sexta-feira, 31 de julho de 2015

JUIZ MORO PODE SER INCRIMINADO PELA LEI 1802 de 1953





Tribunal Militar tem que proteger Othon !

Moro é uma ameaça à Segurança Nacional ! 

O portal "Conversa Afiada" reproduz artigo do respeitado economista José Carlos de Assis:

OS SEGREDOS DO ALMIRANTE OTHON DEVEM SER GUARDADOS PELO STM

Por J. Carlos de Assis, economista, professor, doutor pela Coppe/UFRJ

"A prisão decretada pelo juiz Aldo Moro contra o vice-almirante Othon Luís Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear – descrito por um jornal carioca como “ícone” da tecnologia nuclear brasileira -, pode ser um ato duplo de sabotagem do mais importante projeto de Defesa do Brasil, o submarino nuclear, assim como da tecnologia das centrífugas, a produção barata de urânio enriquecido que enche de inveja as próprias potências nucleares. Se ficar por isso mesmo, em mais uma normalidade anormal introduzida pela Lava Jato na vida política brasileira, é mais vantajoso e mais barato entregar o poder total aos procuradores.

O almirante Othon é um arquivo vivo de tecnologia. Metê-lo na cadeia como um prisioneiro comum, sujeito às torturas psicológicas do juiz Moro que se especializou em delações premiadas arrancadas pelo stress da cadeia, é um risco para a segurança nacional e para a Defesa. Não tenho nenhuma confiança em que algum desses promotores ansiosos por fama não caiam na sua própria armadilha de comprar informações pela humilhação, passando a vendê-las pelo dinheiro e pela fama de desnuclearizar o Brasil. Um presidente muito afoito já fez isso em Cachimbo, sem nenhuma contrapartida das potências nucleares!

Os órgãos do Estado responsáveis pela Segurança e Defesa têm a obrigação de agir imediatamente. Primeiro, exigindo que se coloque o inquérito em segredo de Justiça. De uma maneira mais eficaz, exigindo a transferência das investigações para órgãos militares sob controle das Forças Armadas e do STM. Na verdade, se a Marinha, que está fazendo o submarino nuclear e fez as centrífugas, guardou tão bem os segredos relativos a esses desenvolvimentos tecnológicos vitais para o Brasil, é claro que se confia mais em sua discrição do que na do juiz Moro e de seus promotores midiáticos que vivem [ilegalmente] vazando informações para a mídia internacionalizada.

Fora dos blogs e de raríssimos comentaristas da grande mídia, não tem havido informação honesta sobre a acusação contra o almirante. Fala-se que recebeu em sua conta 4,5 milhões de reais em mais de quatro anos. Pergunto: Qual alto executivo de grande empresa, com menos qualificações que ele, ganhou menos do que isso em período equivalente? Acha-se na fila de emprego, com salário de iniciante, algum engenheiro com as qualificações dele? E por que chamar de propina, e não de remuneração normal? Em qualquer hipótese, o Brasil deve muito a esse engenheiro nuclear e almirante. Ele merece respeito, e não suspeita.

Mas temos uma questão imediata de Defesa e de Segurança Nacional pela frente. A Lei de Segurança Nacional da Ditadura acabou em boa hora; eu próprio fui vítima dela. Mas há uma lei anterior que está em plena vigência. É a Lei 1802, de 5 de janeiro de 1953, em plena democracia. Vale a pena ver alguns de seus termos, literalmente. Isso ajuda a concluir que, se houver uma providência simples do Governo, será possível proteger nossos segredos nucleares e aqueles que foram responsáveis por seu desenvolvimento a partir da avocação do processo correspondente para a Justiça Militar. Eis alguns de seus artigos pertinentes ao caso:

Art. 29. Conseguir, transmitir ou revelar, para o fim de espionagem política ou militar, documento, notícia ou informação que em defesa da segurança do Estado, ou no seu interêsse político, interno ou internacional, deva permanecer secreto.

Pena:- reclusão de 6 a 15 anos.

Parágrafo único. Se se tratar de notícia, documento ou informação cuja divulgação tenha sido proibida pela autoridade competente, a pena será aumentada da metade.

Art. 30. A pena restritiva de liberdade, estabelecida no art. 202 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, será aplicada, sem prejuízo de sanções outras que couberem com aumento de um têrço, se a sabotagem fôr praticada:

a) em atividades fundamentais à vida coletiva;

b) em indústria básica ou essencial à defesa nacional;

c) no curso de grave crise econômica.

A pena será aplicada com agravação da metade:

d) em tempo de guerra;

e) por ocasião de comoção intestina grave, com caráter de guerra civil;

f) com emprêgo de explosivo;

g) resultando morte, ou lesão corporal de natureza grave.

Parágrafo único. Constituem, também, sabotagem os atos, irregulares reiterados e comprovadamente destinados a prejudicar o curso normal do trabalho ou a diminuir a sua produção.


Paralelamente à questão do Almirante Othon, não seria a destruição da Engenharia Nacional pela Lava Jato também um caso de “prejudicar o curso normal do trabalho ou a diminuir a sua produção?”

FONTE: escrito por José Carlos de Assis, economista, professor, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de cerca de 20 livros sobre a economia política brasileira. Publicado no portal "Conversa Afiada"  (http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2015/07/29/tribunal-militar-tem-que-proteger-othon/).

QUEREM DERRUBAR DILMA COM MANCHETES




As manchetes para derrubar Dilma

Bob Fernandes: não se derruba presidente com manchetes.

FONTE: do "Jornal da Gazeta"; postado no "Blo do Miro"   (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2015/07/as-manchetes-para-derrubar-dilma.html) e (https://www.youtube.com/watch?v=1jnqgUe9Jko#action=share).

JUIZ MORO SERÁ PREMIADO PELO PENTÁGONO


:
Ele até vestiu-se de Zorro, para, comovido, receber o merecido prêmio da "Globo"

[OBSERVAÇÃO deste blog 'democracia&política': 

Este ano, a "Rede Globo" premiou o Juiz Moro por ele "fazer a diferença" (entre suspeitos petistas e tucanos e por somente atacar a Petrobras e suas contratadas). Ele também "fez diferença" ao não querer investigar idêntico esquema de propinas em Furnas delatado na Lava Jato, bem como da Alston e Siemens no escândalo do "trensalão tucano". Moro expressou o criativo inovador preceito jurídico de que "não tinham relação com o esquema de corrupção da Petrobras e, por isso, não deveriam ser objeto de investigação"). Muito merecido o prêmio da "Globo". 

Nos próximos dias, o Pentágono também deverá anunciar que o vai premiar por suas destacadas ações contra a Petrobras e as concorrentes brasileiras de empresas norte-americanas e, principalmente, por a Lava Jato agora atingir mortalmente a tecnologia nuclear brasileira, o seu expoente intelectual e o programa da Marinha de construção de submarinos nacionais para a defesa do cobiçado pré-sal. Indiscutivelmente, o Juiz Moro e os midiáticos integrantes da sua equipe também merecem esse prêmio da onipresente maior potência militar do mundo. 

Há mais de um ano, em abril de 2014, o jornalista Paulo Henrique Amorim realizou uma palestra em São José dos Campos (SP) que foi filmada por um dos ouvintes. Vale a pena ver o vídeo (acima), pois é coincidentemente atual]

Vídeo: AS RAZÕES ENTREGUISTAS DO ATAQUE DE MORO E PSDB À ELETRONORTE, AOS SUBMARINOS BRASILEIROS E PETROBRAS  





Imperdível: PHA sobre o Othon e a Globo !

"Por que o FHC/PSDB quis matar de inanição o programa nuclear ?

Em abril de 2014, o PT Paulista realizou, em São José dos Campos (SP), o "Camping Digital" do partido.

O evento, que contou com oficinas, debates e análises sobre tecnologia e mídias sociais, teve a presença do ansioso blogueiro [Paulo Henrique Amorim], que, à época, fez enfática defesa do Almirante Othon Silva, que é investigado e teve a prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro nesta semana.

Em sua palestra, PHA ainda afirmou que o PT devia uma Ley de Medios ao Brasil. A ocasião rendeu um importante post no portal "Conversa Afiada".

O intuito do "Camping Digital" era formar a militância e destacar a importância do conhecimento nas novas mídias.

Um dos militantes filmou a participação de PHA e o vídeo reapareceu nos últimos dias nas redes sociais logo após o Almirante Othon ser preso na última terça-feira (28) durante a 16ª fase da Operação Lava Jato.

O PT deve uma Ley de Medios ao Brasil."

FONTE: do portal "Conversa Afiada"  (http://www.conversaafiada.com.br/tv-afiada/2015/07/30/imperdivel-pha-sobre-o-othon-e-a-globo/). [Trecho inicial entre colchetes acrescentado por este blog 'democracia&política'].

POR QUE GASTAR COM CAÇAS GRIPEN?



[OBSERVAÇÃO deste blog 'democracia&política':

AFINAL OS 36 CAÇAS GRIPEN PARA A FAB - FINALIZADO O ACORDO DE FINANCIAMENTO


A notícia da finalização do acordo foi dada na noite de quarta-feira. Contudo, em alguns telejornais (como o da BAND), foi transmitida com comentários de reprovação, afirmando que bom seria o Brasil cancelar a compra, pois não precisamos gastar em armas de guerra. Esse é um engano que vem desde a Idade Média. O velho dilema "canhões x manteiga" (A resposta é: ambos. São indispensáveis e não são excludentes).

Nenhum país, mesmo os sem ameaças evidentes (que hoje surgem rapidamente), deixou de investir em segurança, nas suas Forças Armadas. Exceto notórias exceções, com situação não aplicável ao Brasil (ex.: Porto Rico, Andorra e outros). 


Usando metáforas, comparemos o país com uma casa grande, rica, situada em uma rua tranquila, com bons vizinhos. Se o proprietário acreditar nessa paz e aceitar idéias “modernas” de terceiros, seus “grandes amigos” - de não colocar muros, portas, janelas, trincos, para economizar gastos nesses itens de segurança e “dedicar recursos ao social” - os perigos, os assaltos, as invasões, os estupros dentro de sua casa logo surgirão. De nada adiantará sair correndo para tentar encomendar grades, portas, janelas, trancas e fechaduras somente quando um grupo de malfeitores “da zona norte” aparecer na esquina. Da mesma maneira, ficou vulnerável o Brasil.

A nossa imprensa antinacional e até autoridades entreguistas há muitos anos estimulam essa vulnerabilidade. Dou alguns exemplos. Nos governos FHC/PSDB eram muito comuns na imprensa artigos com a pergunta: "Forças Armadas no Brasil para quê?". O jornal [tucano] Folha de S. Paulo publicou em 02/05/2004, como “Opinião”: “O Brasil ter Forças Armadas é só por diletantismo, já que há décadas não há guerras e não há nenhuma guerra à vista”. No dia da celebração da independência brasileira, no mesmo ano (07/09/2004), a "Folha" publicou: “Parada militar para celebrar o chamado Dia da Pátria é, em país pacífico, uma imitação de países guerreiros e, acima de tudo, uma impropriedade absoluta e lamentável”. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso/PSDB expressou que no Brasil "a parada militar no 7 de Setembro é uma palhaçada". Creio que ele se arrepia de emoção ao assistir a parada de 4 de Julho nos EUA e de 14 de Julho na França.

Quanto mais indefeso militarmente, mais fraco o Brasil fica para resistir às vontades dos países mais fortes. 
Infelizmente, as ameaças e ordens podem vir, e estão sempre vindo, em formas diferentes, ostensivas ou sutis, transmitidas direta ou indiretamente. Isso não mudou, como apregoam, "no mundo moderno e globalizado". Até agravou-se.

Vejamos a notícia desta semana sobre a finalização da compra dos Gripen:].


Governo garante redução de juros e fecha compra de caças suecos

"O Ministério da Defesa fechou acordo com o banco de fomento sueco SEK para a compra dos 36 caças Gripen. O governo negociou, e a direção do SEK aceitou, a redução das taxas de juros de 2,54% ao ano para 2,19% ao ano, assegurando o financiamento de 100% do projeto. A redução dos juros representa economia de até R$ 600 milhões. A compra é estimada em 39 bilhões de coroas suecas, equivalente a US$ 5 bilhões.

Renegociação garante compra de 36 caças Gripen pelo governo brasileiro

“Chegamos a um denominador comum, bom para todos. Agora, o projeto vai seguir o seu ritmo normal”, afirmou o ministro da Defesa, Jaques Wagner, que foi pessoalmente ao Palácio do Planalto na quarta-feira (29) para comunicar à presidenta Dilma Rousseff o resultado das negociações.

A presidenta ficou satisfeita com a negociação bem-sucedida”, completou o ministro em entrevista ao "Estadão". O governo brasileiro não classifica a redução das taxas como uma vitória, mas sim, um acordo possível e bom para ambas as partes.

O contrato, que deveria ter sido assinado até 24 de junho, foi negociado em outubro do ano passado quando as taxas eram de 2,54%. Em maio deste ano, tinham caído para 1,54%, mas em junho já tinham subido para 1,95% ao ano. O governo brasileiro buscou a renegociação das taxas querendo que fossem de pelo menos 1,98% ao ano. Os suecos resistiram, mas acabaram cedendo após a proposta de um acréscimo de uma taxa de administração de 0,35%, a ser cobrada depois do 11º ano de vigência do contrato, que é de 25 anos. Tentaram, ainda, reduzi-la para 0,17% e por fim, concordaram em excluí-la.

Com o acordo, a expectativa é da assinatura formal do contrato para que seja possível cumprir o cronograma de embarque, ainda em agosto, dos 100 engenheiros da Embraer e oficiais da Força Aérea que se mudarão para a Suécia para trabalhar no desenvolvimento do projeto de construção do Gripen NG. Pelo contrato, o banco sueco de fomento financiará 100% do projeto, com oito anos de carência e 15 anos para pagamento. Todas as 36 aeronaves serão entregues antes de o financiamento começar a ser pago. Os primeiros aviões devem chegar em 2019." 

FONTE: do Portal "Vermelho", com informações do "Estadão"   (http://www.vermelho.org.br/noticia/268198-1). [Observação inicial entre colchetes em azul acrescentada por este blog 'democracia&política'].

MAIS UM NAVIO FEITO NO BRASIL ENTREGUE ONTEM À PETROBRAS




Do blog "Fatos e Dados", da Petrobras


Transpetro coloca em operação o primeiro navio gaseiro do Promef

"O navio 'Oscar Niemeyer' foi entregue à Transpetro na quinta-feira (30/07), após cerimônia no Estaleiro 'Vard Promar', em Niterói, no Rio de Janeiro. Essa é a 11ª embarcação do "Programa de Modernização e Expansão da Frota" (Promef) a entrar em operação, sendo a primeira da série de gaseiros. A viagem inaugural do navio será para Barra do Riacho (ES), onde fará sua primeira operação de carregamento.

A entrega do gaseiro representa um momento importante para a indústria naval fluminense: é o primeiro gaseiro do Sistema Petrobras construído no Brasil e também o primeiro construído no estado do Rio de Janeiro.

Atualmente, no estaleiro "Vard Promar", há cinco embarcações do Promef em construção, das quais três se encontram no estágio de acabamento. Os gaseiros são destinados ao transporte de gás liquefeito de petróleo.

Além do "Oscar Niemeyer", os outros navios do Promef que já estão operando são: os suezmax "André Rebouças", "Henrique Dias", "Dragão do Mar", "Zumbi dos Palmares" e "João Cândido"; o panamax "Anita Garibaldi" e os navios de produtos "José Alencar", "Rômulo Almeida", "Sérgio Buarque de Holanda" e "Celso Furtado".

Oscar Niemeyer

Oscar Niemeyer é considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Visionário e nacionalista, acreditou em projetos que mudaram a cara de cidades e até mesmo do Brasil, como a construção de Brasília, na virada da década de 50 para a de 60. Identificada pelas curvas que a caracterizam e pelas formas abstratas, a sua arquitetura está presente em diversos países.

Ficha técnica do navio Oscar Niemeyer:

Tipo: Gaseiro
Capacidade de transporte: 7 mil metros cúbicos
Comprimento total: 117,63 metros
Largura: 19,20 metros
Altura: 34,0 metros
Calado: 5,80 metros
Pontal (distância entre o fundo e o convés): 8,60 metros
Velocidade: 15,0 nós
Autonomia: 11.000 mil milhas náuticas
Número de tanques: 2 (dois)

FONTE: do blog "Fatos e Dados", da Petrobras  (http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/transpetro-coloca-em-operacao-o-primeiro-navio-gaseiro-do-promef.htm)

GOOGLE E A MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA (Mauro Santayana)




O Google e a manipulação midiática

Por Mauro Santayana, em seu blog:

"Quando as grandes empresas de internet surgiram, nascidas nas universidades, e não nos grandes grupos de comunicação que já existiam, houve esperança de que elas viessem a contribuir para a consolidação de um ambiente de produção, publicação e troca de informações realmente livre.

Um novo espaço que privilegiasse o indivíduo no lugar do Sistema, ajudando-o a libertar-se do deletério domínio da mídia tradicional, umbilicalmente ligada, de parte a parte, por milhares de tentáculos, aos maiores grupos empresariais privados, que, no mundo inteiro, e em cada país, trabalham para manter o status quo e defender seus interesses, entre eles o de continuar - mesmo depois do surgimento da Rede Mundial de Computadores - a manipular e a explorar, do nascimento à morte, o homem comum.

Website mais visitado do mundo, e a marca mais valiosa do planeta, com aproximadamente 25.000 funcionários, um enorme faturamento e bilhões de usuários, o Google parecia ser uma dessas empresas, voltada, como rezava a missão inicial do “navegador” criado por Larry Page e Serguey Bryn, para “tornar a informação mundial universalmente útil e acessível.

A primeira impressão, era a de que o Google buscava, ao menos aparentemente, uma aura de identificação e comprometimento com os “melhores” valores, que se refletia no lema “dont be evil” - “não seja mau”, e outros slogans relacionados de sua “filosofia corporativa”, como “você pode ganhar dinheiro sem fazer o mal”, ou “você pode ser sério sem um terno”.

Uma impressão reforçada - teoricamente - pelo fato do Google não perder uma oportunidade de declarar seu “marcante” comprometimento com a neutralidade da internet, como diz, quase sempre, seu vice-presidente e “Chief Internet Evangelist”, Vint Cerf, quando afirma que “não se pode permitir que os provedores de acesso controlem o que as pessoas veem e fazem online.”

No entanto, o Google, além de ter tido problemas em vários países do mundo no quesito privacidade, sempre esteve estreitamente ligado à comunidade de informações norte-americana, como revelaram jornais como o "The Huffington Post", no ano passado, reproduzindo e-mails divulgados pela "Al Jazeera America", trocados entre o Presidente da NSA (Agência Nacional de Segurança) dos EUA, o general Keith Alexander, o Presidente do Google, Erick Schmidt, e um dos seus fundadores, Serguey Bryn, nos anos de 2011 e 2012.

Afinal, porque o Google - em uma excelente jogada de relações públicas - por meio do seu presidente Erick Schmidt - fez questão de receber na sede da empresa a Presidente brasileira Dilma Roussef em sua recente visita aos Estados Unidos ?

Não apenas porque o Brasil é o quinto país do mundo em usuários de internet ou abriga o único "Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Google" na América Latina.

Mas também, e principalmente, porque no auge do escândalo de vigilância global da NSA, e dos "Five Eyes" - a aliança de espionagem anglo-saxônica que reúne os EUA, a Austrália, o Canadá, a Nova Zelândia e o Reino Unido e “parceiros privados” - em que Edward Snowden desnudou ao mundo o gigantesco sistema de monitoramento em massa e a íntima correlação entre agências de informação dos EUA e grandes empresas norte-americanas que dominam o negócio da internet - incluindo, como vimos, o Google - foi Dilma Roussef que liderou a reação mundial aos EUA, suspendendo sua visita de Estado aos Estados Unidos, e aliando-se à Chanceler alemã Angela Merkel, na apresentação e aprovação, na ONU, por 193 países - contra a vontade de Washington - das diretrizes de uma “lei de internet mundial” a resolução sobre “O Direito à Privacidade na Era Digital”.

Diante do gigantismo do Google e do dinheiro que aplica em marketing - incluindo um bilhão de dólares para um fundo de filantropia - é preciso prestar a atenção em detalhes para encontrar provas de seu claro comprometimento com o status quo e as forças mais conservadoras em cada país em que atua.

Talvez a mais evidente delas, que pode passar - e essa é a sua função - despercebida pela maioria dos leitores, é a presença de uma seção denominada de “Sugestões dos Editores”, que se pode ver no alto da tela, na coluna da direita, da página inicial do Google Notícias.

Dependendo do momento em que estiver olhando, o leitor pode se deparar com chamadas para matérias prosaicas, como dicas de beleza, dietas etc.

Mas, na maioria das vezes, ele terá chance encontrar, “casualmente”, no mesmo espaço, no Brasil, por exemplo - mas não apenas em nosso país - o mesmo tipo de conteúdo reacionário, anacrônico e fascista que intoxica maciçamente a internet brasileira, hoje, o que leva, naturalmente, qualquer leitor mais atento a se perguntar: que raios de “editores” são esses?

Seriam “editores” do Google? Ou “editores” voluntários, organizados em grupos de leitores?

Não. Trata-se de “editores” de veículos de informação “tradicionais”, que enviam suas “sugestões”, principalmente de artigos de opinião, ao Google, por meio de feeds.

Em suas informações sobre a seção, o Google explica que qualquer veículo pode enviar uma sugestão.

Mas quem escolhe quais e em que ordem essas sugestões irão ser publicadas na primeira página do "Google News"?

Se fossemos pensar no âmbito exclusivamente empresarial, compreende-se que, procurando fabricar de óculos a relógios, de carros a balões de reprodução de sinal de internet - e ampliando suas atividades para serviços correlatos de fornecimento de banda larga para usuários finais, que acaba de lançar nos EUA - o Google se sinta cada vez mais como parte do ambiente empresarial tradicional, voltado para ganhar dinheiro e lucrar com o consumidor final - no seu caso, bilhões de consumidores finais - com os quais estabelece contato, por meio de seu browser, todos os dias.

Também se compreende que o Google busque boas relações com grandes empresas jornalísticas dos países em que está presente, de onde busca - ainda - a maior parte do conteúdo informativo apresentado a seus usuários por seu motor de pesquisa, principalmente depois que foi proibido de indexar esse conteúdo - por ter se recusado a pagar por ele - , em países como a Espanha.

O problema é que, ao fazer isso - dar destaque às “sugestões dos editores” - um eufemismo para levar o consumidor a ter acesso destacado e facilitado, no alto de página, ao diktat da mídia tradicional, manipuladora e conservadora que predomina nos países em que atua, o Google está tomando uma atitude política, e também está renegando, descaradamente, o seu “GUIA DE NEUTRALIDADE DA REDE” e os princípios que ele evidencia, quando afirma que:

Neutralidade da rede é o princípio de que os usuários da Internet devem estar no CONTROLE DO CONTEÚDO QUE ELES VÊEM e de quais aplicações eles usam na internet. A Internet tem operado de acordo com este princípio de neutralidade desde seus primeiros dias... Fundamentalmente, a neutralidade da rede é a igualdade de acesso à Internet. Em nossa opinião, as operadoras de banda larga não devem ser autorizadas a usar seu poder de mercado para discriminar candidatos ou conteúdos concorrentes. Assim como as empresas de telefonia não estão autorizadas a dizer aos consumidores para quem eles devem ligar ou o que eles podem dizer, as operadoras de banda larga não devem ser autorizadas a utilizar seu poder de mercado para controlar a atividade online.


E também está, na verdade, rasgando os compromissos assumidos com o público, quando do lançamento do seu serviço de notícias, em 2002, quando afirmou que havia criado um site “altamente incomum” que oferecia um serviço de notícias compilado UNICAMENTE por algoritmos de computador, SEM INTERVENÇÃO HUMANA, ressaltando que para esse serviço não empregava “editores, editores de gestão, ou editores executivos.

Como os usuários devem estar no controle do que eles veem? Como “unicamente” por “algoritmos de computador” e sem “intervenção humana” ?

São robôs os “editores” privados que determinam com suas “sugestões” no alto da coluna da direita, da página inicial do Google News, todos os dias, o que o leitor deve ler, nos países em que o Google atua, começando pelos Estados Unidos?

Desse ponto de vista, o Google pode não estar empregando “editores”. Mas nem precisa.

Ao menos nessa seção, o maior site de buscas do planeta preferiu terceirizar o trabalho de escolher o que seus usuários devem ler para os grandes grupos de mídia. Abrindo mão de estabelecer - por meio da internet - um marco na história da comunicação - um novo patamar na relação entre o indivíduo e o universo informacional, para transformar-se, como um mero aparelho de rádio ou televisão, em apenas mais um instrumento de repetição e disseminação do que dizem os maiores jornais e revistas de cada país em que atua. Delegando a essas empresas e jornais - que têm seus próprios compromissos e interesses - o direito de determinar o que eles acham que é mais importante e conveniente - para eles e seus anunciantes, é claro - que os usuários vejam e leiam.

Ainda em suas informações sobre o serviço, o Google diz que é possível para o leitor escolher com que “editores” prefere ter mais “vínculos”, e existe até mesmo uma barra deslizante para que ele possa “personalizar esta fonte de notícias”, mas a maioria dos usuários tem tempo, conhecimento, ou iniciativa para trabalhar com ela ?

E como fica isso no caso das centenas de milhões de usuários que acessam o Google News sem ter uma conta do Google, ou em “lan houses” e “cybercafés”- como ocorre na maioria dos países mais pobres - ou de seu trabalho, por exemplo?

Eles vão deixar de ler, e de ser influenciados, pelas chamadas dessa seção específica?

Seria mais honesto que - caso se visse a isso obrigado, mesmo considerando-se o público que já acarreta para os portais da mídia tradicional - o Google colocasse como publicidade claramente identificada, banners dirigidos para o conteúdo desses veículos na primeira página do Google News e cobrasse - claramente - por esse serviço.

Ao disfarçar esse conteúdo, colocando-o no alto da página, mas obedecendo ao mesmo layout, tamanho de letra etc, das chamadas normais de conteúdo automaticamente indexado, o Google mostra que tem reforçado, ao longo do tempo, de forma sutil, mas reconhecível, uma decisão clara: a de ficar ao lado do Sistema e não do cidadão, ajudando a reproduzir os esquemas de poder, dominação e manipulação que existem no mercado editorial e jornalístico de cada país, na rede mundial de computadores.

Transformando-se em um instrumento e uma extensão a mais da "fabricação do consenso", ou do consentimento, de que fala Noam Chomsky e do controle do sistema jornalístico tradicional sobre o homem comum, e contribuindo para estender o poder dos grandes grupos empresariais de comunicação de cada país sobre a opinião pública.

Com seus carros que andam sozinhos, o Google Earth, o novo serviço que permite chamar do Gmail para telefones, e suas ações no apoio à pesquisa científica e à filantropia, a marca Google pretende apresentar-se e ser identificada com uma empresa inovadora, que pareça estar voltada, como um farol, para o século XXI e o futuro.

Livrar-se dessa excrescência incômoda, do ponto de vista moral e político, deixando apenas os algoritmos, a busca temática, e o critério de relevância arimética, como mecanismos de escolha do leitor, na primeira página de seu serviço de notícias - isso, sim, faria do Google, ao menos aparentemente, uma marca realmente inovadora do ponto de vista da relação da mídia com a opinião pública.

Quem sabe, assim, o Google poderia abrir caminho para se transformar em uma companhia verdadeiramente global - da forma como pretende apresentar-se e quer que o público o reconheça - e não - como ele parece ser agora - uma mera extensão do poder do establishment norte-americano - e de seus prepostos locais - sobre a internet e os seus usuários em todo o mundo."


FONTE: escrito por Mauro Santayana, em seu blogPostado no "Blog do Miro"  (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2015/07/o-google-e-manipulacao-midiatica.html#more).

A CONVERSA QUE FAZ A HORA E A QUE FAZ ACONTECER





A conversa que faz a hora e a que espera acontecer

"As recaídas da crise mundial mostram a urgência de um poder capaz de colocar as coisas no papel de coisas; e devolver à sociedade o comando do seu destino

Por Saul Leblon 

Lula e ou Dilma conversar com FHC, Sarney ou Collor? Nenhuma anomalia. Em política conversa-se com quem representa parcelas da sociedade.

Em plena Guerra Fria, com mísseis e artefatos atômicos mutuamente direcionados, mandatários dos EUA e da então União Soviética, no caso, Kennedy e Kruschev mantinham a conversa em dia.

O famoso telefone vermelho, uma linha exclusiva de telex –um avô do twitter-- entre os respectivos gabinetes, assegurava a comunicação direta entre as lideranças dos dois lados. Algum bom senso bilateral cuidou disso, em meio à lógica demencial da guerra nuclear.


Outra coisa bem diferente é enxergar aí a chave para a superação dos gargalos que ora engessam a transição de ciclo de desenvolvimento brasileiro.

Cometer essa impropriedade, equivale, mutatis mutandis, a cogitar uma saída para a crise política na mesma chave imaginada para encruzilhada econômica.

Aquela que nomeou um centurião dos mercados para conduzir a travessia.

Acossado pelo Estado midiático, que distribui sentenças e degolas como o seu homólogo islâmico, uma espécie de sultanato golpista no interior da sociedade, o governo cometeu ali um tropeço.

Com gravidade sabida, e recuperação desejável, torceu o pé esquerdo.

Ao invés da desafiadora repactuação do desenvolvimento, amparada em câmaras tripartites (Estado, centrais, empresas), assustou-se com a crispação do Estado Midiático.

Rendeu-se à ilusão de que existe uma receita ortodoxa capaz de promover a transição de ciclo de crescimento, sem a trabalhosa construção das linhas de passagem que as travessias históricas exigem.

Durou seis meses.

A miragem se desfez no cavalo de pau da semana passada.

A meta-síntese do processo, o superávit fiscal de 1,2% do PIB, foi revogada pela impossibilidade física de se compatibilizar recessão com a arrecadação.

Hoje, os milicianos do Estado Midiático, entre eles, moças e rapazes assertivos na defesa do mercado financeiro, declaram-se ‘surpresos’ com o tamanho do buraco escavado pelos cortes de gastos recessivos e juros siderais.

Distraídos, tampouco haviam percebido o tamanho da contração internacional que há 11 meses comprime os embarques do país e já derrubou as cotações de commodities ao menor nível em 13 anos.

É nesse lusco-fusco surpreendente para quem ainda acha que o Brasil é uma ilha de crise em um planeta cercado de prosperidade por todos os lados, que emerge o aceno a FHC.

Possivelmente, tenha sido articulado pelo mesmo bureau que catapultou Joaquim Levy à condição de Comodoro da Salvação Nacional.

Antonio Gramsci, morto em 1937, cunhou a melhor síntese desses períodos errantes em que o velho já morreu e o novo ainda não consegue nascer. ‘Nesse interregno’, advertiu, ‘aparece toda uma série de sintomas mórbidos’.

Que poderia haver de mais mórbido em meio a esse arrastado nevoeiro do que supor que do ex-presidente tucano possa vir alguma luz substantiva? Trata-se, por mérito, de uma referência local da espessa penumbra ideológica, dentro da qual a economia do planeta patina em falso há oito anos –e na qual se quer agora mergulhar integralmente o Brasil.

FHC, Serra e outros valem-se do limbo pegajoso dos dias que correm para insistir em políticas e agendas condenadas, mas ainda não substituídas no plano mundial --o que dificulta a sua ruptura definitiva também no país e, mais grave, no próprio campo progressista.

Debater com FHC esse chão movediço traz a angústia das reiterações inúteis.

Em pleno colapso neoliberal, a América Latina logrou preservar baixas taxas de pobreza e desemprego, com alguma retomada de investimento.

A expectativa de que o vendaval da crise pudesse amainar depressa ancorava-se, como se viu, na subestimação da dominância financeira intrínseca à natureza do problema, que agregou desafios adicionais ao poder das políticas contracíclicas para repor o fôlego e o rumo da economia.

Desfeita a miragem de uma turbulência passageira verifica-se que os avanços de agora em diante serão mais difíceis.

Após vitórias significativas contra a pobreza, ir além, em tempos de vacas magras, no pasto ralo das commodities, implica afrontar a desigualdade nos seus alicerces estruturais. Ou seja, ali onde se sedimenta o estoque da riqueza (seja na esfera fundiária, urbana, patrimonial, tributária ou financeira).

A tentação em se buscar um atalho conservador que devolva a economia ao trilho um pouco mais adiante é grande.

Mas inútil.

Fábulas amenas de retorno a um mundo de desconcentração financeira amigável e produtiva, sob o comando dos mercados, custam caro.

No final, não entregam o prometido.

É esse purgatório em dimensões compactas que o Brasil acaba de experimentar.

A alternativa com capacidade para fazê-lo passa por um "aggiornamento" da capacidade do Estado repactuar democraticamente o desenvolvimento com as forças da sociedade.

"Regulação" é a palavra-chave.

Não significa centralismo obscurantista, mas sim subordinação do capital financeiro ao escrutínio da sociedade e seu retorno ao papel de alavanca da produção.

Da pequena e valente Islândia vem um segredo do edifício: o controle de capitais, para que a sociedade não se reduza a um refém dos circuitos especulativos.

A concentração de capitais, a formação de grandes fundos é uma necessidade intrínseca à escala dos financiamentos requeridos pelas demandas por infraestrutura, planos de universalização de serviços e direitos, ademais da reordenação ambiental.

Essa agregação de grandes massas de captais terá que ser feita por alguém.

Cartéis dilapidadores ou o Estado democrático?

O colapso neoliberal mostra para onde a coisa caminhou quando os mercados ficaram livres para manipular o crédito, o financiamento e o juro a serviço de estripulias especulativas dissociadas do circuito da produção e das necessidades da civilização.

As recidivas da crise mundial –como as de 2ª feira de bolsas em transe-- evidenciam a urgência de um poder de coordenação, capaz de colocar as coisas no papel de coisas; e devolver à sociedade o comando do seu destino.

Todo o desafio brasileiro hoje gira em torno desse nó górdio.

FHC é a garganta profunda dos interesses contrários a isso.

A questão que se coloca às forças progressistas, portanto, é de urgência transparente: quanto tempo o futuro ainda pode esperar antes que manifestações mórbidas, que ele representa, acabem se impondo à sociedade com sua agenda zumbi?

É desse prisma que se deve avaliar a descabida ilusão no diálogo com o anacrônico para nos salvar do regressivo.

A mídia tanto insiste que às vezes até setores do governo e do PT parecem acreditar.

É preciso deixar claro: o nome da crise é capitalismo desgovernado, não Estado, não Dilma, não esquerda, não ‘petistas corrompidos’ – ainda que os haja, como em todas as dimensões da política, do mercado e da sociedade.

A esquerda tem sua penitência a pagar nesse banco de areia movediça. Mas uma coisa é diferente da outra.

O conservadorismo só tem a oferecer um retorno à matriz do desmazelo, embarcando o país nas virtudes que jogaram o planeta no pântano atual.

O governo tem muito a ganhar se, de fato, como se acena, ao lado das forças progressistas, afrontar os uivos dessa matilha, a partir da experiência fracassada com Levy.

Se não o fizer, ficará, aí sim, refém da supremacia financeira que prescreve para a desordem atual poções adicionais do veneno que a originou.

Mais grave de tudo: a hesitação confundirá a opinião pública desobrigando-a do indispensável engajamento para instaurar uma outra dinâmica no desenvolvimento do país.

Não se trata de idealizar a força do proselitismo heroico.

Está em jogo dilatar ou não a margem de manobra do Estado brasileiro para contrastar a estagnação mundial e tudo aquilo que ela representa de regressão nos avanços recém-conquistados pelo povo brasileiro.

Desenvolvimento é transformação; é coordenar recursos, mas também expectativas, energias, forças e consentimento em direção a objetivos prioritários.

Conversar ou não com FHC é questiúncula.

Passa a ser um problema quando reflete a hesitação diante da tarefa de vida ou morte hoje.

Qual seja, coordenar um novo pacto com as forças que, verdadeiramente querem, podem e precisam coordenar o passo seguinte do desenvolvimento da economia e da sociedade.

Nessa encruzilhada, há conversas que fazem a hora e outras que esperam acontecer.

O Brasil precisa, desesperadamente, das conversas que fazem a hora."

FONTE:
escrito por Saul Leblon em seu editorial no portal "Carta Maior"  (http://cartamaior.com.br/?/Editorial/A-conversa-que-faz-a-hora-e-a-que-espera-acontecer/34091).

LEILÕES DE PETRÓLEO NO MÉXICO E NO BRASIL




Leilões de petróleo no México e no Brasil

"Realizou-se a 15 do mês passado a "I rodada de Blocos Exploratórios do México", após quase 80 anos de monopólio da estatal Pemex, cuja produção caiu, na última década, de 3,4 para 2,4 milhões de b/d. O resultado não foi satisfatório. Só duas das quatorze áreas ofertadas foram arrematadas.

Por Haroldo Lima (engenheiro, ex-diretor da ANP), no "blog do Renato"

As áreas em oferta tinham pontos de vantagem: próximas ao grande mercado americano; ao canal do Panamá, que se articulava com a Ásia; estavam em lugar de referência internacional no setor, o Golfo do México, e tinham custo baixo de produção.

Mas havia pontos problemáticos no leilão do México. Empresas manifestaram reservas quanto ao contrato de partilha apresentado, não por ser de partilha, mas por ter uma cláusula permitindo ao Estado retomar o bloco em casos de acidente, não inteiramente definido. Os blocos também eram pequenos, não ultrapassando a expectativa dos 384 milhões de barris, o que não interessava a grandes petroleiras.

O certo é que, em nove blocos não houve qualquer oferta e em três, os lances não chegaram ao valor mínimo.

O insucesso do I leilão no México não é sinal de dificuldade para a 13ª Rodada de Licitações da ANP, prevista para sete de outubro próximo. Há diferenciações entre essas Rodadas.

Começa que a ANP já realizou doze leilões desse tipo, sendo seu modelo de licitação reconhecido como dos mais transparentes do mundo, e que se aperfeiçoa a cada evento. Seu contrato de concessão já é amplamente conhecido, muito testado, e também passa por aprimoramentos.

A lista dos 266 blocos que serão ofertados na 13ª Rodada, 182 em terra e 44 no mar, talvez pudesse ter sido melhorada, mas é boa, contempla áreas onde o sucesso exploratório é provável. Tudo isso trabalha no sentido do êxito para 13ª Rodada da ANP.

Os dados preocupantes vêm, basicamente, da situação internacional por que passa o setor do petróleo. Aí, há uma oferta maior que a demanda do produto, o que reduziu significativamente o preço do óleo em escala mundial, de junho de 2014 até hoje.

Esse quadro perdura e tende a se agravar, por um fator previsível: um produtor gigantesco, o Irã, prepara-se para injetar no mercado, gradativa, mas seguramente, algo como um milhão de b/dia de petróleo. É nesse ambiente que os investidores ficam reticentes, chegando até a vender campos produtores.

O leilão do México trouxe outras informações que merecem destaque.

A Petróleos Mexicanos, Pemex, é a estatal que exerceu o monopólio das atividades petrolíferas até 2013, por quase 80 anos, e é uma das últimas do mundo, exceto o Oriente Médio, que tinham esse monopólio. Nessa I Rodada, a Pemex não ficou com nenhum bloco.

Só um consórcio foi vitorioso nos dois blocos arrematados, o formado com uma empresa mexicana, a Sierra Oil&Gas; uma americana; a Talos Energy; e uma inglesa, a Premier Oil. A mexicana será a operadora.

O fato de a Pemex não ter ficado na operação de nenhum dos blocos novos a serem explorados é sinal de que pretende concentrar esforços nos grandiosos campos que já opera. Também é sinal de que pode surgir no México, ao lado da gigante Pemex, hoje enfraquecida, mas que pode se recuperar, uma ou algumas petrolíferas nacionais privadas, dotando o México de um setor petroleiro com uma grande estatal e outras petrolíferas de capital nacional privado. A Pemex ficaria vocacionada para as imensas estruturas produtivas onde já está, podendo ampliar horizontes, e as nacionais, independentes, vocacionadas para as explorações e produções de porte menor, como os que agora foram leiloados.

Hoje, no Brasil, sente-se que toda uma decisão governamental foi tomada para destravar a economia e fazê-la retomar seu crescimento. Decisão que precisa encontrar os caminhos práticos de sua realização. Os limites atuais das disponibilidades financeiras estatais tornam urgente a arregimentação do capital privado para investir, notadamente em grandes empreendimentos, aqueles ligados à prestação de serviços públicos, através de concessões.

Ao Estado cabe regular os serviços a serem concedidos e promover a forma mais democrática de concedê-los, que é através de leilões transparentes. Esse não é um problema só do Brasil, mas de todas as nações que queiram se desenvolver sem deixar de controlar seus serviços públicos, mesmo os executados em parceria com capital privado.

Quando ocorrem “leilões vazios”, isto é, em que ninguém comparece, é que problemas existem. O leilão de 31 de outubro de 2014, para venda de energia de termelétrica a biomassa, a ninguém interessou, pois que não houve oferta para nada. O de 05 de dezembro do mesmo ano, só foi coberto em 12,4% da oferta por causa das participações da Petrobras e Furnas, e portanto também foi “vazio” de capital privado.

Atualmente, o Governo brasileiro tem procurado tornar mais atraentes os leilões que promove. Isso, talvez, esteja sendo feito com atraso, mas de qualquer forma é medida necessária, mormente quando a crise não debelada do capitalismo atinge agora países em desenvolvimento.

Assim, é saudável o anúncio do Ministério da Fazenda, feito em 16 de julho passado, elevando a taxa de retorno de 6,63% para 8,5% ao ano, para quem quiser participar dos leilões de concessão para os aeroportos de Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre e Salvador; de 7,2% para 9,2% para rodovias e de 8% para 10% para portos.

O processo de destravar os investimentos no Brasil, nas diversas áreas de infraestrutura, e no setor petrolífero, precisa caminhar a passos mais largos, com mais rapidez, resolvendo os problemas supervenientes.

A defesa do Meio Ambiente, nesse contexto, deve ser um fator positivo que interessa à produção e que deve ser apoiado por ela. Isso subtende uma parceria de interesse, no qual os organismos que defendem o Meio Ambiente precisam cumprir sua missão, mas em tempo útil, o que não tem acontecido.

Na 11ª Rodada da ANP, por exemplo, realizada em 2013, 41 blocos na Margem Equatorial brasileira foram arrematados por R$ 2,8 bilhões. Tudo pago. E no país que precisa urgentemente de investimentos, de trabalho e de produção, até agora o trabalho nesses blocos não pode começar, porque não houve licença ambiental para iniciar a exploração em nenhum deles. Essa verdadeira obstrução não se justifica."

FONTE: escrito por Haroldo Lima, engenheiro, consultor na área de petróleo, foi Diretor Geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis; é do Comitê Central do PCdoB. Artigo publicado no "blog do Renato" e transcrito no portal "Vermelho"  (http://www.vermelho.org.br/noticia/267747-1).

CONGRESSO DOS EUA É LOBISTA DE ISRAEL




Congresso dos EUA, um porta-voz dos lobbies israelenses

"O jornalista de investigação o proeminente historiador norte-americano Gareth Porter, acredita que o Congresso dos Estados Unidos, dominado pelos republicanos, tornou-se porta-voz a serviço dos lobbies sionistas.

Em entrevista na quinta-feira com o canal de televisão "Russia Today", Porter disse que "o presidente dos EUA, Barack Obama, passa por momentos difíceis para obter o apoio dos democratas no Congresso para o "Plano Integrado de Ação Conjunta" (JCPOA) alcançado entre o Irã e o G5 + 1 sobre o programa nuclear do Irã. Republicanos dos EUA têm [no Congresso] claramente um alto-falante para proteger os interesses do regime de Tel Aviv para o período remanescente do mandato de Obama [como foi durante toda a administração do presidente dos EUA], chegando envidar todos os esforços para esterilizar esse acordo (com o Irã) ". A única maneira que pode ter Obama, de acordo com o jornalista, para bater a maioria republicana no Congresso é convencer os democratas indecisos para apoiar o JCPOA., acrescentou.

Quanto ao direito veto de Obama, previsto na legislação, contra a tentativa de bloquear a aplicação do acordo com o Irã, Porter explicou que o presidente, para impedir a ação da maioria republicana capaz de anular o veto presidencial, precisará do apoio de, pelo menos, 13 senadores democratas, algo que considera não ser fácil. O historiador americano, autor de "Crise manufaturada", uma obra que detalha como manipular a opinião pública internacional sobre o programa nuclear do Irã, reiterou mais uma vez que a República Islâmica do Irã nunca teve a intenção, no passado, nem agora, de adquirir arma nuclear.

A conclusão sobre o JCPOA estabelece a remoção de sanções contra o Irã em troca de restrições sobre o programa de energia nuclear do país persa. O JCPOA, após a ratificação em 20 de Julho pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), exige agora a aprovação do Congresso dos EUA e da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã (Majles) antes que se torne um acordo final.

Ambos os órgãos legislativos começaram a tarefa de rever o acordo. Mas os republicanos, que desde o início das negociações nucleares rejeitaram um acordo com Teerã, advertiram na quarta-feira que farão o seu melhor para sabotar a conclusão das negociações nucleares. Enquanto isso, o presidente dos EUA diz que vai vetar qualquer legislação que seja apresentada para dificultar o acordo."

FONTE: do site "Patria Latina"  (http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=b71db38e48ca853f430c67bc977de38d&cod=15647). [Título e pequenas modificações na forma do texto, mantendo o conteúdo, introduzidas por este blog 'democracia&política'].

quinta-feira, 30 de julho de 2015

É A IDADE... FHC VÊ O BRASIL COM AMNÉSIA




[OBS deste blog 'democracia&política': FHC casou-se no ano passado com uma moça 48 anos mais nova que ele. O amor é lindo e revigorante, mesmo entre um ancião e uma jovem. Esperávamos que a decisão jovial servisse para o octogenário reativar alguns neurônios. Mas suas aparições na imprensa nos últimos dias mostram que o quadro de esquecimento até se agravou].

FHC vê país com amnésia, por isso acusa PT de “não saber governar”

Por Eduardo Guimarães, no "Blog da Cidadania"

"A televisão aberta está veiculando inserção publicitária do PSDB que constitui uma afronta ao povo brasileiro. No vídeo, Aécio Neves e José Serra aproveitam situação da economia que até parte da mídia antipetista já atribui ao comportamento da oposição.

Contudo, há uma participação, nesse vídeo, que é inaceitável. Quem fala é Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República (1995 – 2002) pelo PSDB. Eis a locução:

Não sabem governar. Nós estamos assistindo, com os nossos olhos, a desmoralização do funcionamento do atual sistema político”.

Assista, abaixo, à prova de que o que vai relatado acima não é invenção:




Ao fim dessa exibição insuperável de caradurismo e falta de respeito para com o povo brasileiro, o PSDB ainda tem a coragem de cravar uma frase que vai de encontro a tudo que o partido tem feito no âmbito de uma crise que não é só econômica, mas política.



Será mesmo que a oposição que o PSDB faz é “a favor do Brasil”? Quem diz o contrário não é este Blog, mas um veículo da grande mídia que ao longo dos governos do PT notabilizou-se por lhes fazer oposição cerrada.

Leia, abaixo, o que diz [o jornal tucano] 
"Folha de São Paulo" sobre a forma do PSDB e de outros partidos de oposição de exercerem seus papéis constitucionais:

"FOLHA DE SÃO PAULO
29 de julho de 2015

EDITORIAIS (editoriais@uol.com.br)

Quanto pior, pior

Mudança de perspectiva da nota de crédito do país aumenta importância de consenso político capaz de reerguer economia nacional.

Marcado para esta quinta-feira (30), o encontro da presidente Dilma Rousseff (PT) com os governadores de todos os Estados adquiriu importância ainda maior com a decisão tomada terça-feira (28) pela agência de classificação de risco "Standard & Poor’s".

A companhia norte-americana alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil para negativa, aumentando as chances de o país perder o grau de investimento. Apenas um andar abaixo está a categoria especulativa, em que, aos olhos dos credores, é alta a possibilidade de calotes.

Nem mesmo os oposicionistas mais aguerridos deveriam desejar essa cereja podre no bolo estragado que se tornou a economia no governo Dilma. 


Agências como a "S&P" ficaram desacreditadas depois de 2008, pois não anteviram a crise que se desenhava nos EUA, mas suas avaliações não deixaram de interessar a quem procura porto seguro para o próprio dinheiro.

A expectativa crescente de que o Brasil venha a perder o atestado de bom pagador já produz efeitos: investidores exigem juros cada vez maiores para compensar os riscos e o dólar bate recordes de alta.

Tanto pior, já se considera que outras duas companhias, a "Moody’s" e a "Fitch", podem fazer análise semelhante à da "S&P", rebaixando a nota brasileira até o fim do ano.

Combater esse cenário sombrio deveria ser um objetivo de todos os que se importam com o futuro nacional, mesmo que não deem a mínima para o destino de Dilma.

Ao expor suas razões, a "S&P" reconhece mudanças neste segundo mandato da petista, mas afirma que aumentaram as incertezas na política e na economia. Diminuí-las, portanto, é um imperativo.

Tudo se resume, no fundo, à instabilidade da relação entre o Executivo e o Legislativo, agravada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato e traduzida no comportamento pernicioso do Congresso.

Notoriamente incapaz de mobilizar deputados e senadores em torno de uma agenda positiva, a presidente Dilma Rousseff resolveu pedir ajuda aos governadores. Espera que eles convençam suas bancadas a rejeitar projetos que tornem ainda mais penoso o necessário ajuste das contas públicas.

Se mantido estritamente nesses termos, o encontro pode resultar em algo proveitoso. Muitas das medidas que ampliam os gastos têm impacto direto nos cofres estaduais.

Que fique claro: cobrar responsabilidade dos congressistas não significa aceitar conchavos ou dividir a culpa pelo descalabro atual. Essa cabe só ao governo Dilma, e a oposição decerto teria muito a perder se fosse vista como sócia da crise.

O país, contudo, terá ainda mais a perder se não houver renovados esforços na busca por soluções. Já se sabe quão venenosa pode ser uma oposição que aposta no lema “quanto pior, melhor”. Como atestam as agências de classificação de risco, quanto pior, pior."


Este Blog vem dizendo há meses que a crise econômica já poderia ter sido superada caso a oposição, a mídia e até a Operação Lava Jato não se comportassem como sabotadores da economia.

Nesse aspecto, a matéria da "Folha" simplesmente expõe a posição do mercado, do capital, que já começa a ficar preocupado com a irresponsabilidade de gente como esses três que protagonizam o vídeo que postei aí em cima.

FHC dizer que o PT não sabe governar é uma afronta ao povo brasileiro porque fazê-lo revela que o ex-presidente acha que o Brasil é um país de amnésicos idiotizados, incapazes de lembrar do que foi sua gestão [tucana] desastrosa, com apagão, crise da dívida externa, monitoramento do FMI, desemprego e inflação recordes, abafamentos sucessivos de escândalos e investigações…

Para refrescar a memória do ex-presidente tucano e dos que lhe dão crédito, informo, abaixo, dados oficiais comparando o governo dele com os dos sucessores.

Produto Interno Bruto:

2002 – R$ 1,48 trilhões
2013 – R$ 4,84 trilhões

PIB per capita:

2002 – R$ 7,6 mil
2013 – R$ 24,1 mil

Dívida líquida do setor público:

2002 – 60% do PIB
2013 – 34% do PIB

Lucro do BNDES:

2002 – R$ 550 milhões
2013 – R$ 8,15 bilhões

Lucro do Banco do Brasil:

2002 – R$ 2 bilhões
2013 – R$ 15,8 bilhões

Lucro da Caixa Econômica Federal:

2002 – R$ 1,1 bilhões
2013 – R$ 6,7 bilhões

Produção de veículos:

2002 – 1,8 milhões
2013 – 3,7 milhões

Safra Agrícola:

2002 – 97 milhões de toneladas
2013 – 188 milhões de toneladas

Investimento Estrangeiro Direto:

2002 – 16,6 bilhões de dólares
2013 – 64 bilhões de dólares

Reservas Internacionais:

2002 – 37 bilhões de dólares
2013 – 375,8 bilhões de dólares

Índice Bovespa:

2002 – 11.268 pontos
2013 – 51.507 pontos

Empregos Gerados:

Governo PSDB/FHC – 627 mil/ano
Governos Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano

Taxa de Desemprego:

2002 – 12,2%
2013 – 5,4%

Valor de Mercado da Petrobras:

2002 – R$ 15,5 bilhões
2014 – R$ 104,9 bilhões

Lucro médio da Petrobras:

Governo PSDB/FHC – R$ 4,2 bilhões/ano
Governos Lula e Dilma – R$ 25,6 bilhões/ano

Falências Requeridas em Média/ano:

Governo FHC – 25.587
Governos Lula e Dilma – 5.795

Salário Mínimo:

2002 – R$ 200 (1,42 cestas básicas)
2014 – R$ 724 (2,24 cestas básicas)

Dívida Externa em Relação às Reservas:

2002 – 557%
2014 – 81%

Posição entre as Economias do Mundo:

2002 – 13ª
2014 – 7ª

PROUNI – 1,2 milhões de bolsas

Salário Mínimo Convertido em Dólares:

2002 – 86,21
2014 – 305,00

Passagens Aéreas Vendidas:

2002 – 33 milhões
2013 – 100 milhões

Exportações:

2002 – 60,3 bilhões de dólares
2013 – 242 bilhões de dólares

Inflação Anual Média:

Governo FHC – 9,1%
Governos Lula e Dilma – 5,8%

PRONATEC – 6 Milhões de pessoas

Taxa Selic [ver gráfico abaixo, no fim desta série de dados]:

2002 – 18,9%
2012 – 8,5% [14,25%, jul 2015]

FIES – 1,3 milhões de pessoas com financiamento universitário

Minha Casa Minha Vida – 1,5 milhões de famílias beneficiadas

Luz Para Todos – 9,5 milhões de pessoas beneficiadas

Capacidade Energética:

2001 – 74.800 MW
2013 – 122.900 MW

Criação de 6.427 creches

Ciência Sem Fronteiras – 100 mil beneficiados

Mais Médicos (Aproximadamente 14 mil novos profissionais): 50 milhões de beneficiados

Brasil Sem Miséria – Retirou 22 milhões da extrema pobreza

Criação de Universidades Federais:

Governos Lula e Dilma – 18
Governo FHC – zero

Criação de Escolas Técnicas:

Governos Lula e Dilma – 214
Governo FHC – 11
(De 1500 até 1994 – 140)

Desigualdade Social:

Governo FHC – Queda de 2,2%
Governo PT – Queda de 11,4%

Produtividade:

Governo FHC – Aumento de 0,3%
Governos Lula e Dilma – Aumento de 13,2%

Taxa de Pobreza:

2002 – 34%
2012 – 15%

Taxa de Extrema Pobreza:

2003 – 15%
2012 – 5,2%

Índice de Desenvolvimento Humano:

2000 – 0,669
2005 – 0,699
2012 – 0,730

Mortalidade Infantil:

2002 – 25,3 em 1000 nascidos vivos
2012 – 12,9 em 1000 nascidos vivos

Gastos Públicos em Saúde:

2002 – R$ 28 bilhões
2013 – R$ 106 bilhões

Gastos Públicos em Educação:

2002 – R$ 17 bilhões
2013 – R$ 94 bilhões

Estudantes no Ensino Superior:

2003 – 583.800
2012 – 1.087.400

Risco Brasil (IPEA):

2002 – 1.446
2013 – 224

Operações da Polícia Federal:

Governo FHC – 48
Governo PT – 1.273 (15 mil presos)

Varas da Justiça Federal:

2003 – 100
2010 – 513

38 milhões de pessoas ascenderam à Nova Classe Média (Classe C)

42 milhões de pessoas saíram da miséria

FONTES:

http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas
http://www.washingtonpost.com
OMS, Unicef, Banco Mundial e ONU
índice de GINI: www.ipeadata.gov.br
Ministério da Educação
IBGE
Banco Mundial

[TAXAS DE JUROS SELIC:



Claro que, neste momento, a situação parou de melhorar e até piorou um pouco, mas se pegarmos 12 anos de PT (2003 – 2014) e compararmos com 8 anos de PSDB, veremos que os problemas estão acontecendo após mais de uma década de bonança, de crescimento do emprego, da renda e de melhoria dos indicadores sociais.

Um presidente que largou o país com 12% de inflação, 12% de desemprego, sem reservas internacionais e vigiado pelo FMI, entre outras desgraças, não pode fazer de conta que não teve problemas até piores que os de Dilma quando governou. E deveria ter, portanto, a compostura de não dizer que “eles não sabem governar”. Até em respeito à inteligência das pessoas.

Os três patetas do vídeo acima, porém, esquecem que mais da metade dos brasileiros votou contra eles no ano passado. Apesar dos problemas na economia, a maioria mostrou que não esqueceu o que foi o governo desses três no final dos anos 1990, começo dos anos 2000.

A "Folha" foi injusta com Dilma, apesar de ter criticado acertadamente a oposição. A crise era absolutamente contornável. O ajuste fiscal de 1,1% do PIB poderia ter ocorrido rapidamente e, a esta altura, estaríamos retomando o crescimento.

Durante reunião com ministros e o vice-presidente Michel Temer, na tarde de segunda-feira, porém, Dilma traduziu ainda melhor essa “oposição a favor do Brasil”; responsabilizou a Operação Lava-Jato por parte da queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Ao discorrer sobre as dificuldades econômicas que o país enfrenta, a presidente citou a operação da Polícia Federal dizendo que provocou queda de um ponto percentual no PIB: “Para vocês terem uma ideia, a Lava-Jato provocou uma queda de um ponto percentual no PIB brasileiro

Diante de tudo isso, este Blog acredita que o oportunismo e a irresponsabilidade do PSDB não só já começam a revoltar quem tem um mínimo de apreço por seu país, mas, também, que apoio tucano à manifestação golpista que se avizinha poderá até esvaziá-la.

Muita gente que odeia o PT não quer ver o PSDB nem pintado de ouro.

O que o PSDB não percebe, portanto, é que a maioria esmagadora dos brasileiros pode até estar insatisfeita com o início do segundo governo Dilma, mas não é idiota a ponto de esquecer do quanto sofreu quando PSDB/FHC e companhia governavam."

FONTE: escrito por Eduardo Guimarães, no seu "Blog da Cidadania"   (http://www.blogdacidadania.com.br/2015/07/fhc-ve-pais-com-amnesia-por-isso-acusa-pt-de-nao-saber-governar/). [Título, observação inicial, trechos entre colchetes e gráfico das taxas Selic acrescentados por este blog 'democracia&política'].

FHC (O NEOLIBERAL 1º) PERDEU O JUÍZO (SE ALGUM DIA O TEVE)






FHC — o Neoliberal I — perdeu o juízo, se algum dia o teve 


Por Davis Sena Filho

"Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, também conhecido como FHC é um ex-presidente politicamente conservador, inquilino da casa grande, que, vítima de fortíssima e tenebrosa amnésia, "esqueceu" tudo o que disse e escreveu, bem como pediu às pessoas para esquecerem também tudo o que ele fez, no decorrer de sua vida, a exemplo do que o grão tucano disse e escreveu.

Parecem confusas essas afirmativas, não é? Porém, elas retratam, fidedignamente, tudo o que o Fernando Henrique Cardoso é: negligente e incompetente; entreguista e antinacionalista; dissimulado e manipulador; e agora, na altura do campeonato de sua vida já octogenária, o grão-tucano, portador das características de um camaleão, torna-se oportunista e golpista.

Nada disso o que eu assevero é pessoal. Apenas retrato o que o ex-presidente tucano se mostrou em seus mandatos, pois governou o Brasil como se fosse um caixeiro viajante ao invés de ser um estadista, porque vendeu suas estatais estratégicas sem dimensionar o mal que cometeu, pois quando um povo tem seu patrimônio vendido lhe é subtraído ou prejudicado seu direito de se desenvolver, pois as empresas públicas têm como meta primordial zelar pela distribuição de benefícios, de renda e de riqueza.

Quando as estatais são entregues a grupos [estrangeiros] meramente capitalistas, a exemplo das empresas de telefonia, que visam somente acumular dinheiro, pagar mal seus empregados e fazer remessas de lucros exorbitantes [para o seu país-sede], além de oferecerem um péssimo serviço, o povo sente, porque o dinheiro em mãos privadas somente serve para atender às demandas pessoais e empresariais de corporações econômicas que não têm o mínimo de compromisso com o desenvolvimento do Brasil.

FHC é o Neoliberal I, também conhecido como o "Príncipe da Privataria". Trata-se daquele senhor tucano que foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes. Repito: três vezes! Ele ainda repartiu e sucateou a Petrobras, afundou a maior plataforma do mundo — a P-36, e, não satisfeito, foi o autor, inconteste, de um apagão de energia que durou um ano e meio. Repito: um ano e meio! Um recorde negativo de todos os tempos.

Além disso, não satisfeito com sua sequência de incompetências e inaptidões para governar, FHC aniquilou com a indústria naval deste País, bem como vendeu a Vale do Rio Doce, a segunda maior empresa pública brasileira, cujas riquezas estão debaixo da terra. Repito: debaixo da terra! Não é surreal o governo predador desse tucano do PSDB? Existem também tucanos no PMDB, no DEM, no PPS, no PSB, no PP e até mesmo no PT, vide o senador Delcídio Amaral e Cia.

Então, vamos à pergunta que se recusa a calar: "Como mensurar o valor de uma empresa da grandeza da Vale se os produtos com os quais ela trabalha para depois vendê-los estão debaixo da terra? E como saber das terras que têm riquezas em seus subterrâneos se o Brasil é um País continente e, por sua vez, existem terras pertencentes à Vale do Rio Doce, que até hoje não foram exploradas? A resposta eu deixo para o ex-presidente FHC ou para o senador José Serra, entreguista contumaz, um dos líderes emblemáticos da privataria dos anos 1990, e que recentemente apresentou projeto no Senado que praticamente entrega o Pré-Sal às petroleiras estrangeiras. O DNA tucano é realmente lastimável.

Hoje, o grão-vizir da tucanagem posa como o líder da oposição, quando, não, dispõe-se a fazer o papel de decano do bom senso ou de guardião da democracia. Seria cômico se não fosse ridículo e trágico ter que ouvir ou saber das bobagens de Fernando Henrique Cardoso, que vestiu beca, samarra e capelo para apostar no golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, eleita legalmente pela maioria do povo brasileiro.

Isto mesmo, o doutor e "príncipe" sociólogo, Fernando Henrique Cardoso, mandou novamente todo mundo esquecer que ele um dia fingiu ser um democrata, mas que agora, por motivos "alheios" à sua vontade de pôr um tucano na Presidência da República, optou por ser um golpista com doutorado e, consequentemente, um desestabilizador da democracia brasileira com pedigree, o que o faz ser perdoado pelas classes dominantes, admirado pelos abutres da imprensa empresarial e também pelos coxinhas de classe média, batuqueiros de panelas de barrigas cheias, ao tempo que preconceituosos e analfabetos políticos.

A verdade é que Fernando Henrique disse a seguinte pérola, na recente convenção do seu partido em Brasília: "O PSDB está pronto para governar o País". É isso mesmo. O tucano de alta plumagem e bico longo (por causa disso ele fala sem parar) considera que o governo perdeu a credibilidade. O governo federal administrado pelo PT, lógico. Não se confunda. Para FHC, quem tem credibilidade é o governo de São Paulo de Geraldo Alckmin, aquele que, junto com Serra e Cia., privatizou quase que totalmente o Estado bandeirante.

O privatizou, sim, bem como o deixou sem água, além de serem os responsáveis pelos problemas graves sobre acusações e denúncias relativas ao metrô, aos trens e à Sabesp, bem como serem alvos de queixas e protestos contra os altos preços dos pedágios das rodovias e estradas, todas privatizadas. Se existe alguma coisa na vida que político tucano sabe fazer é vender o patrimônio público que ele não construiu. E por que tucano não constrói? Fácil o é a resposta: porque ele não pensa o Brasil. Oh, alma vazia, fútil e leviana de predador de seu País, porque conspira contra o próprio povo. Oh, vira-lata colonizado e subserviente às causas alienígenas ao Brasil. Remova-se! Manchas se removem, e como tal o é o pensamento entreguista e neoliberal dos tucanos.

Voltemos ao grão-vizir de bico longo e voo curto. Como assim cara pálida? O PSDB está pronto pra governar? Governar o País? Só se for em 2019, se vencer as eleições de 2018. Tudo o que está fora desta agenda política é golpe, baixaria e ausência de discernimento histórico sobre o Brasil e seus golpes de estado, renúncias, deposições, suicídios, exílios e mortes. Um verdadeiro filme (real) de tragédias dirigido por "diretores" inquilinos da casa grande de DNA escravocrata. Pessoas sem limites, que não dimensionam as consequências de um golpe contra uma presidenta legalmente constituída e eleita pelo povo.

Fernando Henrique Cardoso está a brincar de incendiar fogueiras. Incendiá-las não é o problema. O problema é quando se usa gasolina para apagá-las. Agora, o tucano, após afirmar que o PSDB está pronto para governar, ele diz, em seu facebook, que "O momento não é para a busca de aproximações com o Governo, mas sim com o povo. Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo". Salvar do quê e quem de quê? O PT e o Lula nunca quiseram falar com o FHC. Pantomima e malandragem pura, com os auspícios da "Folha".

Anteriormente, o político veterano, que representa principalmente os interesses das oligarquias paulistas, usou a "Folha de S. Paulo" para propor a abertura de diálogo com o ex-presidente Lula, virtual candidato do PT às eleições de 2018. O tucano se dispôs, inclusive, a debater temas como a reforma política. Balela! FHC nunca foi magnânimo. Ele apenas cometeu uma pantomima política, porque o Neoliberal I nunca pensou o Brasil. Ao contrário, o ex-presidente sempre desprezou o poderoso País de língua portuguesa, a sexta economia do mundo, que tinha tanto patrimônio, que possibilitou a FHC e sua trupe a formalizar e depois colocar em prática a segunda maior privatização da história do mundo, sendo que a primeira foi a privatização da União Soviética — a Rússia.

Depois, pessoas nacionalistas e com discernimento histórico do que acontece atualmente, têm de suportar o insuportável, ou seja, os coxinhas paneleiros de classe média e média alta, além dos ricos, chamarem o Brasil de merda e a vociferar que neste País nada presta, sem, no entanto, olharem-se no espelho. Vão às ruas como se fossem fantoches da velha mídia, mas despidos de conteúdo político e trabalhista, pois desprovidos de uma pauta séria de reivindicações e exigências.

Só gritam palavras de ordem baseadas em notícias e manchetes elaboradas pelos empregados dos magnatas bilionários de imprensa, que até hoje não sei como essa gente ainda não foi presa. Será que os magnatas bilionários são inimputáveis neste País? Vamos ver... Afinal os donos de empreiteiras e construtoras estão presos. Quem sabe um dia o Brasil seja realmente passado a limpo e, por conseguinte, lermos e ouvirmos manchetes sobre as prisões de magnatas bilionários em seus próprios jornais impressos, radiofônicos e televisivos?

Considero que pau que bate em Chico também bate em Francisco. Mas não considero que em casa de ferreiro o espeto sempre é de pau. Às vezes é de ferro, o que me faz acreditar que vento que bate cá bate lá também. Pena que os parlamentares do PT não saibam mais disso, porque não sobem à tribuna do Senado e da Câmara para informar ao povo brasileiro o que está atrás do impeachment de Dilma Rousseff. Dizer ao público quais são as razões da direita partidária e dos grupos midiáticos a serviço da plutocracia tentar paralisar as atividades e as ações do Governo Dilma. Para quem não sabe, conspirar para derrubar governos eleitos legitimamente é crime e passível de punição. Conspire contra o presidente Barack Obama para ver no que vai dar...

Ao retomar o assunto FHC, quero destacar que seus governos o foram celeiros de escândalos, muitos deles de enormes proporções, além de conquistar maioria no Congresso por meios ilícitos, com pagamentos de "mesadas" a deputados e senadores, bem como comprou a sua reeleição por meio de uma emenda à Constituição, que o recolocasse pela segunda vez consecutiva no poder, conforme declarações publicadas na imprensa familiar por parlamentares da época. São públicas e notórias tais declarações quanto a esse assunto.

Mentiu e mente até hoje o Neoliberal I sobre a autoria do Plano Real, que, inclusive, foi lançado sob a guarda do ministro da Fazenda, Rubens Ricupero. O tucano-mor traiu o presidente Itamar Franco, porque qualquer plano econômico que seja efetivado tem de ser realizado com o conhecimento e a autorização do presidente da República, sendo que o mandatário naquela ocasião histórica era o político das Minas Gerais, Itamar Franco, que disse certa vez: "Fernando Henrique entende menos de Matemática do que eu; entende tanto de Economia quanto eu. Talvez, eu até entenda mais de Economia do que ele". E complementou: "O Fernando Henrique não reconhece que foi eleito por mim e que o Plano Real aconteceu no meu Governo". FHC trai. Ponto.

A polarização política e ideológica que transtorna o Brasil desde as manifestações de rua de junho de 2013 e que seguem cada vez mais radicalizadas no âmbito dos poderes do Estado, a reverberar a crise política em termos publicitários em favor de um golpe contra uma mandatária constitucionalmente eleita, a imprensa de mercado e familiar transforma o Brasil em um País institucionalmente instável, a partir da hora que autoridades do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal passam a ser agentes que influenciam diretamente na economia, na política, porque seguem a pauta política de empresários dos meios de comunicação privados, que nunca tiveram, não têm e jamais terão quaisquer compromissos com o desenvolvimento do Brasil e de seu povo.


Pelo contrário, se tais magnatas bilionários proprietários de um sistema midiático oligopolizado puderem estancar e até mesmo retirar as conquistas dos trabalhadores brasileiros, o farão. Todavia, para concretizar seus projetos econômicos e financeiros, eles precisam derrotar os governantes que tanto atazanam a vida deles, no que diz respeito às tentativas de colocarem no poder seus candidatos de perfis conservadores e compromissados com os interesses da plutocracia a qual pertencem os empresários de mídias, os mais atrasados dentre todos os setores da escala empresarial, ao ponto de causarem a destruição de qualquer empreendedor que não seguir sua cartilha política.

O problema de FHC e de seu alter ego, senador Aécio Neves, foi a quarta derrota consecutiva para um candidato do PT. A frustração e o inconformismo dos tucanos suplantaram os limites da realidade e da sensatez. A derrota atingiu em cheio a autoestima da direita e de um candidato acostumado a vencer eleições, como o neto de Tancredo Neto, que sempre teve tudo nas mãos.

O PSDB e suas lideranças dessa vez perceberam que poderiam vencer, tiveram muitos votos, mas não o suficiente para resgatar o poder presidencial. É como se eles tivessem chegado ao máximo da temperatura para chegar ao pódio e, de repente, são alvos de uma ducha fria que os recolocou frente a frente à realidade. Realmente, a dor moral e psicológica foi grande e inusitada. Primeiro, os tucanos se sentiram irremediavelmente surpresos, depois veio um certo abatimento, para logo após se entregarem de corpo e alma ao inconformismo e à fúria dos que consideram a derrota um castigo ao invés de aprendizado.

Contudo, FHC — o Neoliberal I — ao que parece não aprendeu muita coisa. Se tivesse aprendido, não apagaria fogo com gasolina. Afinal, o tucano tem 84 anos e foi testemunha ocular de muitas crises políticas e institucionais deste País, que, insisto, tem vocação para o desenvolvimento e o progresso, mas que tem a morar em suas terras uma das piores e mais perversas "elites" do mundo. Não é à toa que tivemos quase 400 anos de escravidão. Dilma não cai. Lula vai ser candidato se ele quiser. E FHC perdeu o juízo, se algum dia o tucano o teve. É isso aí."

FONTE:
escrito por Davis Sena Filho, editor do blog "Palavra Livre" (http://www.brasil247.com/pt/colunistas/davissena/190569/FHC-%E2%80%94-o-Neoliberal-I-%E2%80%94-perdeu-o-ju%C3%ADzo-se-algum-dia-o-teve.htm).