quinta-feira, 27 de março de 2014

BANCO "J.P. MORGAN", "DATAFOLHA", IBOPE ESTUDAM COMO DERRUBAR DILMA




DATAFALHA E CONGÊNERES SE UNEM CONTRA DILMA

Do 
"Rede Brasil Atual" via "Conversa Afiada":

75% dos espectadores não querem assistir ao jornal nacional

O Conversa Afiada reproduz texto da "Rede Brasil Atual":


EM ENCONTRO, INSTITUTOS DE PESQUISA BUSCAM FÓRMULA PERFEITA PARA DERROTAR DILMA

"Apostas se concentram sobre apagões e problemas na Copa, capazes de provocar mau humor e desgastar a imagem de gestora associada à presidenta. Economia, ‘muito complicada para o povão’, é descartada

São Paulo – O "World Trade Center", prédio empresarial de luxo às margens da Marginal Pinheiros, em São Paulo, sediou até o fim da tarde de terça-feira (25) o "6º Congresso Brasileiro de Pesquisa", que reúne especialistas em dados e estatísticas de todas as áreas – e, como não poderia deixar de ser em ano de disputa pela Presidência da República, também os profissionais das pesquisas de opinião e eleitorais. Representantes de Ibope, Vox Populi, Datafolha e Sensus foram convidados para uma mesa de debate sobre as tendências do eleitorado em um ano que acumula, além do pleito, a realização da Copa do Mundo da Fifa e a perspectiva de manifestações de rua inspiradas pela mobilização de junho de 2013.

A mesa, porém, embora batizada de “Debate sobre o cenário da eleição presidencial 2014″, poderia ter outro nome: “Como derrotar Dilma Rousseff?”. Mediado por Emy Shayo, analista do banco norte-americano "J.P. Morgan", que também redigiu a maior parte das perguntas feitas aos convidados, o debate explorou monotematicamente as fragilidades da candidatura petista à reeleição e ditou fórmulas, com base nos resultados das últimas pesquisas de opinião, sobre como enfraquecer a campanha governista. O público, composto principalmente por empresários, profissionais da área e jornalistas, embarcaram nos “testes de hipótese” propostos pela organização e seguiram a mesma linha em seus questionamentos.

Regidos pela assessora do banco, os debatedores apresentaram conclusões importantes para a plateia. Petrobras e rating do Brasil, por exemplo, são temas “para o 'Valor Econômico', para os participantes deste fórum, mas muito complicados para o povão”, de acordo com Márcia Cavallari, do Ibope. Já as manifestações contra a Copa do Mundo, segundo os debatedores, podem desestabilizar o governo desde que alcancem o público “desejado”.

É garantida a confusão durante a Copa. Estou na bolsa de apostas com 150 mil pessoas na rua durante a Copa”, torce Ricardo Guedes, do "Sensus". O resultado em campo não importa: Mauro Paulino, do "Datafolha", ressaltou que não houve mudança no comportamento dos eleitores após a vitória na Copa das Confederações, por exemplo, mas destacou que “a chance de atingir o governo é havendo problemas na execução”.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, também foi descartado como elemento-surpresa para favorecer a oposição porque sua suposta imagem de impoluto não encaixa no figurino nem de Aécio Neves (PSDB), nem de Eduardo Campos (PSB), mas há “esperança” em relação à possibilidade de crise energética e de abastecimento de água.

Para Antonio Lavareda, da consultoria política MCI, “esse tipo de crise atinge o cerne da imagem de Dilma, que é a da gestora, da mulher-eficiência”. As consequências da má gestão das águas sobre a imagem de Geraldo Alckmin (PSDB), que também concorre à reeleição neste ano e cujo governo gere o abastecimento de água e o tratamento de esgoto em São Paulo, não foram abordadas durante o debate...

Lavareda foi um dos palestrantes mais requisitados pela mediação, embora não pertença a nenhum instituto de pesquisa. Ele foi o único a defender abertamente que a presidenta entra na disputa em desvantagem: de acordo com ele, 60% dos brasileiros querem a mudança e esse capital político irá se acumular em torno do candidato da oposição capaz de chegar ao segundo turno. “É quase certo que haverá segundo turno”, afirmou.

Ele protagonizou ainda o momento de maior sinceridade do encontro: diretamente questionado pela mediadora sobre o que é necessário fazer para que o PSDB consiga usar a “paternidade” do Plano Real de forma eficiente contra o PT nas eleições, disse apenas: “Esse tipo de assessoria é o que fazemos em minha empresa, e não somos uma entidade filantrópica”. Embora não confirme a informação, a empresa de Lavareda está acertada com o PSB de Eduardo Campos para a campanha eleitoral deste ano, após muitos anos se dedicando a serviços ao PSDB.

Antonio Lavareda é um “pesquisador” organicamente tucano.

No momento, parece, trabalha para Eduardo Campos, pernambucano como ele.

Lavareda não acerta uma.

Disse que Alckmin iria derrotar Lula, por exemplo, com a convicção do Ataulfo Merval de Paiva (*).

Ataulfo é a trombeta da tese de que 60% dos eleitores querem mudar.

É a fantasia que anima o Dudu Campriles, esse subAécio, como diz o Fernando Brito.

É mais ou menos como dizer que 75% dos espectadores não querem assistir ao jornal nacional – que é líder com 25% da audiência.

Na verdade, nos votos válidos, a Dilma tem 63% das intenções de voto.

Mas, sabe como é, amigo navegante: o Merval e o Lavareda dizem essas coisas porque não são entidades filantrópicas."

(*) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no discurso de posse . Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus "notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos" [sic!], em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia. E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”."


FONTE: do "Rede Brasil Atual" via "Conversa Afiada", do jornalista  Paulo Henrique Amorim  (http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/03/25/datafalha-e-congeneres-se-unem-contra-dilma/).

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