quinta-feira, 20 de novembro de 2014

AÉCIO, "O GÊNIO ESTADISTA" [sic]



[Observação deste blog 'democracia&política':

Considerando tudo que a imprensa e grande parcela das redes sociais publicam sobre Aécio Neves, ele deve ser um gênio da gestão e da política. U
m verdadeiro estadista.  

Precoce, aos 17 anos, morando no Rio de Janeiro desde os 10 anos, assíduo frequentador das praias e bares do Leblon, tentando fazer um curso de Administração na PUC, na Gávea-RJ, suas excelentes qualidades funcionais já eram reconhecidas, ao menos em sua família. Assim, o adolescente Aécio foi nomeado (pelo pai) Assessor da Câmara dos Deputados 
em Brasília e funcionário do CADE-Ministério da Justiça.

Mesmo sem poder comparecer àquelas repartições, talvez tendo de exercer suas obrigações a partir da praia e por meio de cartas no Correio (naquela época não existia internet), seu brilhantismo deve ter sido notado, porque, muito jovem, com 25 anos, foi nomeado alto Diretor da Caixa Econômica Federal, em Brasília. Logo em seguida, foi também nomeado Secretário de Assuntos Especiais da Presidência da República.

Nem tudo era perfeito. Na mesma época, não conseguindo terminar o curso da Universidade Católica no RJ, transferiu sua atividade acadêmica para Belo Horizonte. Lá, Aécio finalmente alcançou o bacharelato em Economia, c
ertamente com gigantesco esforço por ter que estar presente no Rio de Janeiro e, provavelmente, ter que escrever inúmeras cartas para exercer à distância seus polpudos empregos em Brasília

Naquela época, aos 25 anos, em reconhecimento pelas suas notórias qualidades, recebeu de presente do Governo Federal, do Presidente José Sarney, uma concessão de rádio em Minas Gerais. A família de Aécio é proprietária de ao menos quatro veículos: as rádios Arco Íris --retransmissora da Jovem Pan em Belo Horizonte--, São João e Colonial, ambas de São João Del Rei, sua terra natal. Os Neves também são donos do jornal "Gazeta de São João Del Rei". Esses veículos de comunicação têm sido selecionados pelos governos mineiros para realizar dispendiosas campanhas estatais. 




Ser governador em Minas Gerais também lhe deve ter sido muito difícil, pois tinha sempre que manter presença nas praias, bares, eventos e colunas sociais do Rio de Janeiro. Essa presença nas colunas sociais nem sempre lhe foi elogiosa. Às vezes, não compreenderam seu caráter forte, decidido, mesmo que ríspido e violento (contra mulheres). Em 01/11/2009, o jornalista Juca Kfouri publicou no tucano portal UOL, do grupo tucano "Folha", que Aécio Neves, na festa da Calvin Klein no Hotel Fasano, no Rio de Janeiro, dera violento empurrão e tapa na sua então namorada, Letícia Weber, que caiu ao chão. Aécio, demonstrando tolerância e bondade, nunca respondeu ao Juca Kfouri, nem o processou. Essa cena já havia sido noticiada em 26/10/2009 pela colunista social do grupo Glamurama Joyce Pascowitch e no jornal Hora do Povo em 4 e 5 Nov 2009. 

No seu governo em Minas Gerais, destacou-se por suas obras: um moderno, enorme, caro e luxuoso palácio do governo projetado por Oscar Niemeyer, que Aécio batizou de "Cidade Administrativa Tancredo Neves" em homenagem ao seu avô; e dois bons aeroportos nas muito pequenas cidades de Claudio e Montezuma, coincidentemente próximas de suas fazendas e empreendimentos particulares. Por isso, tem sido "levianamente" (como ele disse no debate eleitoral) atacado por alguns.


Novo Palácio do Governo feito por Aécio

Renunciou em 2010 ao governo de MG para assumir o mandato de senador que termina em 2018. No ano passado, assumiu a presidência do PSDB.

Tudo isso ele conquistou na vida por mérito próprio, sem nenhuma influência pessoal ou de sobrenome do seu avô, que foi eleito em 1984 Presidente da República por via indireta, por "Colégio Eleitoral".

Todas essas atividades exercidas por Aécio em grande parte à distância evidenciam suas qualidades de genial gerente não centralizador, que transmite suas sábias orientações sem precisar estar presente, nem mesmo expressá-las para ninguém. Foi elevado, pelo PSDB e pela mídia, ao altar de exemplo máximo do modo de governar tucano. Tornou-se o exemplo do "choque de gestão" tucano. Muitos dizem que seria por suas posições antinacionais, típicas do PSDB, ao agrado da direita e do mercado financeiro internacional e sua mídia.

Todo gênio desperta admiração, mas também inveja. Aécio foi vítima de membros de seu próprio partido e de mídia tucana paulista. Eles fizeram sutis e injustas alusões ao seu suposto envolvimento com o consumo e tráfico de drogas. Também, foi vítima de filmagens divulgadas no YouTube que, indevidamente, o mostram cambaleante à noite num bar do Leblon. É, ainda, vítima de interpretações maldosas porque, em abril de 2011, interceptado 
em uma blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro por (incorreta) suspeita de embriaguez, Aécio se recusou a fazer o teste do bafômetro e teve a carteira de habilitação apreendida. Ele também não sabia que a sua carteira de habilitação estava vencida. Oposicionistas, injustamente, lhe apelidaram de Aébrio Neves.

Dentro dessa leitura errada de seus imensos méritos, destaco a reportagem abaixo transcrita, da "Carta Maior", sobre grandes ausências e desempenho pífio de Aécio Neves no mandato de senador]:


Desempenho de Aécio é pífio na formulação e debate de proposições

"O senador tucano Aécio Neves conta com prestígio e popularidade inversamente proporcional à eficácia do seu desempenho como parlamentar.

Por Najla Passos, na "Carta Maior"



Alçado ao posto de "maior líder da oposição" após ser derrotado na corrida presidencial deste ano, o senador tucano Aécio Neves conta com prestígio e popularidade [na mídia tucana e parcela das redes sociais] inversamente proporcional à eficácia do seu desempenho como formulador e debatedor de propostas para solucionar os problemas nacionais.


Eleito senador para o mandato que começou em 2011 e termina em 2018, surfa na popularidade obtida pelo seu histórico familiar de neto e sucessor do ex-presidente Tancredo Neves. Agrega crescente número de apoiadores, primeiro como presidente da Câmara Federal, depois como governador de Minas Gerais e, já eleito senador, como presidente do PSDB e, por fim, como candidato à presidência pelo maior partido de oposição.

Isso faz com que, desde que foi eleito senador, Aécio frequente os vários rankings dos parlamentares mais influentes [na direita] do país e desfrute de espaço privilegiado na mídia. Entretanto, nas atividades estritamente legislativas, seu desempenho é pífio. Em quatro anos no cargo, só assinou 163 proposições, sendo 142 delas requerimentos, ou seja, meros pedidos de informação.

Entre as proposições mais importantes constam apenas duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC). E ambas coletivas, formuladas por dezenas de parlamentares. Já os Projetos de Lei do Senado (PLS) foram apenas 16, sendo três deles coletivos. Dos 13 restantes, um foi retirado de pauta pelo próprio autor. Aécio, portanto, elaborou média de três projetos por ano.

As PEC coletivas tratam de mudanças no pacto federativo, com o aumento no repasse que a União faz para estados e municípios. Ambas foram assinadas pela maioria dos senadores da casa. Dois dos PLS dizem respeito ao projeto de reformulação do Bolsa Família, que ele apresentou ao país durante a última corrida eleitoral. Os outros 11 cuidam de outras mudanças no pacto federativo e de isenções para categorias especificas, como o setor elétrico.

A título de comparação, o senador Humberto Costa (PT- PE) apresentou dez PEC e 62 PLS no mesmo período. Já a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) assina 19 PEC e 75 PLS. A produtividade parlamentar do ex-candidato tucano à presidência é superada, até mesmo, pelo seu ex-candidato à vice, Aloysio Nunes (PSDB-SP), que apresentou nove PEC e 22 PLS.

Os números da atuação política de Aécio Neves também não são expressivos nos debates em plenário. Nesses primeiros anos de mandato, fez somente 141 pronunciamentos, média de 2,9 por mês, e 21 apartes, menos de um a cada dois meses.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), por exemplo, fez 576 pronunciamentos e 137 apartes. Eduardo Suplicy (PT-SP), 718 pronunciamentos e 214 apartes. Ana Amélia, 926 pronunciamentos e 356 apartes.

Seu desempenho é um pouco melhor na relatoria de propostas de outros parlamentares. Participa como titular da comissão mais prestigiada da casa, a de Constituição e Justiça, e é suplente da de Assuntos Sociais. De 2011 até hoje, foi relator de cinco PEC e é, ou foi, relator de 40 projetos de lei da Câmara e do Sendo.

Perfil “articulador”

De acordo com o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Antônio Augusto de Queiroz, responsável pela divulgação anual da lista dos “Cabeças do Congresso Nacional”, o tucano tem grande influência política devido ao histórico familiar, à projeção que alcançou como presidente da Câmara e posteriormente do PSDB e, é claro, ao espaço positivo que conquista na mídia [direitista, tucana]. “As pessoas vão ouvi-lo quando ele faz um pronunciamento. Aécio tem prestígio”, afirma.

Queiroz esclarece que a pesquisa detectou que Aécio tem perfil “articulador”, definido como um parlamentar cuja facilidade de interpretar o pensamento da maioria o credencia a ordenar e criar as condições para o consenso. Outros exemplos de articuladores são Humberto Costa (PT-PE) e Fernando Collor (PTB-AL).

Normalmente, têm livre acesso aos bastidores, ao poder institucional e alto grau de fidelidade às diretrizes partidárias ou ideológicas do grupo político que integram. Não são necessariamente eruditos, intelectuais, mas possuem instinto político e o dom da síntese”, diz o documento do DIAP.

Outras perfis dos “cabeças”

O DIAP também classifica os “cabeças” do Congresso em outras quatro categorias. Os mais produtivos são os "formuladores", que se dedicam à elaboração de textos com propostas para deliberação: as PEC, PL e outros. Exemplos são Romero Jucá (PMDB-RR) e Claudio Puty (PT-PA).

Os mais poderosos são os “formadores de opinião”, parlamentares que, por sua respeitabilidade, credibilidade e prudência, são chamados a arbitrar conflitos ou conduzir negociações políticas de grande relevância. Eduardo Suplicy (PT-SP) e José Sarney (PMDB-AC) são exemplos dessa categoria.

Há também os “negociadores”, aqueles parlamentares que, investidos de autoridade para firmar e honrar compromissos, se sentam à mesa de negociação respaldados para tomar decisões. Exemplos: Walter Pinheiro (PT-BA) e Beto Albuquerque (PSB-RS ), que foi candidato a vice pela chapa de Marina Silva.

E, por fim, os “debatedores”, parlamentares ativos, atentos aos acontecimentos e principalmente com grande senso de oportunidade e capacidade de repercutir, seja no plenário ou na imprensa, os fatos políticos gerados dentro ou fora do Congresso. Exemplos são Randolfe Rodrigues (PSOL-AC) e Ana Amélia (PP-RS)."

FONTE: reportagem de 
Najla Passos, na "Carta Maior"  (http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Desempenho-de-Aecio-e-pifio-na-formulacao-e-debate-de-proposicoes/4/32266).[Título, imagens do google, observação inicial em azul  e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política'].

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