rousseff divulgado pelo juiz Sergio Moro. 


Nos conflitos registrados quarta-feira, ciclistas e um casal foram agredidos "porque tinham a aparência de petistas". "Era isso que queria a Globo com a divulgação de vazamentos sem apuração e a cobertura de protestos com todos os links e câmeras dando palco para animais raivosos em bandos?", questiona o jornalista Kiko Nogueira, diretor do Diário do Centro do Mundo-DCM. Movimentos sociais devem ir às ruas em defesa da democracia e há risco de confrontos nas ruas.

Do "Brasil 247" 


Concessionária de serviço público, a Globo usou seus telejornais para incitar a população a ir às ruas para tentar derrubar a presidente Dilma Rousseff na noite de quarta-feira.

A Globo foi também a primeira a [ilegalmente] receber o grampo ilegal contra a presidente Dilma Rousseff divulgado pelo juiz Sergio Moro (leia aqui sobre a ilegalidade do grampo).

Nos conflitos registrados quarta-feira, ciclistas e um casal foram agredidos porque tinham a aparência de petistas.

"Era isso que queria a Globo com a divulgação de vazamentos sem apuração e a cobertura de protestos com todos os links e câmeras dando palco para animais raivosos em bandos?", questiona o jornalista Kiko Nogueira, diretor do DCM.

"É para isso que um juiz divulga um grampo obtido ilegalmente? A gravação da ligação de Dilma e Lula foi feita pela PF depois que ele determinou a interrupção das escutas — e mesmo assim elas foram feitas. E mesmo assim ele vazou o conteúdo. Em nome de quê? Lucas e Isadora [o casal agredido] vão recorrer a quem? À polícia? À justiça? Ao Moro? Ao Gilmar? E quando forem seus filhos?", questiona Nogueira (leia a íntegra do seu artigo).

Confira, abaixo, o vídeo da agressão:




Diversos movimentos sociais devem ir às ruas em defesa da democracia nos próximos dias e há risco de confrontos."

FONTE: do portal "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/221466/Fascismo-da-Globo-coloca-o-Pa%C3%ADs-em-pr%C3%A9-guerra-civil.htm).

DILMA REJEITA O GOLPISMO: "NÃO NOS PORÃO DE JOELHOS!"




Veja como Dilma rejeita o golpismo: não nos porão de joelhos

POR FERNANDO BRITO


"Como prometi, a segunda parte da fala de Dilma Rousseff ontem, na qual ela exibe o termo de posse de Lula enviado a ele quarta-feira, mostrando que nunca houve o que está sendo alegado, após a vilania de Sérgio Moro de divulgar o grampo feito sobre ela e Lula, ou seja, uma suposta obstrução da justiça.

“Mudaram os tempos dos verbos. Mudaram [a expressão] ‘a gente’ para ‘eles’. Ocultaram – e eu estou guardando a assinatura desse termo de posse como uma prova – que o que fomos buscar no aeroporto era essa assinatura do presidente Lula, mas não tem a minha assinatura. E, portanto, isto não é posse. (…) Porque o presidente Lula, por ter algum problema pessoal para voltar a Brasília hoje, uma vez que a dona Marisa não está bem, não viria. (…)

Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, de métodos escusos de práticas criticadas, viola princípios e garantias constitucionais, viola os direitos dos cidadãos e abre precedentes gravíssimos. Os golpes começam assim”.

A fala, que considero a melhor já feita por ela neste mandato, é dura e precisa, claro, ser seguida de atos que lhe dêem consequências.




FONTE: postado por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/veja-como-dilma-rejeito-o-golpismo-nao-nos-porao-de-joelhos/).

A MANIPULAÇÃO DE UM GRAMPO ILEGAL




A manipulação de um grampo ilegal


Por Paulo Moreira Leite, jornalista, escritor e diretor do "247" em Brasília

"Foi Willian Randolph Hearst, patrono dos impérios da mídia, construídos com audácia e nenhum escrúpulo, cuja historia inspirou a obra prima "Cidadão Kane" de Orson Welles, quem descobriu a importância da mentira para consolidar os próprios lucros e proteger interesses políticos.


No final do século XIX, depois que um encouraçado da Marinha dos Estados Unidos sofreu um atentado não esclarecido no porto de Havana, na então colônia espanhola de Cuba, Hearst abriu uma campanha nacional para conduzir o país à guerra contra a Espanha, que ajudou a transformar os EUA num império mundial. Num período em que a fotografia engatinhava e a TV não fora inventada, as ilustrações ocupavam um papel essencial no convencimento da população, que deveria ser mobilizada em manifestações e atos públicos destinados a pressionar o Congresso e o governo a favor da guerra. Enfrentando a resistência de um de seus ilustradores para produzir imagens fortes demais, falsos retratos de um inimigo que pretendia atacar de qualquer maneira, Hearst cunhou uma frase famosa: "Você fornece as imagens e eu vou fornecer a guerra."

No Brasil de 2016, a mídia grande foi à guerra contra o governo Dilma empregando os métodos de Hearst em sua versão século XXI para criar uma nova ofensiva contra as instituições que expressam o funcionamento de uma democracia construída com sacrifícios que não precisam ser lembrados aqui. Numa nova demonstração de absoluta falta de escrúpulos democráticos, valeu-se de um grampo ilegal, não autorizado, para sustentar uma versão absurda. Você sabe qual é: de que Dilma Rousseff nomeou Luiz Inácio Lula da Silva, o mais popular presidente brasileiro, para ocupar a Casa Civil, o ministério mais importante no Planalto, apenas para permitir que ele ficasse longe das investigações de Sérgio Moro. Não há uma palavra, uma frase, ao longo de todo o diálogo, que permita sustentar essa afirmação. Na conversa, Dilma apenas informa Lula que está lhe enviando o "termo de posse", documento jurídico que faz parte da documentação de todo ocupante de um cargo político. E só.

A lorota é jurídica e política. Baseia-se numa mistificação a respeito do STF, agora apontado como uma espécie de "templo da impunidade" que beneficia ricos e poderosos do país -- título discutível quando se trata, pelo menos, de acusados ligados ao Partido dos Trabalhadores. Em minha opinião, em 2012, no julgamento da AP 470, o Supremo fez mais do que julgar e condenar com severidade e rigor. Condenou um deputado sem prova de corrupção, como José Genoíno. Elevou -- isso foi admitido claramente no tribunal -- artificialmente as penas de José Dirceu para que ele fosse mantido em regime fechado. Fechou os olhos para provas e testemunhos que seriam de grande utilidade para a defesa dos réus, mantidos num inquérito à parte, número 2474, decisão que provocou protestos indignados do decano Celso de Mello. Ao mesmo tempo, enviou os acusados do PSDB para a primeira instância, na qual, até hoje, ninguém foi condenado de forma definitiva.

Comecemos pelo grampo que exibe uma conversa Lula x Dilma, que acumula várias ilegalidades e, desde o primeiro momento, deveria ser tratado como crime. O grampo não poderia ter sido realizado para registrar uma conversa ocorrida as 13h20 de ontem. Isso porque, duas horas antes, o juiz Sérgio Moro havia determinado que as interceptações telefônicas de Lula deveriam ser suspensas, já que ele [Lula] iria assumir a Casa Civil, passando a ser investigado sob controle do ministro Teori Zavaski, do STF. Há até uma documentação da PF demonstrado que a orientação chegou aos canais competentes, não havendo razão para que não fosse cumprida. Mesmo assim, a gravação prosseguiu para um prazo não autorizado, como uma típica escuta clandestina que ninguém tem o direito de fazer, muito menos uma autoridade policial. Isso não era uma suspeita. Era um flagrante.

Em segundo lugar, o próprio Sérgio Moro decidiu quebrar o sigilo do material, o que é discutível, do ponto de vista da postura isenta que se espera do Judiciário, e lamentável, quando se recorda a circunstância em que o grampo Lula x Dilma fora obtido.

Antes de mais nada, caberia investigar exatamente o que aconteceu, já que uma ordem para interromper o grampo não foi cumprida. Comprovada a irregularidade, a prioridade é saber como e por que se produziu um grampo ilegal -- o que torna a divulgação posterior especialmente imprópria, escandalosa.

Para complicar, o áudio contém indícios que mostram que é possível que tenha sido registrada uma conversa que a Polícia Federal não está autorizado a gravar. O som ambiente sugere que a ligação pode ter partido de um telefone de Dilma para um telefone de Lula. O óbvio: nenhum policial está autorizado a grampear o número da presidente, nem com autorização de um juiz de primeira instância. É preciso autorização expressa do Superior Tribunal Federal. Para várias pessoas que tiveram acesso ao áudio, o ruído de discagem e vozes posteriores mostram que ela era o alvo daquele grampo.

Seguindo a escola de Hearst, a noite foi pródiga em jornalistas fazendo caretas, biquinhos, olhares arregalados. A orientação óbvia da TV Goebbels era dramatizar, numa reprodução fiel do comportamento dos ilustradores do século XIX, fornecedores de imagens para quem iria fornecer a guerra. O psicodrama, destinado a alimentar um irresponsável sensacionalismo eletrônico, autoritário e policialesco, prolongou-se pela noite, gerando uma profecia que se autorrealiza pelas ruas de São Paulo. Era preciso fazer o grampo dizer aquilo que ele não dizia.

O esforço para sufocar o governo Dilma encontra-se perto de seu ponto máximo, que se obtém no momento em que o adversário perde a capacidade de se mover. Ontem, retirou-se do governo o direito à palavra.

O capítulo final está longe de ter sido escrito, porém. É o que demonstra a honrada demonstração de resistência de intelectuais na PUC paulista, quarta-feira à noite. É o que confirmam os preparativos para os protestos desta sexta-feira 18, que avançam em volume e articulação. Só em São Paulo, a previsão é de que 500 ônibus serão fretados.

Os jovens e velhos do futuro irão estudar, examinar e discutir as jornadas que vivemos hoje. O país vive um desses momentos em que há vergonha no presente, mas pode haver glória no horizonte.

O patrono Randolph Hearst, cujas mentiras lhe permitiram construir um império de 30 jornais e um bom pacote de revistas, nunca escondeu o desprezo que sentia pela população que consumia suas mentiras. Sua máxima era simples e clara: "ninguém perdeu dinheiro investindo na baixa inteligência dos leitores."


FONTE: escrito por Paulo Moreira Leite, jornalista, escritor e diretor do "247" em Brasília   (http://www.brasil247.com/pt/blog/paulomoreiraleite/221499/A-manipula%C3%A7%C3%A3o-de-um-grampo-ilegal.htm)

OBSERVAÇÃO: a página seguinte contém postagens também realizadas hoje (18/03)

SERGIO MORO, UMA TOGA A SERVIÇO DO GANGSTERISMO E DO FASCISMO




Sérgio Moro: uma toga a serviço do gangsterismo e do fascismo

Por JEFERSON MIOLA, integrante do Instituto de Debates, Estudos e Alternativas de Porto Alegre (Idea), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial

"Iludem-se aqueles que dizem que a luta de classes acabou. Ela segue bem vigente, e adquire formas e métodos fascistas no Brasil. O sistema político brasileiro está de pernas pro ar. Quem dá as cartas não é o governo ou a oposição; não é o sistema político, mas sim o condomínio jurídico-midiático-policial.

Prova disso é que os políticos que tiraram proveito das manifestações golpistas de 13 de março foram justamente os principais cães fascistas: o Senador Ronaldo Caiado e o Deputado Jair Bolsonaro, dois outsiders do sistema; enquanto Alckmin, Aécio, Serra et caterva foram vaiados.

Aliás, Jair Bolsonaro é aquele Deputado que foi informado com antecedência pela força-tarefa da Lava Jato sobre o sequestro do Lula dia 4 de março, e esperava em Curitiba, com um foguetório preparado, o jatinho da Polícia Federal trazendo Lula preso.

O condomínio jurídico-midiático-policial, integrado por setores do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da mídia hegemônica – com a Rede Globo à frente – é a inteligência estratégica do golpe engendrado contra as conquistas democrático-populares. E é financiado pelo grande capital e serviços estrangeiros de governo, que usam ONGs e movimentos suspeitos como fachada.

Quarta-feira, 16 de março, o metódico e calculista Sérgio Moro não se aguentou; sua frieza siberiana foi abalada com a nomeação de Lula para a Casa Civil do governo Dilma. E por que isso? Simplesmente porque Moro sabe que, à parte o proselitismo cínico de que Lula quer ter foro privilegiado, na verdade a presença de Lula na condução do governo representa uma possibilidade real de estancar o golpe.

O condomínio jurídico-midiático-policial entrou em pânico com o fato novo que pode alterar o curso dos acontecimentos em favor da legalidade, da democracia e das conquistas democrático-populares: Lula governando o Brasil com Dilma.

Esse movimento no tabuleiro de xadrez obrigou Sérgio Moro a despir o disfarce de Juiz para vestir a camiseta preta do fascista em estado bruto.

Numa cartada de alto risco, que pode inclusive comprometer sua própria carreira no Judiciário, Sérgio Moro vestiu a carapuça do gângster, de um bandido, e deixou exposto o crime que cometeu: ele interceptou ilegalmente o telefone da Presidente Dilma.

Ele gravou e bisbilhotou a comunicação da Presidente da República. Esse é um caso inédito na história do Brasil, e talvez seja um caso inédito no mundo inteiro: um juiz que exorbita da sua função constitucional e atua como um justiceiro, movido por ódio político e ideológico.

A Rede Globo, conglomerado implicado com as páginas mais sombrias da ditadura no Brasil, incensou esse crime cometido pelo personagem obscuro que veste toga. Para destruir Lula e Dilma, a Globo se associa a um criminoso. Aliás, como sempre fez em toda sua trajetória. Brizola tinha razão: para saber o que é o melhor para o Brasil, basta observar a posição da Rede Globo e adotar o caminho oposto.

A atitude criminosa do Moro deve ser levada à consideração do STF, do Conselho Nacional de Justiça e à Corte Interamericana de Direitos Humanos. É uma barbaridade, um atentado à ordem democrática que não pode ficar impune.

É ilusão pensar que a atitude criminosa do Moro é o teto da ação terrorista e fascista que será empreendida para destruir Lula, Dilma, o PT e o conjunto da esquerda.

Essa atitude criminosa do Moro é o piso; não é o teto; é a base a partir da qual eles organizam o combate encarniçado para enterrar as conquistas democrático-populares inauguradas em 2003 com o Presidente Lula. Eles vão desfechar muitas outras ações terroristas desse quilate para pior.

Eles têm ódio do Lula porque têm ódio do povo. Para eles, é insuportável ver o povo simples, negro e humilde viajando nos mesmos aviões que eles e frequentando as mesmas universidades que seus filhinhos mimados frequentam.

Contra os fascistas e sua vilania, só a luta tenaz. A história do Brasil é pródiga em demonstrar que aqueles que resistiram e enfrentaram o fascismo venceram; e que aqueles que, ou foram ingênuos, ou desistiram, foram esmagados. Getúlio não ouviu a recomendação de Tancredo Neves, o avô do fascista Aécio e, ao invés de mirar o revólver em direção à oligarquia conspiradora, atirou no próprio coração. Jango, que não valorou com precisão a virulência golpista e não aceitou o apelo de resistência do Brizola, foi morrer no desterro. Brizola, ao contrário, intuindo a índole golpista, intolerante, racista e fascista da classe dominante, levantou barreiras pela Legalidade; e venceu.

Este é um momento em que ou se resiste ou se é destruído. É a democracia que está em jogo. Nenhuma concessão ao fascismo, esteja ele onde estiver: no Parlamento, no Judiciário, na Polícia Federal, no Ministério Público ou nas ruas!" 


FONTE: escrito por JEFERSON MIOLA, integrante do "Instituto de Debates, Estudos e Alternativas" de Porto Alegre (IDEA), foi coordenador-executivo do 5º Fórum Social Mundial   (http://www.brasil247.com/pt/colunistas/jefersonmiola/221542/S%C3%A9rgio-Moro-uma-toga-a-servi%C3%A7o-do-gangsterismo-e-do-fascismo.htm).

GLOBO E MORO MANDAM OS LIMITES LEGAIS ÀS FAVAS




Globo e Moro mandam os limites às favas

Por Renato Rovai, em seu blog:

"As 'Organizações Globo' e o juiz Sérgio Moro assumiram a guerra contra Lula e Dilma como uma questão de honra. E lançaram todos os limites institucionais e legais na lata do lixo.

Com a posse de Lula, eles perceberam que as coisas poderiam mudar.

A bolsa subiu, o dólar caiu e não foram poucos os sinais de partidos políticos de que se poderia retomar a conversa da governabilidade em outro tom.

Mas aí o juiz Sérgio Moro divulga, de forma ilegal segundo juristas, grampos do telefone do ex-presidente Lula, incluindo o de uma conversa realizada quarta-feira com a presidenta Dilma.

E a "Globo" transforma essas conversas, onde o ex-presidente fala merda, porra e puta que o pariu e ri de frases bobas do prefeito do Rio de Janeiro, na maior crise política de todos os tempos.

Mas não é só isso.

A emissora, desde o final da tarde, passou a agitar duas manifestações, uma na Avenida Paulista e outra na frente do Palácio do Planalto.

O esquenta desses atos foi realizado pela "GloboNews" para que as cenas pudessem ser divulgadas e ampliadas no "Jornal Nacional".
Durante toda a programação do JN, Bonner chamava os repórteres que estavam nesses locais. E mesmo com toda a força que fizeram, os atos começaram e terminaram o programa do mesmo tamanho. Como não deu certo, eles continuavam a convocação no intervalo da novela das 21h

Não foi pouca coisa o que a "Globo" e o juiz Sérgio Moro fizeram quarta-feira.

Eles arriscaram literalmente tudo.

Para se ter uma ideia da gravidade da decisão de Moro, quando o ministro Teori Zavascki, do STF, recebeu as gravações que incriminavam Delcídio, antes de tomar qualquer decisão ele chamou os seus pares do Supremo para conversar. E só depois de obter a concordância deles, autorizou a prisão do senador.

E ainda só depois disso, divulgou o material para a imprensa.

Moro tinha um áudio de uma conversa com a presidenta da República que aconteceu quarta-feira à tarde. E divulgou tudo na própria tarde. Para um único veículo de comunicação, a "Globo".

Sem ouvir ninguém.

Essa ousadia de Moro é algo sem comparação na história.

Se isso passar incólume, será difícil seguir em frente.

O que aconteceu quarta-feira de grave não foram as merdas e porras que o Lula falou nos grampos vazados. Mas as brechas que essa irresponsabilidade de Moro abrem para uma ditadura midiático-judicial.

Se nada for feito, qualquer juiz com holofotes e proteção da mídia pode fazer o que bem entender. Como alguns, diga-se, já têm feito.

E isso não é democracia.

Isso é uma forma de fascismo."


FONTE: escrito pelo jornalista Renato Rovai, em seu blog . Postado no "Blog do Miro"   (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/03/globo-e-moro-mandam-os-limites-as-favas.html#more).

MORO INSTAURA A BARBÁRIE PENAL NO PAÍS




Moro instaura a barbárie penal no país

Por Miguel do Rosário

"Mais um crime de Moro: quebrou sigilo profissional de conversas entre Lula e seu advogado.

É a barbárie, a ditadura.

PRERROGATIVA DO DEFENSOR

Moro quebra sigilo profissional de advogado de Lula e divulga grampos

Por Marcos de Vasconcellos e Leonardo Léllis, no Conjur.

"O juiz federal Sergio Moro divulgou conversas telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recém-empossado ministro da Casa Civil, com a presidente Dilma Rousseff e tornou público os diálogos de Lula com seu advogado Roberto Teixeira. Nesta quinta-feira (16/3), Moro suspendeu o sigilo do inquérito que investiga Lula, dando acesso a grampos feitos em aparelhos do ex-presidente e de seu defensor.

Moro diz não identificar relação profissional entre Lula e seu advogado.

Teixeira é conhecido como advogado de Lula desde os anos 1980. No entanto, Moro diz, em sua decisão: "Não identifiquei com clareza relação cliente/advogado a ser preservada entre o ex-presidente e referida pessoa [Roberto Teixeira]". Como exemplo, o juiz aponta que Teixeira não está listado como advogado em um dos processos de Lula na Justiça Federal do Paraná. Ele ignora o fato de constar na mesma ação o nome do advogado Cristiano Zanin Martins, sócio de Teixeira no escritório.

O responsável pela operação "lava jato" na 13ª Vara Federal de Curitiba diz que "há indícios do envolvimento direto" de Teixeira na aquisição do sítio em Atibaia (SP), que é alvo de investigações, "com aparente utilização de pessoas interpostas". O juiz federal se justifica: "Se o próprio advogado se envolve em práticas ilícitas, o que é objeto da investigação, não há imunidade à investigação ou à interceptação".

Prerrogativa profissional

A inviolabilidade da comunicação entre advogado e cliente está prevista no artigo 7º do Estatuto da Advocacia. Segundo a norma, é um direito do advogado "a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia".

Cristiano Martins, sócio de Teixeira e também advogado de Lula, afirma que a interceptação e divulgação de conversas entre cliente e advogado "é de uma gravidade sem precedentes". Ele lembra que Moro já tem um histórico de monitorar advogados e já havia sido advertido pelo Supremo Tribunal Federal.

O advogado refere-se ao fato de Moro ter sido alvo de procedimentos administrativos no Conselho Nacional de Justiça por ter determinado a gravação de vídeos de conversas de presos com advogados e por ter seguido defensores de acusados.

"Monitorar advogado significa jogar por terra a garantia ao contraditório e à ampla defesa e, também, coloca em xeque as prerrogativas profissionais e a atuação do advogado no caso. É um assunto que eu acredito que a OAB não pode se furtar a tomar todas as providências cabíveis", diz Martins.

Tumulto e clamor social

Já a divulgação de conversa de Lula com a presidente Dilma Rousseff, diz o advogado, mostra um desvio de finalidade da coleta da prova, principalmente por ter sido feita no dia em que Lula foi nomeado ministro. "Não há qualquer situação concreta que pudesse justificar esse monitoramento da parte e muito menos a publicidade que se buscou dar, com o claro intento de causar um tumulto e o clamor social absolutamente incompatível com a própria função jurisdicional".

Clique aqui para ler a decisão que levanta o sigilo do inquérito.
Clique aqui para ler a decisão que determina a quebra do sigilo telefônico do advogado Roberto Teixeira."

FONTE: escrito por Marcos de Vasconcellos e Leonardo Léllis, no Conjur . Transcrito por Miguel do Rosário e publicado no portal "Brasil 247"    (http://www.brasil247.com/pt/colunistas/migueldorosario/221548/Moro-instaura-a-barb%C3%A1rie-penal-no-pa%C3%ADs.htm).

“OPERAÇÃO LAVA CÉREBRO”




O PAÍS DA “OPERAÇÃO LAVA CÉREBRO”

Por Osvaldo Bertolino, em seu blog:

"Não se deve esperar nada de bom de um país no qual quadrilhas ganham o status de esteios da governabilidade. Entre os muitos “brasis” que compõem o nosso imenso Brasil, existe um minúsculo e poderoso país governado por grupos midiáticos que não passam em nenhum teste básico de integridade moral. Se fossem submetidos a investigações nos moldes da “Operação Lava Jato”, aplicando os mesmos métodos sem as malandragens farsescas do juiz Sérgio Moro, em uma semana teríamos exposições monumentais em praça pública de ladrões cercados de cartazes especificando os crimes de cada um.

O que existe de real e visível a léguas de distância para quem não se deixou cegar pela “Operação Lava Cérebro” desse país minúsculo recheado de mandos e desmandos, sobreposto ao Brasil de verdade, é o estardalhaço natural de quem inventa fatos – principalmente porque lhe faltam glórias próprias – para cravar seus tentáculos no tecido social de onde ele tira o tutano que lhe mantém adiposo e arrogante. Para a sua lógica política, o Brasil de verdade não pode ter processos sociais funcionando democraticamente porque isso quebraria a engrenagem do seu modus operandi.

País da maracutaia

Essa gente passou a vida, de geração em geração, trocando favores, construindo atalhos, traficando influência. Se todos os cidadãos tivessem assegurados os mesmos direitos, por meio de sistemas sólidos e funcionais, toda essa rede de relações obscuras, essa indústria da maracutaia, perderia o sentido. Se o sistema de transporte público fosse eficiente, o significado de ter um carro de luxo mudaria no país. Se os serviços de saúde púbica fossem azeitados, o fato de haver hospitais cinco estrelas seria irrelevante. Ladrões do Erário, sanguessugas dos trabalhadores e algozes da horizontalidade social, eles simplesmente abominam qualquer iniciativa política que questiona seu status quo.

Quando o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva galgou a rampa do Palácio do Planalto como presidente da República eleito em 2002, esse país da maracutaia coçou a cabeça e começou a maquinar formas de fazê-lo sair de lá, de preferência debaixo de chicote. E se possível levá-lo ao pelotão de fuzilamento ou à forca, para fazer o Brasil de verdade lembrar que no passado gente ousada como Frei Caneca e Tiradentes receberam o tratamento que se aplica aos brasileiros do andar de baixo que sonham com a liberdade e a independência. O sentido da afirmação é figurado, mas os métodos são os mesmos — tentam fuzilar a moral de Lula e enforcar sua dignidade.

Rede de esgoto

Tudo isso porque em seu governo ele deu forma definida a um anseio difuso que vinha ganhando corpo no país. Transformou-o num projeto político e nele engajou boa parte da sociedade. Óbvio que foram medidas que não passaram nem perto da superação das sequelas do patrimonialismo dessa elite, mas o Brasil atingiu um patamar de maturidade social que, se não for interrompido, fará emergir uma sociedade mais dinâmica e democrática, que não aceita o fardo da opressão e da exploração impedindo o seu progresso. Ao ampliar o escopo da democracia, Lula garantiu a eleição e a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, um passo ousado e inaceitável para o país da maracutaia.

Vivemos numa realidade tão complexa que a construção de uma simples rede de esgoto em alguma periferia ou de uma estrada asfaltada que rasga os sertões rompe ao mesmo tempo o véu das relações sociais obsoletas que temos no Brasil. E olha que são medidas meia-sola, que nem de longe ameaçam o status quo. O problema é que o governo Lula se propôs a ir além e com essas pequenas ações sociais granjeou apoio popular para temas como política externa independente, desenvolvimento econômico, planejamento, papel do Estado e integração progressista da América Latina — assuntos que ganharam espaços no panorama político e no debate ideológico.



Procuradores de escândalos


Não há dúvida de que essa é a causa da faca da mídia no pescoço de Lula, com essa campanha absolutamente cretina e hipócrita de combate à corrupção, para tentar conduzi-lo imobilizado ao matadouro. A operação casada com a “República do Paraná” do juiz Sérgio Moro – outro grupo de alta periculosidade – criou um ambiente de julgamento paralelo ao Estado Democrático de Direito, à moda de justiceiros bem ao gosto da tradição do país da maracutaia, a maior farsa política da história brasileira. Não sem motivo os narradores dessa operação costumam dizer que ela é histórica – com ênfase no “tó” – e que a transformação de denunciados em réus – com ênfase no “ré” – mostra que as “instituições” funcionam.

A verdade é que um mínimo de seriedade ao analisar o cenário criado pela mídia revela que a justiça ao arrepio da lei é ágil em casos farsescos e cágada – a sílaba tônica fica a seu critério – para explicar suas ações. Convenhamos, não se faz justiça com pé no peito e faca no pescoço. Um país democrático e civilizado – não o da maracutaia – deveria proclamar: deixem os poderes da República trabalhar e noticiemos o que eles fazem! E assim os procuradores de escândalos, os promotores de injustiças e os julgadores de farsas não teriam vez. E aí sim teríamos toda razão do mundo para clamar por justiça para todos – independente da cor ideológica de cada um. Mas rigorosamente não é disso que se trata atualmente no Brasil."


FONTE: escrito por Osvaldo Bertolino, em seu blog . Transcrito no site "Patria Latina"  (http://www.patrialatina.com.br/o-pais-da-operacao-lava-cerebro/).

MORO, GLOBO E CUNHA CONVULSIONAM O PAÍS




Moro, Globo e Cunha convulsionam o país

Da Rede Brasil Atual:

"O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) publicou na noite de quarta-feira (16), em sua página no Facebook, um texto em que acusa três “atores” de estarem trabalhando para “convulsionar” o país: o juiz Sérgio Moro, a TV Globo e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).  Segundo o parlamentar, Moro praticou gravíssimo ataque à Constituição e à ordem jurídica na tarde ao investigar a presidenta da República. “Ao mesmo tempo, ao divulgar [ilegalmente] um áudio sem qualquer conteúdo ilegal, agravou o clima de conflito no país.

A Operação Lava Jato interceptou uma ligação telefônica entre a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O áudio foi divulgado após despacho de Moro, que decidiu retirar o sigilo do processo [e dos grampos ilegais sobre a Presidente Dilma e Lula já nomeado Ministro].

Paulo Teixeira diz que, junto com Moro, há dois outros atores operando para derrubar o governo legitimamente eleito. “O presidente da Câmara Eduardo Cunha, réu em ação criminal, (que) encaminha a votação da instalação da comissão de impeachment de maneira que frauda a decisão do Supremo Tribunal Federal. E a Rede Globo que amplifica o ambiente de conflito e aposta no acirramento”, escreveu.

Teixeira conclama o povo brasileiro a “se mobilizar na defesa das instituições democráticas e se colocar em vigília, sem aceitar provocação e não entrar em conflito físico”.

Ele faz também um apelo à mais alta Corte do país: 'O Supremo Tribunal Federal deve conter os abusos do juiz Moro e paralisar o golpe parlamentar que está em andamento liderado pelo Eduardo Cunha'."

FONTE:
da Rede Brasil Atual . Transcrito no site "Patria Latina"  (http://www.patrialatina.com.br/moro-globo-e-cunha-convulsionam-o-pais/). [Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

"NÃO HÁ JUSTIÇA QUANDO AS LEIS SÃO DESRESPEITADAS"




“NÃO HÁ JUSTIÇA QUANDO AS LEIS SÃO DESRESPEITADAS”

"Durante a posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff disse que "não há justiça quando as leis são desrespeitadas, a Constituição aviltada. Não há Justiça para os cidadãos quando as garantias constitucionais da própria Presidência da República são violadas". "Se se fere a prerrogativa da presidência da República, o que se fará com os cidadãos?", questionou. Sobre o grampo divulgado quarta-feira pelo juiz Sérgio Moro, declarou: "Nós queremos saber quem o autorizou, por que o autorizou e por que foi divulgado sem que se tivesse nada que pudesse levantar qualquer suspeita sobre seu caráter republicano". Dilma denunciou ainda a "interpretação desvirtuada" do diálogo entre ela e Lula e ressaltou que "investigações baseadas em grampos ilegais não favorecem a democracia nesse país". "Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, de métodos escusos, viola princípios e garantias constitucionais, os direitos dos cidadãos e abre precedentes gravíssimos. Os golpes começam assim", ressaltou.

Do "Brasil 247"


Durante discurso na posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil, no Palácio do Planalto, na manhã de quinta-feira 17, a presidente Dilma Rousseff condenou o grampo divulgado ontem pelo juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, e sua "interpretação desvirtuada".

A gravação, feita pela PF mesmo após o juiz ter determinado a suspensão dos grampos, se tratava de uma conversa entre Dilma e Lula e foi divulgada pelo juiz para a "Globonews"[!!!...].

Dilma disse que "não há justiça quando as leis são desrespeitadas, a Constituição aviltada. Não há Justiça para os cidadãos quando as garantias constitucionais da própria Presidência da República são violadas". "Se se fere a prerrogativa da presidência da República, o que se fará com os cidadãos?", questionou a presidente.

Sobre o grampo em si, declarou: "Nós queremos saber quem o autorizou, por que o autorizou e por que foi divulgado sem que se tivesse nada que pudesse levantar qualquer suspeita sobre seu caráter republicano". Dilma denunciou ainda a "interpretação desvirtuada" do diálogo com o ex-presidente e ressaltou que "investigações baseadas em grampos ilegais não favorecem a democracia nesse país".

"Convulsionar a sociedade brasileira em cima de inverdades, de métodos escusos, viola princípios e garantias constitucionais, os direitos dos cidadãos e abre precedentes gravíssimos. Os golpes começam assim", declarou Dilma Rousseff. 

A cerimônia de posse foi marcada por manifestações contrárias e a favor à posse de Lula como ministro. "Vergonha", gritou um manifestante antes de Dilma começar a discursar. "Não vai ter golpe", gritavam outros.

Antes de falar sobre a gravação, Dilma disse que "as dificuldades muitas vezes costumam criar grandes oportunidades" e mencionou como uma delas a chance de trazer ao seu governo "o maior líder político desse país". "Seja bem-vindo, ministro Luiz Inácio, ministro Lula", disse a presidente, que declarou contar com a experiência do ex-presidente e sua identificação com o povo brasileiro.

"Sua presença aqui mostra que você tem a grandeza dos estadistas e a humildade dos verdadeiros líderes", continuou Dilma, destacando que, com Lula ao seu lado, ela terá "mais força" para "superar as armadilhas que jogam em nosso caminho" para "paralisar o governo" ou "tentar me tirar o mandato de forma golpista".

Abaixo, reportagem da "Agência Brasil":

Dilma: "Lula é o maior líder político do país"

Por Ana Cristina Campos

A presidenta Dilma Rousseff disse quinta-feira (17) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomou posse como ministro-chefe da Casa Civil, é o maior líder político do país. "As dificuldades, muitas vezes, costumam criar oportunidades. As circunstâncias atuais me dão a magnífica chance de trazer para o governo o maior líder político desse país".

Ela acrescentou que Lula, além de ser grande líder político, é um grande amigo e companheiro de lutas. "Seja bem-vindo, querido companheiro ministro Lula. Eu conto com a experiência do ex-presidente Lula, conto com a identidade que ele tem com esse país e com o povo desse país. Conto com sua incomparável capacidade de olhar nos olhos do nosso povo, de entender esse povo. A sua presença aqui, companheiro Lula, mostra que você tem a grandeza dos estadistas. Prova que não há obstáculos à nossa disposição de trabalharmos juntos pelo Brasil."

Os presentes à posse no Salão Nobre do Palácio do Planalto, em sua maioria representantes de movimentos sociais e sindicais, interrompem o discurso da presidenta com palavras de ordem e gritos de "Ole, ole, ole, olá, Lulá, Lulá", "O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo", "A verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura".

Dilma também deu posse a Jaques Wagner como ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República e a Eugênio José Guilherme de Aragão, como novo ministro da Justiça. Lula substitui Wagner na Casa Civil. Aragão assume o cargo em substituição a Wellington César Lima e Silva, que pediu exoneração na última terça-feira (15). Aragão é subprocurador-geral da República desde 2004."

FONTE: do portal "Brasil 247"   (http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/221541/%E2%80%9CN%C3%A3o-h%C3%A1-justi%C3%A7a-quando-as-leis-s%C3%A3o-desrespeitadas%E2%80%9D.htm).

MORO E MÍDIA TRAMAM O GOLPE




Moro e setores da mídia tramam golpe

Por Luciana Santos, no blog de Renato Rabelo:

"A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, divulgou nota, na noite de quarta-feira (16), sobre a divulgação da conversa do ex-presidente Lula com a presidenta Dilma com “a nítida finalidade de causar um fato político, midiático, insuflar a radicalização de setores oposicionistas e criar crise institucional”.

Para a dirigente nacional do PCdoB ”o episódio escancarou o conluio entre a Operação Lava Jato e a grande mídia que tem usado os recorrentes vazamentos da investigação para alimentar manifestações de setores da sociedade contra o governo” e “ganhou ares de golpismo”. Luciana afirma também que “a gravidade dos fatos exige enérgica reação das forças democráticas e das próprias instituições da República responsáveis pela defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito”.

Ao final, a presidenta conclama “a mobilização imediata de todos aqueles que prezam a democracia e se agiganta a necessidade de ampliar a convocação para as mobilizações de rua marcadas para sexta-feira [hoje], dia 18 de março, em defesa da democracia e contra o golpe”.

Leia a íntegra da nota:

Moro afronta a lei e, junto com setores da mídia, tenta consumar o golpe

"A escandalosa divulgação do teor de uma conversa privada da presidenta Dilma Rousseff e o agora ministro Luiz Inácio Lula da Silva – autorizada pelo juiz Sérgio Moro e obtida através de um grampo ilegal – teve a nítida finalidade de causar um fato político, midiático, insuflar a radicalização de setores oposicionistas e criar crise institucional.

O episódio escancarou o conluio entre a Operação Lava Jato e a grande mídia que tem usado os recorrentes vazamentos da investigação para alimentar manifestações de setores da sociedade contra o governo. Na noite de quarta-feira (16 de março), esse comportamento irresponsável ganhou ares de golpismo aberto com a incitação de manifestantes para ocuparem as cercanias do Palácio do Planalto e as ruas do país, gerando risco de conflagração social.

Ao violar os direitos e as prerrogativas da Presidência da República e envolver até mesmo membros do Supremo Tribunal Federal nas investigações, o juiz Sérgio Moro cometeu ilegalidades em série, atentou contra o Estado Democrático de Direito, enfim, se desnudou como um juiz de exceção, deixando claro o seu objetivo de realizar uma caçada contra o ex-presidente Lula e desestabilizar o governo da presidenta Dilma Rousseff.

Ao perceber que a nomeação do ex-presidente Lula como ministro poderá cumprir o relevante papel de construção das mediações políticas necessárias para estancar a grave crise que o país vive, a tríade golpista (Moro-grande mídia-oposição) descambou para o desatino rompendo por completo com a legalidade democrática, numa ação frenética que busca acender o estopim do golpe.

A gravidade dos fatos exige enérgica reação das forças democráticas e das próprias instituições da República responsáveis pela defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito. Nesse sentido, é relevante a reação da presidenta Dilma ao anunciar, em nota oficial, que serão tomadas as medidas jurídicas cabíveis para a “reparação da flagrante violação da lei e da Constituição cometida pelo juiz autor do vazamento”.

Espera-se que o Conselho Nacional de Justiça e outras instâncias do poder Judiciário ajam para cessar os desmandos do juiz Sérgio Moro.

Nesse contexto, impõe-se a mobilização imediata de todos aqueles que prezam a democracia e se agiganta a necessidade de ampliar a convocação para as mobilizações de rua marcadas para sexta-feira, dia 18 de março, em defesa da democracia e contra o golpe."

Brasília, 16 de março de 2016

Luciana Santos - Presidenta nacional do Partido Comunista do Brasil"


FONTE: escrito por Luciana Santos, no blog de Renato Rabelo . Postado no "Blog do Miro"  (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/03/moro-e-setores-da-midia-tramam-golpe.html).

quinta-feira, 17 de março de 2016

EUA CONDUZEM O GOLPE NO BRASIL. A DENUNCIA CONTRA AÉCIO NA LAVA-JATO TAMBÉM É PARTE DA ESTRATÉGIA

Resultado de imagem para psdb+EUA

Errata da imagem acima: onde se lê "segunda pele", leia-se "primeira pele"

[OBSERVAÇÃO deste blog 'democracia&política': 

EUA ARMAM GOLPE NO BRASIL. AÇÕES DE MORO CONTRA DILMA E LULA, CAMPANHA DA MÍDIA, DENUNCIA CONTRA AÉCIO NA LAVA-JATO SÃO PARTES DA ESTRATÉGIA

Em diversas postagens deste blog, já relatamos que a Chevron e as demais petroleiras norte-americanas, apoiadas pelo Departamento de Estado dos EUA e seu serviço de espionagem, estão por trás do golpe atualmente em curso no Brasil. Por quê?  Lula, o PT e Dilma são obstáculos para o fim do modelo de partilha e da exigência de conteúdo nacional. Com a vitória da derrubada do PT, o pré-sal e a Petrobras passarão para os EUA e suas petroleiras, conforme secretamente já prometido por senador do PSDB.

Os EUA e suas petroleiras, de alguma maneira, farão o já comprometido PSDB alcançar a Presidência. E provavelmente com José Serra, que já foi flagrado em 2010 pelo Wikileaks prometendo sigilosamente que, se eleito, atenderá os interesses da estadunidense Chevron no pré-sal. 

Assim, Aécio Neves e Alckmin não devem alimentar ilusões. Eles atenderiam prioritariamente os interesses norte-americanos, como tucanos que são, mas não são os escolhidos. E Moro? Nem pensar! É pueril, deslumbrado, provinciano, como já definiu Mino Carta. O já comprometido, engajado e atuante militante dos  EUA tem sido Serra. Assim, Aécio e Alckmin já começaram a ser queimados em fogo brando. Talvez as últimas notícias sobre propina de Furnas, conta secreta em paraíso fiscal (Liechtenstein), grande roubo dos recursos destinados à merenda escolar sejam prenúncios da fogueira já acesa. É parte da grande estratégia]. 

A Globo atira Aécio ao mar !?!

POR FERNANDO BRITO 




"Pela extensão e riqueza de detalhes da matéria publicada na manhã de quarta-feira pela revista "Época" (da Globo), detalhando aos escaninhos da conta de uma fundação “fantasma”, a "Bogart e Taylor", no banco LGT, do principado de Liechtenstein, um paraíso fiscal europeu, não foi escrita de ontem para hoje.

Estava pronta, apenas decidiu-se adaptar e publicar.

Até porque o assunto não é novidade: Luís Nassif o publicou em janeiro de 2015. Há mais de um ano, portanto.

No texto, do vaidoso Diego Escosteguy, menciona-se inclusive que certos documentos foram obtidos por solicitação judicial.

Não vou cansar o leitor perguntando por que a revista não publicou antes a matéria.

Quem conhece o império "Globo" sabe que não é algo que se publique sem autorização do alto comando.

Será que a vaia da Paulista foi a gota d’água para atirarem ao mar Aécio Neves?

Quem ficou com o pepino foi a Procuradoria Geral da República.

Porque o MP – aquele para quem a lei é para todos, lembra-se – sabia de tudo há quase dez anos e desistiu da apuração...

Tanto com Roberto Gurgel quanto com Rodrigo Janot na sua chefia.

As explicações de Aécio foram pífias: apenas que sua mãe (nem falou na irmã e braço-direito, Andréa) havia desistido de criar a fundação.

Desistiu, claro, dois meses depois de a Polícia Federal dar uma batida na casa do doleiro que oficializou a maracutaia.

Imaginem se tivesse sido a falecida D. Lindu, mãe do Lula, se estivesse viva, que criasse uma fundação com conta bancária no Liechtenstein?

Sem Aécio, sobram Alckmin e Serra, ambos testados e reprovados.

Em que aposta a Globo?"

FONTE: escrito por Fernando Brito em seu blog "Tijolaço"  (http://tijolaco.com.br/blog/globo-atira-aecio-ao-mar/ ).

COMPLEMENTAÇÃO

DOLEIRO ABRIU CONTA DE AÉCIO EM LIECHTENSTEIN




"Documentos apreendidos em operação da PF de 2007, divulgados pela revista Época, revelam que Norbert Muller abriu contas bancárias no LGT Bank, sediado no principado de Liechtenstein, para o tucano Aécio Neves, presidente do PSDB. Em uma das pastas encontradas na casa do doleiro, constava uma etiquetada por “Bogart e Taylor”. Era o nome escolhido por Inês Maria Neves Faria, mãe e sócia do senador mineiro, então presidente da Câmara dos Deputados, para batizar a fundação que, a partir de maio de 2001, administraria o dinheiro da conta secreta 0027.277 no LGT. A conta foi citada pelo Delcídio do Amaral, na delação homologada no STF, e está sendo investigada pela PGR na Lava Jato; A Globo parece ter rifado de vez o senador Aécio. 

Do "Brasil 247"

Documentos apreendidos em operação da PF em 2007, divulgados pela revista Época, revelam que Norbert Muller abriu contas bancárias no LGT Bank, sediado no principado de Liechtenstein, para o tucano Aécio Neves.

Em uma das pastas encontradas na casa do doleiro, constava uma etiquetada por “Bogart e Taylor”; era o nome escolhido por Inês Maria Neves Faria, mãe e sócia do senador mineiro, então presidente da Câmara dos Deputados, para batizar a fundação que, a partir de maio de 2001, administraria o dinheiro da conta secreta 0027.277 no LGT.

A conta foi citada pelo Delcídio do Amaral, na delação homologada no STF, e está sendo investigada pela PGR na Lava Jato. Na época da operação da PF, o Ministério Publico arquivou o caso em apurá-lo...

A Globo parece ter rifado de vez o senador Aécio, que comanda o golpe da oposição contra a presidente Dilma Rousseff (leia aqui).



Documentos revelam que doleiro abriu conta secreta da família de Aécio Neves em Liechtenstein

"A ÉPOCA obteve acesso aos papéis, apreendidos em operação da PF. Conta foi citada por Delcídio do Amaral, na delação homologada no STF, e está sendo investigada pela PGR na Lava Jato - anos atrás, MP chegou a arquivar o caso, sem apurá-lo.

Por DIEGO ESCOSTEGUY, da revista "Época"

Na manhã do dia oito de fevereiro de 2007, um comboio da Polícia Federal atravessou sem alarde a avenida Rui Barbosa, no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Estacionou próximo ao portão de abóboda dourada do edifício residencial Murça, no número 460. Desembarcaram dos carros agentes da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, a unidade da PF encarregada de investigar esquemas de lavagem de dinheiro. Bateram à porta de um dos confortáveis apartamentos do décimo-terceiro andar. Um casal de senhores atendeu, atônito. Não havia engano: era atrás deles que a PF estava. O octogenário Norbert Muller e sua mulher, Christine Puschmann, eram suspeitos de comandar uma das mais secretas e rentáveis “centrais bancárias clandestinas” do país. Vendiam aos seus clientes um serviço que, por aqui, só eles podiam oferecer: a criação e manutenção, no mais absoluto sigilo, de contas bancárias no LGT Bank, sediado no principado de Liechtenstein, o mais fechado de todos os paraísos fiscais do mundo. Naquela manhã de fevereiro, tanto no apartamento do casal Muller quanto no escritório deles, os agentes e delegados da PF encontraram as provas de que precisavam.


Graças à organização minuciosa de Norbert Muller, havia pastas separadas para cada um dos clientes – apenas nos arquivos do apartamento, a PF localizou 75 nomes. Cada pasta apreendida continha extratos bancários de contas, procurações, cópias de passaporte do cliente, contratos, correspondências de Muller com o banco LGT, anotações de valores. A ÉPOCA obteve cópia – na íntegra e com exclusividade – dos papéis apreendidos e da investigação da PF. Havia ali pastas com nomes de advogados, médicos, empresários, socialites, funcionários públicos, um ex-deputado e até um desembargador do Rio recém-aposentado. Havia ali, especialmente, uma pasta-arquivo amarela, identificada pela PF nos autos de busca e apreensão pelo número 41. Nela, o doleiro Muller escrevera, a lápis, a identificação “Bogart e Taylor”. Era o nome escolhido por Inês Maria Neves Faria, mãe e sócia do senador Aécio Neves, do PSDB de Minas, então presidente da Câmara dos Deputados, para batizar a fundação que, a partir de maio de 2001, administraria o dinheiro da conta secreta 0027.277 no LGT.

Na terça-feira (15), tantos anos depois, veio a público a delação premiada do senador Delcídio do Amaral, do PT do Mato Grosso do Sul, que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal. Nela, entre muitas outras denúncias, Delcídio cita a conta em Liechtenstein. Aos procuradores, o senador disse que fora informado "pelo ex-deputado federal José Janene, morto em 2010, que Aécio era beneficiário de uma fundação sediada em um paraíso fiscal, da qual ele seria dono ou controlador de fato; que essa fundação seria sediada em Liechtenstein". Delcídio diz que não sabe dizer ao certo, mas que "parece que a fundação estaria em nome da mãe ou do próprio Aécio Neves; que essa operação teria sido estruturada por um doleiro do Rio de Janeiro". Delcídio disse não saber se há relação entre essa fundação e as acusações que fez ao tucano – entre elas, de ser beneficiário de propinas em Furnas e de ter agido para interferir nas investigações da CPI dos Correios, da qual o petista foi presidente, em 2006. Janene era um dos líderes do esquema em Furnas, segundo as investigações.

Foi a primeira vez que uma testemunha da Lava Jato citou em público o que os investigadores da Procuradoria-Geral da República investigam sigilosa e discretamente. Os procuradores que trabalham ao lado de Rodrigo Janot apuram a participação de Aécio nos esquemas citados por delatores, em especial o de Furnas. Pediram colaboração internacional, junto às autoridades de paraísos fiscais, para averiguar se contas como a associada ao senador em Liechtenstein foram usadas para o recebimento de propinas. Já descobriram, informalmente, que vários políticos brasileiros foram pagos em contas secretas em paraísos fiscais europeus. Aguardam o compartilhamento oficial dessas evidências. Marcelo Miller, um dos procuradores que atuaram no caso do doleiro Norbert Muller, integra a força-tarefa da PGR.

Aécio acabara de assumir a Presidência da Câmara dos Deputados quando a conta em Liechtenstein foi aberta. De acordo com os documentos apreendidos pela PF, ela poderia ser movimentada por Inês Maria e por Andréa Neves, irmã de Aécio. Segundo os papéis, Aécio não estava autorizado a movimentar a conta da fundação no banco LGT. Era, no entanto, seu beneficiário, de acordo com um documento apreendido pela PF e conhecido como “By Law”. Trata-se de um documento sigiloso, cujas cópias estão disponíveis apenas para os signatários e seus advogados – e que nem sequer é registrado perante as autoridades de Liechtenstein. O beneficiário, ou membro, de uma fundação tem direito a receber bens e dinheiro dela. Uma cláusula do By Law da fundação Bogart & Taylor especificava que, no caso da morte de Inês Maria Neves, Aécio herdaria a fundação e, com isso, o direito de movimentar livremente a conta no LGT. Ele, a mãe e a irmã são sócios em diversos outros empreendimentos, entre eles uma rádio e duas empresas de participação, de acordo com documentos da Junta Comercial de Minas Gerais.

A investigação da PF confirmou que nem Inês Maria, nem Andréa, nem Aécio declararam a existência da conta e da fundação Bogart & Taylor à Receita Federal ou ao Banco Central, como determina a lei. Nenhum dos outros clientes de Muller havia declarado também. Em tese, cometeram os crimes de evasão de divisas, ocultação de patrimônio e sonegação fiscal. Procurados por ÉPOCA, nem Aécio nem Inês Maria quiseram dar entrevista. Por meio de seus advogados, a família Neves confirmou que os documentos apreendidos são verdadeiros e que Inês Maria pretendia criar a fundação Bogart & Taylor em Liechtenstein para destinar recursos à educação de seus netos. Mas afirmam que a conta secreta no LGT foi aberta “sem conhecimento” da família. E permaneceu aberta por seis anos “à revelia” – até a operação da PF naquela manhã de fevereiro de 2007. Numa das notas enviadas a ÉPOCA, os advogados da família Neves afirmam: “Em 2001, assessorada pelo seu marido, o banqueiro Gilberto Faria, a Sra. Ines Maria pensou em criar uma fundação no exterior para prover os estudos dos netos. Foram feitos contatos com o representante de uma instituição financeira, no Brasil, e a Sra. Ines Maria encaminhou ao representante as primeiras documentações. Em função da doença de seu marido (Gilberto Faria morreria em outubro de 2008), os procedimentos foram interrompidos, e a fundação não chegou a ser integralmente constituída. A Sra. Ines Maria nunca assinou qualquer documento autorizando a abertura de conta bancária e nunca realizou remessa financeira para a mesma”.

Após a revelação do depoimento de Delcídio, a assessoria de Aécio divulgou nota reafirmando, em essência, o que seus advogados haviam informado a ÉPOCA. Omitiram, porém, que a conta só foi declarada após a batida da PF na casa do doleiro. Acrescentaram que o MPF no Rio e, ano passado, a própria PGR arquivaram investigações sobre o caso... É verdade. Omitiram, no entanto, que não houve investigação em nenhuma das duas instâncias. Numa, os procuradores disseram ser inviável apurar a existência da conta, em razão da proteção assegurada por Liechtenstein; noutra, a mais recente, a PGR limitou-se a seguir burocraticamente o que os procuradores no Rio já haviam dito. Ao arquivar o pedido de investigação, a PGR, no entanto, ressaltou que ele poderia ser reaberto mediante o surgimento de mais provas - como a delação de Delcídio e o avanço na colaboração da Lava Jato com autoridades de paraísos fiscais.

>> Confira os documentos da conta secreta da família de Aécio em Liechtenstein

O segundo beneficiário

Indepedentemente do desenrolar da investigação na Lava Jato, um exame atento dos documentos da pasta amarela permite levantar sérias dúvidas sobre as declarações apresentadas por Aécio e seus advogados.Os papéis contradizem a versão de que a conta foi aberta "sem conhecimento da família" de Aécio e que permaneceu aberta "à revelia" dela. A pasta amarela guardava toda a papelada usada para abrir a conta. Havia cópia do passaporte de Inês Maria, assinaturas dela nos contratos com o LGT e procurações a Muller. Havia também páginas de extrato da conta. Em 2007, havia US$ 32 mil de saldo. Como são poucos os extratos apreendidos, não há como saber quanto dinheiro foi movimentado – nem quem fez depósitos ou saques. Na pasta, havia ainda numerosos faxes trocados entre Muller e um grupo de advogados ligados ao LGT, sediados em Vaduz, capital de Liechtenstein, com quem Muller mantinha parceria para facilitar contatos com o banco. Havia, por fim, os documentos de criação da fundação Bogart & Taylor, titular da conta no LGT. A criação da fundação, um tipo de entidade jurídica destinada a administrar patrimônios, estabelece uma camada extra de anonimato ao cliente. Uma coisa (a conta) não existe sem a outra (a fundação). Trata-se de uma precaução comum em Liechtenstein, também seguida por outros clientes de Muller.

Os documentos revelam que as tratativas para abrir a conta secreta começam em abril de 2001. Não se sabe quem da família de Aécio procura Muller – nem por quê. Naquele momento, apesar das declarações dos advogados de Aécio, Muller, já é um personagem conhecido no mundo dos negócios clandestinos cariocas. Não é um "representante de uma instituição financeira". É um doleiro, conhecido também da PF, que o havia processado por crimes contra o sistema financeiro e fraude cambial em casos dos anos 1990. No dia 26 de abril, surge o primeiro registro formal da abertura da conta (todos os documentos em alemão obtidos por ÉPOCA foram vertidos ao português por um tradutor juramentado). Muller envia um detalhado fax aos advogados de Liechtenstein que, em parceria com ele, cuidavam das contas secretas da clientela brasileira. O assunto: “Nova fundação Bogart and Taylor”. Em anexo ao fax, seguem os documentos de abertura da Bogart & Taylor e, também, da conta bancária dessa fundação. “Hoje eu recebi da proprietária US$ 21.834,00 a título de capital e peço que me informe por fax o endereço para o qual deve ser transferido o dinheiro”, escreve Muller. Ele é claro quanto à administração do dinheiro: “A fundação deve abrir uma conta no Banco LGT Bank em Liechtenstein AG, e ambas as pessoas inscritas no cartão de assinaturas deverão poder assinar”. Assinar, nesse caso, significa o poder de movimentar a conta. As pessoas autorizadas são Inês Maria e Andréa.

Três dias depois, em 29 de abril, Muller envia mais documentos da família Neves a Liechtenstein. Conta detalhes das tratativas com Inês Maria: “Gostaria de informar que a proprietária quer substituir ‘and’ por ‘&’. Por favor, faça esta alteração. Em anexo, encaminho o estatuto que acertei com ela na data de hoje. Peço a gentileza de informar se esta minuta pode ser aceita. Na quarta feira visitarei a proprietária novamente, para colher a assinatura”. No dia seguinte, a advogada Daniela Wieser, uma das parceiras de Muller em Liechtenstein, confirma o recebimento dos papéis: “A fundação está sendo criada na data de hoje, e espero todos os documentos de volta até a metade da semana que vem. Por favor, envie ainda o endereço e a data de nascimento da cliente (eventualmente por fax), e uma cópia autenticada do passaporte”. Daniela Wieser informa a conta (0400130AH) no LGT que deverá receber os recursos para a criação da Bogart & Taylor. Essa conta pertencia à Hornbeam Corporation, era administrada pelo grupo de Muller – e, noutras investigações da PF, já aparecera metida em transações ilegais com doleiros brasileiros. Não há comprovantes da origem dos dólares repassados pela família de Aécio ao doleiro Muller. Mas é certo que eles chegaram à conta secreta no LGT por meio de uma conta usada para lavar dinheiro.

Em 7 de maio de 2001, prossegue a troca de documentação entre Muller e seus contatos em Liechtenstein. A advogada Daniela pede, por fax, mais informações sobre Inês Maria: “Por favor, me informe por fax a profissão da cliente e de seu ex-marido, pois necessito destas informações para a Hornbeam (a empresa de Muller, cuja conta abasteceria a conta da família Neves em Liechtenstein)”. Muller responde no mesmo dia: “A cliente (Inês Maria) administra seu próprio patrimônio. O ex-marido (Gilberto Faria) é um industrialista com diversas empresas, além de acionista de um grande banco (Bandeirante)”. No mesmo dia, Muller envia os documentos necessários para a criação da Bogart & Taylor: cópia autenticada do passaporte de Inês Maria, procuração assinada por ela e os estatutos da fundação.

O estatuto, assinado por Inês Maria, prevê que ela teria a liberdade de distribuir o dinheiro em nome da Bogart & Taylor como quisesse. Segundo o estatuto, cria-se a Bogart & Taylor com um patrimônio inicial de 30 mil francos suíços. Noutro documento, uma espécie de procuração, Inês Maria delega a Muller, por meio de uma das companhias dele, a Domar Fiduciary Management, com sede em Liechtenstein, o poder de administrar a Bogart & Taylor e o dinheiro dela. No mesmo documento, assinado pela mãe de Aécio, especifica-se que a Bogart & Taylor abrirá conta no LGT, que os recursos dessa conta serão geridos em dólares americanos – e que a conta poderá ser movimentada por Inês Maria e Andréa. Ou seja, nada indica que tenha sido uma operação "sem conhecimento da família". Muller aparece como contato da Bogart & Taylor, com a seguinte ressalva: “(Contactar) Apenas em casos de extrema necessidade”. Semanas depois, Muller viaja a Liechtenstein. Encontra-se em Vaduz com os advogados que cuidam das contas no LGT. Recolhe as assinaturas deles, os recibos do LGT e, logo depois, traz a papelada ao Brasil. Guarda-as na pasta amarela.

LGT, um banco de lavagem

Quatro anos após a abertura da conta, os advogados ligados a Muller pedem que Inês Maria assine mais papéis. Agora, a família Neves demonstra cuidado. Em 16 de março de 2005, Muller explica aos advogados, por fax, por que Inês Maria não quer assinar os documentos restantes: “A proprietária (Inês Maria), por ocasião de minha visita no dia de ontem, declarou que ela não quer assinar nenhum documento no Brasil. (…) Se a assinatura das declarações que me foram enviadas tiver que ser de imediato, ela prefere fechar a fundação (...) Em poucos meses, ela (Inês Maria) estará em Paris e me prometeu informar a data da viagem e o local de permanência em Paris, para que o senhor possa enviá-la os documentos para assinatura”.

Meses depois, em 17 de novembro do mesmo ano, nada mudara. Por fax, Muller reforça aos advogados que Inês Maria prometera resolver as pendências somente quando estivesse fora do Brasil. “Infelizmente, a senhora (Inês Maria) ainda não assinou o formulário ‘declaração’. Ela sempre diz que pretende resolver essa pendência tão logo esteja em Paris. Mas seu esposo está atualmente doente e se encontra em cadeira de rodas, de forma que ela não pode viajar”, escreve Muller. Diante da demora de Inês Maria em assinar os papéis, ele parece resignado: “Continuarei tentando colher a assinatura dela, mas não tenho muitas esperanças”.

No dia em que a PF apreendeu os papéis na casa de Muller, a conta de Inês Maria no LGT registrava saldo de US$ 32.316,12. Dois meses após a operação da PF, Inês Maria finalmente “cancelou os procedimentos de criação da fundação”, nas palavras de seus advogados. De onde saiu o dinheiro depositado por Muller na conta de Liechtenstein? Os advogados dizem que Inês Maria pagou, embora não identifiquem a origem dos recursos nem forneçam comprovantes: “Ao longo de seis anos, o Sr. Norbert cobrou duas vezes, em 2001 e em 2005, da Sra. Ines Maria, honorários e taxas para a criação da fundação. O valor total dos dois pagamentos, feitos em moeda nacional, no Brasil, correspondeu, na época, a cerca de US$ 30 mil, uma média anual de US$ 5 mil. Em 2007, após protelar por anos a assinatura dos documentos faltantes, tomou a iniciativa de encerrá-lo para evitar que se mantivesse indefinidamente em aberto”.

Abrir uma conta em Liechtenstein e declará-la ao governo seria tão inusitado que não há registro público disso. O BC não pôde informar a ÈPOCA o total de recursos enviados por brasileiros a Liechtenstein – uma informação que costuma ser pública. O montante, diz o BC, é tão pequeno que revelá-lo ameaçaria o sigilo bancário dos poucos remetentes. O LGT, que pertence à família real de Liechtenstein, é conhecido, no sistema financeiro internacional, como um porto tranquilo para dinheiro de origem duvidosa. Em fevereiro de 2009, dois anos após a operação da PF, Heinrich Kieber, um funcionário do LGT, fez cópia completa dos documentos de 1.400 contas hospedadas no banco. Vendeu-as aos serviços secretos da Alemanha e da Inglaterra – dois dos países com maior número de correntistas, que maior prejuízo haviam tido com a sonegação de impostos. Seguiram-se extensas investigações e a maior operação de combate à evasão fiscal nos dois países. Os dados foram compartilhados com outros países prejudicados, como França, Espanha, Itália, Grécia, Suécia, Áustria, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Canadá e Estados Unidos. Houve investigações em todos e prisões na maioria. Até a Lava Jato, o Brasil não pedira acesso aos dados.

Num depoimento ao Senado americano, ainda em 2009, Kieber deu detalhes de como clientes são orientados pelo LGT a proceder, de maneira a enganar as autoridades. “O LGT orientava seus clientes a não contar a ninguém sobre a existência dessas entidades (fundações), incluindo advogados ou familiares que não fossem beneficiários do patrimônio mantido no bancos suíços”, afirmou Kieber. “As relações humanas podem não terminar bem, e o cliente se transformar em vítima de alguma chantagem.” Outra orientação, nas palavras de Kieber: “Não ligue para o LGT de casa, não ligue de casa nem do trabalho. Use apenas telefones públicos”. De acordo com o Kieber, o LGT só usava telefones celulares da Suíça e da Áustria, para dificultar o rastreamento das autoridades. Ele informou também que o LGT não se comunica com seus clientes por e-mail. “O fato de os clientes do LGT não precisarem do dinheiro escondido para despesas rotineiras ajuda a não ser detectado.”

A central bancária paralela

De posse do material recolhido e analisado pela PF, e ciente também das revelações do ex-funcionário do LGT, o Ministério Público Federal decidiu não aprofundar as investigações... Em 20 de abril de 2009, os procuradores Fábio Magrinelli e Marcelo Miller ofereceram denúncia apenas contra os três integrantes da família do patriarca Muller, que morrera recentemente: a viúva dele, Christine Puschmann (segundo os procuradores, ela assumira os negócios do marido) e duas de suas filhas, Christine Muller e Ingrid Muller. “A denunciada Christine Puschmann, agindo em conjunto com seu companheiro Norbert Muller, fez operar uma verdadeira instituição financeira informal, mas suficientemente estruturada, gerindo recursos de terceiros em larga escala. As atividades eram desenvolvidas com a captação, intermediação e aplicação de divisas pertencentes a seus clientes, pessoas físicas majoritariamente residentes no Brasil, em especial a partir da administração de contas mantidas no exterior, mais precisamente no LGT Bank, sediado em Liechtenstein, e no UBS Bank, sediado na Suíça, em notórios paraísos fiscais”, escreveram os procuradores. Eles afirmam que a família Muller atuava como uma espécie de “central bancária paralela”. Abriam e movimentavam contas em paraísos fiscais, sacavam dinheiro, depositavam dinheiro – e até distribuíam cartões de crédito, de modo a facilitar os gastos cotidianos dos clientes.

Segundo a denúncia, o material apreendido pela PF na casa de Muller, aliado aos diálogos telefônicos interceptados no decorrer da investigação, revela a existência de “mais de uma centena de contas vinculadas ao LGT Bank e ao UBS Bank que eram administradas pelo casal”. “Tem-se que a identificação das contas e de seus titulares a partir dos elementos carreados aos autos, todos harmônicos e complementares entre si, evidencia a dimensão do esquema ilícito posto em prática por Norbert Muller e Christine Puschmann, revelando a perenidade da sistemática, o longo lapso temporal em que executada, a expressividade dos valores envolvidos (…), tudo realizado à margem da fiscalização das autoridades brasileiras, sempre com o cuidado de se manter a clandestinidade dos negócios”, afirmam os procuradores.

E quanto aos clientes? Os procuradores acharam melhor transformar o caso de cada um num processo separado. A depender da cidade de residência do investigado, encaminharam fragmentos de provas a diferentes procuradores, que tiveram autonomia para decidir que providências tomar. Essa estratégia produziu resultados incoerentes com a denúncia do MP contra Christine Puschmann. Em Porto Alegre, os procuradores resolveram pedir a Liechtenstein acesso às contas dos investigados. No Rio de Janeiro, onde mora a maioria dos clientes, diferentes procuradores ofereceram diferentes entendimentos sobre como proceder, apesar de analisar iguais evidências. Houve casos de denúncia. E houve casos de pedido de arquivamento. Foi o que aconteceu com a família Neves.

Em 23 de fevereiro de 2010, o procurador Rodrigo Poerson – dez meses após seus colegas de andar na Procuradoria da República do Rio acusarem Muller de operar uma “central bancária paralela” – assinou despacho em que pede o fim das investigações sobre a conta da fundação Bogart & Taylor. (O MPF se recusou a fornecer cópia do parecer; ÉPOCA teve que obter o documento na Justiça.) Nele, em três páginas, Poerson acolheu integralmente os argumentos da defesa de Inês Maria. E disse ser inviável conseguir a colaboração de Liechtenstein. Ele desconsiderou os documentos assinados por Inês Maria, que previam a abertura da conta, e a própria natureza das fundações em Liechtenstein – para criar uma fundação, é necessário depositar 30 mil francos suíços numa conta aberta em nome dela. Diante do parecer de Poerson, em 26 de fevereiro de 2010 o juiz federal Rodolfo Hartmann, do Rio de Janeiro, não teve opção senão arquivar o processo. Ele fez a ressalva de que, se o Ministério Público tentasse conseguir mais provas, reabriria a pasta amarela.

FONTES: do portal "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/poder/221313/Doleiro-abriu-conta-de-A%C3%A9cio-em-Liechtenstein.htm) e da revista "Época"  (http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2016/03/documentos-revelam-que-doleiro-abriu-conta-secreta-da-familia-de-aecio-neves-em-liechtenstein.html).