domingo, 10 de maio de 2015

EUA/OTAN AVANÇAM NA GUERRA MUNDIAL





A Ofensiva da OTAN Globalizada

Por Manlio Dinucci; traduzido por Anna Malm, correspondente de "Pátria Latina" na Europa

"A Organização do Tratado do Atlântico Norte, a OTAN, já não mais tem fronteiras. Na Europa – depois de ter sido estendida a sete países do Pacto de Varsóvia, três desses da ex-URSS e dois da Iugoslávia (a qual foi demolida pela guerra de 1999), - ela está agora a caminho de incorporar a Ucrânia. As forças armadas de Kiev, que já há anos participavam das operações da OTAN em diversos lugares (Bálcãs, Afeganistão, Iraque, Mar Mediterrâneo e Oceano Índico), estão sendo cada vez mais integradas nas forças da Aliança [OTAN] abaixo do comando dos EUA. Em 24 de abril, foi assinado um acordo que as insere, de fato, na rede do comando, controle e comunicação da OTAN.

Ao mesmo tempo em que o parlamento de Kiev aprovava, com unanimidade, uma lei que exaltava como “heroico” o passado nazista da Ucrânia e declarava como “criminosa” qualquer referência ao comunismo, e pondo o Partido Comunista fora da lei, esse mesmo parlamento qualificava os nazistas, que massacraram dezenas de milhares de judeus, como “combatentes pela independência da Ucrânia”.

Na Lituânia e na Polônia, a OTAN colocou caças-bombardeiros para “patrulhar” os céus das três repúblicas bálticas junto às fronteiras do espaço aéreo russo: a Itália, depois de ter conduzido essa “missão” nos primeiros quatro meses de 2015, ainda lá vai ficar até agosto, com 4 caças bombardeiros tipo “Eurofighter Typhoon”.

Na Ásia central, “região estrategicamente importante”, a OTAN está a caminho de incorporar a Geórgia, que já estava integrada nesse tipo de operações, e “deseja tornar-se um membro da Aliança”. A OTAN também continua a “aprofundar a cooperação” com o Cazaquistão, Kirguisistão, Tadjiguistão, Turkemenistão e Uzbekistão [ex-repúblicas da URSS] para pôr impedimentos à União Econômica da Eurásia (constituída pela Rússia, Bielorússia, Cazaquistão, Armênia, e desde maio do corrente, também do Kirguisistão).

A OTAN continua “profundamente envolvida no Afeganistão” (considerado pelo geografia imperial como fazendo parte do “Atlântico Norte” [!]. O Afeganistão é um país de alta importância geoestratégica frente à Rússia e à China. No Afeganistão, a guerra da OTAN continua com forças especiais, drones, e caças-bombardeiros (52 ataques aéreos só em março).

Na Ásia Ocidental, a OTAN segue com a operação militar encoberta contra a Síria, e prepara ainda outras (o Irã estando sempre no visor), como o mostra a deslocação em Izmir (na Turquia) do "LandCom", o comando de todas as forças terrestres da Aliança. Ao mesmo tempo a OTAN vem reforçando a parceria (experimentada na “campanha da Líbia”) com quatro monarquias do Golfo – Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuweit, Catar – e a cooperação militar com a Arábia Saudita que, denuncia a “Human Rights Watch”, massacra no Iêmen com bombas de fragmentação fornecidas pelos EUA.

Na Ásia Oriental, a OTAN entrou num acordo estratégico com o Japão, que “alarga e aprofunda a longa parceria” ao qual se ajunta um acordo análogo com a Austrália, numa função antichinesa e antirrussa.

Com a mesma finalidade, os maiores países da OTAN (entre os quais se inclui a Itália) participam, em cada dois anos, no Pacífico, ao que foi definido pelo comandante da Frota dos EUA como “a maior manobra marítima do mundo”.

Na África, depois de ter demolido a Líbia, a OTAN está a caminho de potencializar sua assistência militar à União Africana, a qual ela forneceu também “planificação e transporte aeronaval”, dentro do quadro estratégico do Comando Africano dos Estados Unidos.

Na América Latina, a OTAN estipulou um “Acordo sobre a Segurança” com a Colômbia, que já estava envolvida em programas militares da Aliança (entre esses a formação de forças especiais). A Colômbia poderia rapidamente se tornar numa parceira oficial.

Não seria de espantar se, mesmo dentro pouco tempo, a Itália mandasse seus caças-bombardeiros a “patrulhar” os céus da Colômbia, numa “missão” da OTAN contra a Venezuela."

Referências e Notas :

---Manlio Dinucci, “L´offensiva della NATO globale – Edição de 5 de maio de 2015 do il manifesto - http://ilmanifesto.info/loffensiva-della-nato-globale/

---Copyright Il Manifesto / Mondialisation.ca – Fonte: Mondialisation.ca

FONTE: escrito por Manlio Dinucci; traduzido por Anna Malm (http://artigospoliticos.wordpress.com), correspondente de "Pátria Latina" na Europa  (http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?cod=15379). [Título acrescentado por este blog 'democracia&política'].

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