sábado, 13 de setembro de 2014

MARINA PROPÕE LINDO CASAMENTO DE BANQUEIROS COM BLACK BOCS




O 18 de Brumário de Marina Silva

Por Miguel do Rosário

"Faz sol na democracia brasileira.

Que diferença entre a sombria atmosfera política das redes sociais e da mídia, e o Brasil real!

O desemprego caiu aos níveis mais baixos da nossa história.

De um lado, um bando de neurastênicos pessimistas.

De outro, um povo vivendo a sua vida.

Fazendo churrasco nos subúrbios, bebendo cerveja nos finais de semana, lotando os aeroportos, assistindo seus filhos entrarem na universidade!

O crescimento modesto da economia, contudo, reflete o fim de um ciclo.

Não um ciclo político. Esse ainda vive a sua infância.

O que chega ao fim é um ciclo econômico. Sem completar as obras de infraestrutura que estão em curso, será muito voltar a crescer sem inflação.

Um país de pobres está se tornando um país de classe média.

E isso corresponde, naturalmente, a uma mudança química profunda no espírito de todo um povo.

As manifestações de 2013 foram – quem sabe – o ponto de ebulição.

Estamos no limiar de grandes transformações estruturais!

Os anseios dos brasileiros, pedindo mudanças, espelha as comichões no estômago de uma sociedade que pressente a vinda de novos tempos.

Nos últimos doze anos, renovamos a malha elétrica, investimos em novas fontes de energia (alternativas e tradicionais), descobrimos enormes reservas de petróleo, iniciamos grandes obras de infraestrutura, assentamos as bases para um novo ciclo de industrialização.

O pessimismo é uma falácia. O brasileiro nunca esteve tão satisfeito.

Estar satisfeito, porém, não é ser um imbecil. O brasileiro quer mudanças, claro!

Todo mundo – com exceção dos imbecis – quer mudar, quer melhorar de vida!

Até os ricos querem ficar mais ricos!

Segundo o Ibope divulgado sexta-feira, 81% dos brasileiros estão satisfeitos com vida que levam hoje.



O professor Wanderley Guilherme acertou, mais uma vez, na mosca. A oposição – tanto a oficial quanto a que agora se esconde no cavalo de troia de Marina Silva – quer colher o que não plantou.

Quando no poder, o PSDB não realizou nenhuma obra substancial de infraestrutura; e ainda entregou um governo com as finanças estouradas.

Desemprego, inflação, juros, câmbio, dívida pública. Os indicadores ao final da era FHC/PSDB-DEM eram desastrosos.

O povo sabe disso, daí o fracasso eleitoral de Aécio Neves e o declínio dos partidos da direita clássica, PSDB e DEM.

Daí também a angústia das classes mais abastadas para segurar as rédeas de um processo que começa, naturalmente, a se acelerar.

Marina Silva é o Luis Bonaparte dos novos tempos.

Assim como Bonaparte na França de 1851, Marina Silva unifica um grande contingente de despolitizados, de um lado, e setores da elite irritados com seus próprios representantes partidários, de outro.

O ensaio de Marx nunca foi tão atual.

Só que a burguesia marinista deve se cuidar, porque o bonapartismo acabou se voltando contra os próprios conspiradores.

O aventureiro Luis Bonaparte surfou nas “jornadas de junho” de 1848, um período de fogosa rebeldia política.

Bonaparte teve a sabedoria de se abster por ocasião das violentas repressões que marcaram o período. Com isso, elegeu-se com grande maioria em 1851.

Marina quer igualmente surfar em nossas jornadas de junho de 2013.

Sem cargo político ou administrativo, contando apenas com financiamento de Neca Setúbal, herdeira do Itaú, morando num apartamento pertencente a um dono de postos de gasolina (para isso o petróleo serve), Marina Silva pode posar de vestal imaculada.

Só que as ruas não pediram “independência do Banco Central”.

As ruas quebraram agências do Itaú. Marina entregou seu programa de governo em mãos da herdeira do Itaú.

O bonapartismo verde-zen de Marina pode ser tão perturbador quanto o de Luis Bonaparte no século XIX.

Sem base partidária, sem apoio de movimentos sociais ou sindicais importantes, resta ao marinismo, assim como a Bonaparte, brandir um suposto apoio das massas despolitizadas, de um lado, e da elite financeira de outro.

Que lindo e romântico casamento! Banqueiros e black blocs!

Felizmente, como eu dizia ao início do post, o sol brilha forte em nossa democracia.

O PIB crescerá pouco este ano. Mas, como disse algum sábio, o trabalhador não come PIB.

O consumo de carne nunca foi tão farto. Segundo a CNA, apenas de 2010 a 2013, o brasileiro elevou seu consumo de carne de 36 para 42 quilos por ano.

A mortalidade infantil nunca foi tão baixa.

Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional da Longevidade, afirma que o Brasil vive uma “revolução” da longevidade.

Na década de 70, a esperança de vida dos brasileiros era de 53 anos. Hoje ultrapassa os 75!

Nenhuma notícia dessas virou capa de jornal. Nem as propagandas eleitorais parecem se importar com isso.

O clima de apocalipse nacional, contudo, que alguns brandem nas redes sociais, é uma odiosa mentira!

Um novo Brasil está nascendo!"


FONTE: escrito por Miguel do Rosário em seu blog "O Cafezinho"   (http://www.ocafezinho.com/2014/09/12/o-18-de-brumario-de-marina-silva/).[Título extraído do texto e adicionado por este blog 'democracia&política'].

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