domingo, 19 de outubro de 2014

Da Bloomberg (EUA): AÉCIO NEVES É CONTRA A PETROBRAS E O BRASIL, COMEMORAM PETROLEIRAS NORTE-AMERICANAS


Aécio Neves como visto pelas petroleiras norte-americanas 


O pré-sal na mira dos apoiadores de Aécio

Petroleiras Americanas apoiando Aécio Neves, que promete Mudar a Lei de Partilha.

Tradução de artigo do "Bloomberg News" (EUA), de Outubro 10, 2014, assinado por 
Sabrina Valle e Juan Pablo Spinettom com o título original "Shell to Halliburton Seen Winning With Brazil’s Neves"
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Artigo original em Ingles> http://mobile.bloomberg.com/news/2014-10-10/shell-to-halliburton-seen-winning-with-brazil-s-neves.html
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Vitória de Neves, ganhos da Shell e Halliburton [Perdas da Petrobras e Brasil] 

"A perspectiva de mudança de regime no Brasil está fazendo a 'Petróleo Brasileiro SA' (PETR4) o estoque mais valioso de petróleo do mundo. E também está abrindo as portas para empresas estrangeiras explorarem mais as grandes riquezas energética do país. Políticas que deixaram a estatal Petrobras, com 139.000 milhões dólares em dívida [isto é, investimentos] e projetos no exterior caros, frearam empresas como a "Royal Dutch Shell Plc" (RDSA) e "Halliburton Co." (HAL) de expandir no país. 

O candidato da oposição Aécio Neves promete leiloar licenças de exploração com mais frequência, aumentar os preços dos combustíveis e facilitar o processo legal e burocrático para as Petroleiras estrangeiras. Neves, cujo partido PSDB abriu [generosamente] o petróleo para as petroleiras estrangeiras no final dos anos 90, surpreendeu os analistas ao ficar em segundo lugar na votação 05 de outubro e forçar um segundo turno eleitoral. A frustração entre as empresas de petróleo e seus investidores [estrangeiros] com a Presidente Dilma Rousseff tem crescido desde que ela assumiu o cargo em 2011. No mês passado, um grupo de lobby do petróleo disse que a indústria enfrenta dificuldades e alguns 
fornecedores da Petrobras (PBR) podem deixar o Brasil. 

Neves atacou a administração de Dilma e contratou um consultor da indústria e um funcionário envolvidos nas privatizações na década de 1990 para redigir o seu programa de energia.

"Se Neves ganhar, ele vai abrir aos investidores estrangeiros", disse Robbert van Batenburg, diretor de estratégia de mercado na corretora "Newedge EUA LLC", em entrevista por telefone de Nova Iorque:"Essas restrições às importações e barreiras comerciais não nos ajudam. Se ele ganhar, ele vai reverter todas as restrições". 

A Atração do Pré-Sal

Neves, ex-governador do estado de Minas Gerais, se comprometeu a fazer mais leilões de direitos de exploração. Ele também está pensando em mudar a legislação que obriga a Petrobras, a maior produtora mundial em águas mais profundas do que 1000 pés, a manter um mínimo de 30 por cento em todos os projetos na região chamada de pré-sal. 


Rousseff e Neves estão empatados nas pesquisas eleitorais e há menos de duas semanas da eleição em 26 de outubro. As últimas pesquisas mostram que essa corrida presidencial é a mais contestada em mais de uma década. A Petrobras subiu 9,1 por cento desde que Neves ganhou um lugar no segundo turno, enquanto as outras grandes produtoras caíram. Nos últimos quatro anos, o estoque perdeu 32 % de valor em termos de dólares, e teve o pior desempenho entre os principais concorrentes. "A exigência de que a Petrobras seja a operadora em cada nova descoberta no pré-sal, uma formação sob uma camada de sal no subsolo marinho, deve ser revista para estimular a concorrência [beneficiando as petroleiras estrangeiras] ", Elena Landau, que aconselha Neves em matéria de energia, disse, em uma entrevista ontem no Rio de Janeiro, que "mudanças precisam da aprovação do Congresso".

Operadora Única

"Quando você tem a Petrobras como operadora única, você está limitando a capacidade", disse Landau, que foi apelidada de "Dama de Ferro das Privatizações" pela imprensa brasileira depois de seu envolvimento nas privatizações de empresas públicas durante a década de 1990 no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso/PSDB. "Isso restringe a concorrência". A Petrobras não quis comentar sobre como uma vitória Neves teria impacto na empresa e da indústria. 

As regras existentes no momento maximizam a participação do país no setor, mas também atraem as empresas estrangeiras, disse Aloizio Mercadante, coordenador da campanha de Dilma Rousseff, por e-mail. "Queremos que a Petrobras continue sendo a única operadora, sendo capaz de desenvolver pesquisas altamente científicas e de inovar, e participar de toda a cadeia industrial de gás e petróleo", disse Mercadante em resposta às perguntas da "Bloomberg" sobre a área do pré-sal.

Não Valorizadas

"As empresas estrangeiras não são muito valorizadas por este governo, como se elas fossem irrelevantes", disse ela. Dilma mostra que durante a sua administração mais de 500.000 barris por dia na área do pré-sal já estão sendo produzidos, e disse ter protegido os preços de combustível aos consumidores da volatilidade dos mercados internacionais de petróleo. Ela prevê grande lucro que proporcionará o financiamento de programas sociais para reduzir a pobreza na nação mais populosa da América Latina. A eliminação dos subsídios aos combustíveis, que custaram Petrobras pelo menos 60 bilhões de reais no primeiro mandato de Dilma Rousseff, aumentariam o lucro da empresa e sua capacidade de comprar bens e serviços [não no Brasil, mas] de fornecedores [estrangeiros] como a "Halliburton", de acordo com o Instituto Brasileiro de Petróleo, ou IBP, um grupo que faz lobby para a indústria.

Trabalhadores Perdem

Em meados de 2010, o "Halliburton Chief Executive Officer" David Lesar disse que a receita do Brasil cresceu quase 30 por cento, quando a empresa investiu em infraestrutura. Em janeiro, ele disse que as empresas de serviços foram "à procura de alívio", depois que as atividades de perfuração caíram abaixo das expectativas [dos fornecedores estrangeiros, que querem tudo e de imediato]. 


A "Halliburton" não quis comentar sobre o impacto de uma possível vitória de Neves nas urnas. "Os produtos de classe mundial e serviços convenientes também precisam ser competitivos em preço", disse o vice-presidente da Shell para novos negócios nas Américas Jorge Santos Silva, durante uma conferência de petróleo offshore no mês passado. "Um dos maiores desafios que a indústria enfrenta é como ajudar os fornecedores locais e desenvolver produtos e serviços", disse ele.

A Shell está sempre disposta a trabalhar com representantes do governo em que atua e prefere não comentar sobre eleições, ele disse em uma resposta por e-mail. O Brasil está perdendo trabalhadores qualificados de petróleo para outros países por causa de cancelamentos ou atrasos do projeto, disse Paulo Cesar Martins, o chefe da associação Abespetro de empresas de serviços offshore de petróleo, na mesma conferência. As companhias petrolíferas [estrangeiras] precisam ter leilões com frequência para manterem a equipe e os investimentos no Brasil, disse ele. O número de sondas de perfuração operados por outras empresas que não são da Petrobras caíram de 17 para 3, em 2010, ele disse.

Deus é brasileiro

Cardoso/PSDB, o ex-presidente, quebrou o monopólio da Petrobras na exploração e produção de petróleo em 1997 e criou os primeiros leilões de exploração, leiloados sob um modelo de "concessão" em 1999. O Brasil realizava leilões todo ano, até o ano de 2008. 


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que os depósitos maciços eram prova de que "Deus é brasileiro" e decidiu que a Petrobras seria responsável por todos os projetos futuros na região [e que os benefícios deveriam ser maiores para os brasileiros]. 

Lula suspendeu licenças offshore para manter reservas de petróleo recém-descobertas do Brasil sob o controle do governo por meio da Petrobras, e o Brasil ficou sem oferecer nenhum leilão aberto na área no Pré-sal até 2013. Em 2007, Lula e Dilma, então ministra da Energia e depois chefe de gabinete, começou a planejar a legislação para permitir que o governo, por meio da Petrobras, mantivesse o controle do ritmo de desenvolvimento. Sabendo que custaria centenas de bilhões de dólares para desenvolver a região do pré-sal, eles ainda queriam empresas estrangeiras para ajudar a produção de finanças como sócios minoritários, mas sem entregar à eles o poder de definir orçamentos ou decidir onde perfurar.

Um Líder

A legislação resultante foi algo nunca antes visto na indústria [estrangeira, acostumada no Brasil a ser sempre a beneficiada]. As empresas petrolíferas são livres para formar consórcios e lances contra a Petrobras. Se eles vencerem, eles precisam convidar o ex-rival para se juntar ao grupo, com uma participação de 30 por cento e conceder-lhe o controle sobre as decisões do dia-a-dia. Nenhuma empresa entrou no leilão contra a Petrobras, quando o Brasil colocou o modelo à prova. Ela leiloou os direitos para produzir em Libra, um campo com valor equivalente as atuais reservas provadas brasileiras, e apenas um grupo liderado pela Petrobras colocou uma oferta. "O Monopólio" do produtor estatal sobre o pré-sal precisa ser revisto [para beneficiar empresas estrangeiras, seus lucros e seus empregos], disse Adriano Pires, o consultor e coautor do plano de Petróleo de Aécio Neves. Disse em uma entrevista por telefone do Rio."A Petrobras não pode ser um instrumento de uso político", disse Pires. "Muita coisa vai ter que mudar."


FONTE: tradução de artigo do "Bloomberg News", de Outubro 10, 2014, assinado por Sabrina Valle e Juan Pablo Spinettom com o título original "Shell to Halliburton Seen Winning With Brazil’s Neves". Traduzido por Isabel Monteiro (@GringaBrazilien) em 17/10/2014
Artigo Original em Inglês, publicado por Bloomberg News em: http://mobile.bloomberg.com/news/2014-10-10/shell-to-halliburton-seen-winning-with-brazil-s-neves
LINK DA PUBLICAÇÃO:http://presalbrazil.blogspot.co.uk/2014/10/petroleiras-americanas-apoiando-aecio.html
Postado no "Jornal GGN" (http://jornalggn.com.br/noticia/o-pre-sal-na-mira-dos-apoiadores-de-aecio). [Título, imagem do google e trechos entre colchetes acrescentados por este blog 'democracia&política']

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