quinta-feira, 26 de novembro de 2015

QUEM É DELCÍDIO DO AMARAL, "O AMIGO DE JOSÉ SERRA E DO ESTEVES"


O petista, líder do governo até esta quarta-feira, foi ministro de Itamar Franco e diretor da Petrobras no governo PSDB/FHC (Foto: Jane de Araújo/ Agência Senado)


Quem é Delcídio do Amaral, senador preso pela PF

[OBS deste blog 'democracia&política': 

Delcídio do Amaral foi ministro de Minas e Energia, de setembro de 1994 a janeiro de 1995, e foi filiado ao PSDB de 1998 a 2001. No governo PSDB/FHC, foi nomeado diretor de Gás e Energia da Petrobras, durante o "Escândalo do Apagão", a grave crise de energia de 2000/2001. Como diretor da Petrobras, lá colocou em função de destaque os hoje presos Cerveró e Paulo Roberto Costa. 

Como senador petista, apoiou o projeto do seu amigo senador José Serra/PSDB, que visa a entregar o pré-sal a petroleiras estrangeiras, especialmente para a norte-americana Chevron (já prometida por Serra, segundo revelou o Wikileaks). 

O jornal "O Globo" o definiu recente e corretamente como "o mais tucano dos petistas". Copiando a mesma expressão que toda a grande imprensa passou a adotar intensamente nos últimos 12 anos para as pessoas conhecidas de Lula e implicadas em alguma coisa, Delcídio é classificado como "o amigo de Serra". Agora, sabe-se que também é "o amigo de Esteves, o banqueiro"].

Da revista "CartaCapital"

Delcídio Amaral é o primeiro senador preso no exercício do cargo desde a redemocratização

O senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso na manhã de quarta-feira 25 pela Polícia Federal, é uma figura política controversa e conhecida por seu bom trânsito em diversos partidos. Exemplo disso é o fato de ser conhecido nos bastidores do Senado, como contou recentemente o jornal "O Globo", como "o mais tucano dos petistas".

Engenheiro elétrico, Delcídio tem uma carreira ligada ao setor de energia. Foi engenheiro-chefe da construção da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará; trabalhou como diretor da Shell na Holanda; e comandou a Eletrosul, braço da Eletrobrás. No governo de Itamar Franco (1992-1994), foi secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, ministro da pasta e presidente do Conselho de Administração da Vale do Rio Doce.

Em 1998, Delcídio assinou sua filiação ao PSDB, mas seu ingresso no partido não chegou a ser homologado. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foi diretor de Gás e Energia da Petrobras entre 2000 e 2001, quando trabalhou com Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, dois dos delatores da Operação Lava Jato.

Em 2001, ocorreu a aproximação com o PT. Delcídio foi secretário estadual de Infraestrutura e Habitação do governo de Zeca do PT no Mato Grosso do Sul e, em 2002, elegeu-se senador, já no Partido dos Trabalhadores.

Desde então, a influência de Delcídio Amaral no partido só cresceu. Em 2005, Delcídio presidiu a CPI dos Correios, responsável pela apuração do "mensalão". Em 2009, o senador teve outra atuação controversa a favor de um líder do PMDB: votou pelo arquivamento das ações contra o ex-presidente do Senado José Sarney que, na época, era relacionado a contratos ilegais e à nomeação de pessoas envolvidas em escândalos de corrupção.

Nas eleições de 2014, Delcídio sofreu sua segunda derrota para o pleito de governador do Mato Grosso do Sul. No ano seguinte, porém, foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff como líder do governo no Senado e no Congresso Nacional, cargo que ocupava até quarta-feira 25.

A prisão preventiva de Delcídio foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após o Ministério Público Federal apresentar evidências de que ele tentava conturbar as investigações da Operação Lava Jato [para que Cerveró não denunciasse a ele e o seu amigo, o banqueiro André Esteves]. 

Além do senador, também foram presos o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, o advogado Edson Ribeiro, que atuou para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, e o chefe de gabinete de Delcídio do Amaral.

Ao longo das investigações, Delcídio foi citado na delação premiada de Cerveró e acusado de participar de um esquema de desvio de recursos envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.

Delcídio do Amaral é o primeiro senador preso no exercício do cargo, desde a redemocratização do País. Apesar de o STF já ter autorizado a prisão de Delcídio, o Senado ainda precisa confirmar a prisão do senador, em até 24 horas, pelo voto da maioria de seus membros."

FONTE: da revista "CartaCapital"   (http://www.cartacapital.com.br/politica/quem-e-delcidio-amaral-864.html). [Título e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política']

2 comentários:

robert luiz disse...

Se ele não era um petista de verdade, como conseguiu a liderança do partido!

Unknown disse...

Ao RobertLuiz,
Sem maioria no Congresso, a tentativa do governo Dilma de juntar mais alguns gregos e troianos e alcançar a governabilidade acarreta essas aberrações. É o risco do pragmatismo político.
Maria Tereza