terça-feira, 25 de março de 2014

TUCANOS E FHC PROMOVEM GOLPE BRANCO




[Obs. deste 'democracia&política":


É bem atual uma frase dita por ministro de FHC sobre as privatizações : "Chegamos ao limite da irresponsabilidade".

Lembrei-me dessa confissão ao ler o artigo abaixo de FHC. 

A direita, via FHC, após frustrada tentativa de insuflar os militares e os saudosistas da ditadura, agora reforça outra tática: o apoio da opinião publicada (a da mídia) para golpe via Congresso, como há pouco tempo conseguiu no Paraguai contra Lugo. 

A ênfase tucana no golpe branco decorre das seguintes considerações:    
- o novo fracasso do apoio popular ao golpe da direita via militares, evidenciado no fiasco da 2ª edição das "Marchas com Deus" de sábado último, apesar de convocadas com ampla divulgação pela grande mídia aberta e pelas redes sociais; 
- o apoio popular que Dilma recebe, segundo a última pesquisa Ibope (assim como Jango Goulart também tinha o apoio da maior parte da população em março de 1964, de acordo com as escondidas e agora reveladas pesquisas da época); e 
- que esse apoio popular à Dilma inviabiliza a volta da direita ao poder via eleições. 

Essa nova linha-de-ação foi também sugerida por FHC em artigo na tucana "Folha de São Paulo" no domingo. Obviamente, esperto, ele usa como sempre uma linguagem floreada. O texto disfarça a conotação escusa, cínica, irresponsável, maquiavélica.

Assim como no golpe contra Jango, a direita brasileira atua com os apoios da "grande" mídia, dos partidos "conservadores" (PSDB, DEM, PPS e o recém-convertido PSB) e da alcunhada "elite". Principalmente, age sempre em sintonia com interesses e recursos dos grandes grupos econômicos e financeiros estrangeiros e dos governos de seus países-sede, principalmente os EUA. Recursos esses que, em geral, aqui chegam remetidos via ONG, como no noticiado caso da Fundação Ford, que teria repassado US$ 145 mil (valor não atualizado) para FHC/CEBRAP].

  
Da "Folha" de domingo (23): 

FHC COMPARA SITUAÇÃO DE DILMA À DE JOÃO GOULART

"Cinquenta anos depois do golpe militar de 1964, o ex-presidente do PSDB vê no governo Dilma reflexos da crise que levou à deposição de Jango: "Nossa democracia está se enraizando, mas ainda estamos em busca de um modo mais eficaz", diz; "Ninguém quer dar golpe hoje no Brasil, mas ninguém sabe muito bem como atender demandas que aparecem de repente, com esses mecanismos lentos, muitas vezes desconectados, que são o Palácio e o Congresso"; segundo ele, o meio mais saudável de conduzir o Congresso à tomada de decisões de interesse nacional é convencer a opinião pública das suas razões

Exilado [regiamente pago pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL)]
durante o início da ditadura militar, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou ao Brasil em 1968 para criar o "Movimento Democrático Brasileiro" (MDB).

Três décadas depois do golpe, ele vê nos problemas de Dilma com o Congresso reflexos da crise que derrubou Jango. "Nossa democracia está se enraizando, mas ainda estamos em busca de um modo mais eficaz", diz. "Ninguém quer dar golpe hoje no Brasil, mas ninguém sabe muito bem como atender demandas que aparecem de repente, com esses mecanismos lentos, muitas vezes desconectados, que são o palácio e o Congresso."

Em 1964, FHC diz que o governo estava perdendo o controle da situação. “Jango assustava os proprietários e a [pequena] classe média mais tradicional quando prometia reforma agrária e reforma urbana. Nós estávamos na Guerra Fria, e a tendência era radicalizar”.

Ele cita a relação com o Congresso como decisiva para o equilíbrio do poder: “Isso vinha desde Jânio Quadros. Ele tinha tudo na mão, eleito pelo povo, e um Congresso com o qual podia negociar, mas quis impor a autoridade presidencial sobre o Congresso e não conseguiu”.

Nesse contexto, diz que Dilma tem que pedir mais ao Congresso a tomada de decisões de interesse nacional. “Para isso, o mecanismo mais saudável é convencer a opinião pública das suas razões”, diz (leia aqui a entrevista à Folha de S. Paulo).

FONTE: Do "Brasil 247" (http://www.brasil247.com/pt/247/poder/134175/FHC-compara-situa%C3%A7%C3%A3o-de-Dilma-%C3%A0-de-Jo%C3%A3o-Goulart.htm). [Observação inicial entre colchetes e em azul adicionada por este blog 'democracia&política'].

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