terça-feira, 16 de dezembro de 2014

"LIBERAIS" JÁ DEFENDEM SEM MEDO PRIVATIZAR PETROBRAS




"LIBERAIS" [eufemismo para "entreguistas"] JÁ DEFENDEM SEM MEDO [e sem vergonha] PRIVATIZAR PETROBRAS

"O inferno astral da maior estatal do País assanha privatistas. O discurso que desagua em campanha pela venda da Petrobras começa pela pressão por "mudança no modelo de partilha" do pré-sal. O que aconteceria em seguida? Fatiamento da empresa, com vendas de ativos estratégicos a preço de banana? Acerto entre gigantes empresariais, como se deu na telefonia, em 1998? Escolha de um eleito para ficar com tudo, tal qual se suspeitou nos casos da Vale e da CSN? Bote norte-americano e multinacional sobre a maior riqueza do País? Liberais jogam no imediatismo e em armação midiática para pressionar o governo Dilma Rousseff. Na bolsa, ações da estatal desabaram 10% por cento ontem em sexto mergulho consecutivo. O menor valor de mercado em dez anos. Vender, e na liquidação, seria pior saída.

Do "Brasil 247"


Uma lembrança permanente dos economistas continua atual: crise é a soma, nos ideogramas chineses, de risco e oportunidade. Sabe-se que a Petrobras está diante da maior crise de sua história – e os liberais já estão aproveitando a oportunidade para abrir uma campanha pela privatização da maior companhia controlada pelo Estado brasileiro. A versão 2014 do velho, e sempre à mão, "plano Petrobrax" [de FHC/PSDB].

O inferno astral da estatal ajuda, sem dúvida. Na segunda-feira 15, as ações da companhia empreenderam seu sexto mergulho consecutivo no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo, chegando a estar perder 9% ás 14h30. No momento, a companhia tem um valor de mercado quase 50% inferior ao de antes da descoberta do pré-sal. As perspectivas de curto e médio prazos, por outro lado, não são favoráveis. O preço do barril do petróleo caiu no mercado internacional, abruptamente, o patamar de US$ 100 para o de US$ 60.

Executivos da Petrobras estão negociando "intensamente", segundo o jornal "Valor Econômico" novos prazos para o vencimento de dívidas estimadas em US$ 97 bilhões. Elas poderão vencer de forma antecipada, já no primeiro semestre do ano que vem, caso a companhia não apresente um balanço auditado nos 180 dias posteriores à divulgação de resultados sem essa chancela. Na frente da investigação da operação Lava Jato, o sangramento de novas denúncias de corrupção é diário.

Apesar desse quadro, continua a ser ideológica a questão da privatização da Petrobras – e não, como querem os liberais, meramente técnica. Para eles, num passe de mágica, uma vez transferida aos agentes do mercado, a companhia passaria a ser um "exemplo de administração, resultados e, como se já se fala, recolhimento de impostos". Mas rebaixar a discussão ao plano do imediatismo também seria torna-la superficial.

PRIVATIZAÇÃO À BRASILEIRA 

No tipo de "privatização à brasileira", como se fez na gestão do presidente Fernando Henrique/PSDB, levam a melhor grandes grupo econômicos, interesses internacionais e também os espertalhões do mercado. Encaixam-se nesses perfis os arrematadores das antigas estatais Vale, CSN e de todo o sistema de telefonia e comunicações. Num plano tão nefasto quanto, se poderia oferecer a Petrobras em fatias, desmontando a união que existe entre todas as suas áreas para vendê-las separadamente: produção, distribuição, gás e assim por diante. Uma área de especial interesse, para ser leiloada em separado, certamente, seriam o domínio sobre o pré-sal e os contratos de compartilhamento de exploração. A mídia tradicional dá corda a todas essas maquinações.

Das páginas amarelas da revista "Veja", com a defesa na mudança no modelo de partilha de exploração do pré-sal, a manchetes de "O Globo", abrindo alas para o massacre à petrolífera, já há quem se posicione claramente pela levada da companhia ao martelo. 


Ligado ao Instituto Liberal, o advogado gaúcho Fabio Ostermann é um desses pregadores:

- "A Petrobras privada poderia seguir o caminho da Embraer ou da Vale, que passaram de estatais deficitárias e ineficientes para exemplos de produtividade e inovação (além de grandes pagadores de impostos)".

O liberal completa:

- "No modelo atual, temos a questionável vantagem de o petróleo ser "nosso" (sic) – e a conta também".

Alerta: o mesmo Ostermann tem um artigo no mesmo Instituto Liberal cujo título espelha à perfeição o conteúdo: "O salário mínimo não ajuda os mais pobres".

Assim que, mais do que técnica, a discussão já se coloca, outra vez, no campo ideológico. Neste, porém, não há espaço com a presidente Dilma Rousseff, talvez a última pessoa no mundo a admitir a venda da Petrobras para o mundo privado – no todo ou em partes.

O desafio racional que está posto para a presidente é o saneamento interno da companhia e seu reposicionamento frente ao novo momento do mercado internacional do petróleo e das percepções do mercado sobre a própria empresa.

A presidente, claramente, está esperando pela conclusão total das investigações, que, de resto, ela é uma das patronas, para executar o plano e resgate do moral e da força da Petrobras. Mais uma vez, atendendo ao seu próprio conceito de tempo, Dilma não está se deixando levar pela emoção das manchetes e a pressa dos liberais. Diante de todos os interesses nacionais representados na estatal – e todo o interesse internacional que existe sobre a empresa, em particular dos Estados Unidos e das grandes petrolíferas multinacionais --, a presidente está procurando a ter a calma e a frieza como melhores conselheiras."

FONTE: do jornal digital "Brasil 247"  (http://www.brasil247.com/pt/247/economia/163734/Liberais-j%C3%A1-defendem-sem-medo-privatizar-Petrobras.htm). [Trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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