quarta-feira, 13 de agosto de 2014

APÓSTOLOS DA VOLTA AO PASSADO TUCANO




"Estadão": apóstolos da volta ao passado 


Do blog de Zé Dirceu:

"Dr. Armínio Fraga, o futuro ministro da Fazenda do senador demotucano Aécio Neves (PSDB-MG) caso ele se eleja presidente da República, pontificou de novo nas páginas do 'Estadão' de domingo. Não trouxe nenhuma novidade, nem precisava para estar nas páginas do jornalão. O jornal "O Estado de S.Paulo", domingo sim e no outro também, traz sempre uma página com ex-presidentes do Banco Central da era do tucanato do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Todo domingo, eles e neoliberais que presidiram o banco, ou ocuparam postos importantes em governos anteriores aos do PT, até nos governos da ditadura militar, estão lá para exporem suas ideias, defenderem suas teses e pedirem a volta ao passado. Alguns desses expoentes já vieram 3 ou 4 domingos, daí não ter importância que Armínio e outros não tenham novidades. Ali eles têm espaço cativo.

Já autoridade econômica dos governos do PT para ter espaço ali é um milagre. Quantas vezes nos últimos quatro anos vocês viram os Dr. Henrique Meirelles, presidente do BC no governo Lula domingos seguidos nas páginas do "Estadão"? Ou o Dr. Alexandre Tombini, presidente do banco há quatro anos no governo Dilma Rousseff?

Para esses, conseguir espaço lá é um milagre. Até o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por exemplo, com uma página na semana passada, com aquela entrevista em que negou que o governo tenha tarifaço na gaveta é fato raro. Autoridade econômica dos governos Lula e Dilma quando conseguem espaço num desses jornalões conservadores entraram, que para a história…

Já o Dr. Armínio Fraga, pela enésima vez que voltava à economia do "Estadão", no domingo afirmou que o país tem hoje um ‘não sistema’ tributário e que aposta numa reforma tributária quando assumir – se assumir – o Ministério da Fazenda num futuro governo. Aposta na reforma tributária que o seu partido, o do candidato Aécio, jamais deixou ser feita. Armínio diz, também, que vai rever a política industrial do país. E aí, leitores é que reside o perigo!

Como vocês veem, temos de novo os tucanos falando grosso sem autoridade nenhuma para tanto. Nos oito anos que governaram o país (1995-2002), aumentaram a carga tributário em 7%, dobraram a dívida publica e venderam a preço irrisórios, na chamada bacia das almas, grande parte do patrimônio publico.

Na privataria venderam ativos públicos em moedas podres

Fizeram-no sem investir um real do dinheiro arrecadado. Venderam ativos que valiam cinco, dez, cinquenta vezes mais o valor de venda em leilões com moeda podre e financiamento do BNDES, com o grande grupo econômico comprador podendo descontar no imposto de renda o valor pago como ágio.

A bem da verdade, nem se podia, nem se pode chamar até hoje aquilo de "venda". Foi uma dádiva do Estado para grupos empresariais selecionados por critérios políticos…

Política industrial, então – e o perigo reside aí, no fato de Armínio falar que vai “reformar” a política industrial – era uma palavra proibida no governo FHC. Tê-la ou defendê-la era considerado atraso e coisa do passado. Os que a defendiam eram taxados de dinossauros…e o BNDES foi reduzido a um banco para financiar privatizações – ou privatarias, como preferem chamam alguns

Naquele tempo, com o dólar a um real e sem proteção comercial e defesa tarifária, nossa indústria foi desarticulada….com uma abertura desenfreada, sem critérios, limites e objetivos delineados, sem alternativa de políticas industriais e inovação. Esse é o tempo que o Drs. Armínio e Aécio querem de volta. Tempos que não deram certo para a grande maioria da população, tempos em que deu tudo errado, menos para os que se beneficiaram, e regiamente, daquelas políticas."

FONTE: postado no blog de Zé Dirceu e transcrito no "Blog do Miro" (http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/08/estadao-apostolos-da-volta-ao-passado.html#more).

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