sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

FBI (EUA) PODE LIGAR CÂMERA DO SEU COMPUTADOR SEM VOCÊ PERCEBER, diz ex-diretor


Do UOL, em São Paulo

Ex-diretor do FBI diz que é possível filmar com a webcam de um computador sem que o dono perceba

Em entrevista ao jornal americano "Washington Post", Marcus Thomas, antigo diretor-assistente do FBI (polícia federal dos EUA), disse que a agência pode ligar a câmera do computador de uma pessoa sem que ela perceba e que o órgão tem utilizado essa técnica para espionagem há alguns anos. A afirmação do ex-diretor foi feita durante o detalhamento de uma investigação de um homem supostamente iraniano conhecido como "Mo". Ele fez uma série de ameaças a bombas a universidades e aeroportos americanos, mas a instituição não conseguiu achá-lo.

A maioria das câmeras de computador conta com uma luz que informa quando o acessório está ativo. No entanto, o FBI diz conseguir gravar sem que esse indicador seja aceso. De acordo com Thomas, a técnica já foi usada em casos de terrorismo e investigações criminais.

O método usado pela polícia americana é parecido com o de “hackers”. O ataque acaba sendo feito por meio da exploração de alguma falha no computador. A mais comum é por meio de um ataque de “phishing”: é enviado um e-mail para a vítima com um link malicioso. Ao clicar nele, a pessoa é infectada e conectada com um computador da agência.

Segundo fontes do jornal americano, o artifício é usado com moderação e também acaba sendo uma forma de burlar a burocracia em conseguir um mandado judicial. A pena por espionagem virtual, caso a vítima descubra, é menor que em outras situações. Se a polícia invadir uma casa para fazer uma batida, o dono pode entrar com uma ação contra a instituição. Em contraposição, o mesmo direito à privacidade não é colocado em prática quando a invasão de privacidade é virtual.

De acordo com a matéria do "Washington Post", a ferramenta mais poderosa do FBI consegue baixar arquivos, imagens, e-mails, ativar câmera e filmar, sem que o dono do dispositivo perceba.”

FONTE: do portal UOL, em São Paulo, com informações do "Daily Dot" e "Washington Post" (http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/12/09/fbi-pode-ligar-camera-do-computador-sem-usuario-perceber-diz-ex-diretor.htm). [Trecho entre colchetes adicionado por este blog 'democracia&política'].

COMPLEMENTAÇÃO nº 1

O BRASIL, OS EUA E A ESPIONAGEM ELETRÔNICA 




Por Mauro Santayana, em seu blog

“Como o jogador de xadrez que usa todo o terbelho [termo arcaico que compreende todas as peças no jogo de xadrez, inclusive os peões] em busca de uma simplificação positiva que possa levá-lo a fortalecer-se na finalização, o Brasil parece ter se recuperado da divulgação das ações de espionagem da ABIN de há 10 anos, e avança, com paciência e determinação, na batalha que move contra os EUA e seus aliados na espionagem eletrônica, no âmbito da internet.

[Este mês], três movimentos foram executados nesse sentido. O primeiro tem o objetivo de atrair o adversário para o interior de nossas linhas. Os dois outros correspondem ao deslocamento de nossos bispos para os flancos, com a visita do Chanceler Luiz Alberto Figueiredo, ontem, a Moscou e a presença do Ministro da Defesa, Celso Amorim, na terça-feira, em Buenos Aires.

Os Estados Unidos foram, formalmente, convidados pelo Governo Brasileiro, para a Conferência que será realizada em abril de 2014, em São Paulo, da qual participarão vários países e instituições internacionais, para discutir uma nova governança para a internet.

Chamando os EUA, o Brasil que dar a entender que a reunião não se fará “contra” os Estados Unidos. Mas está claro que Washington será o principal alvo dos países participantes do encontro.

Em Moscou, o Chanceler Luiz Alberto Figueiredo reuniu-se com seu homólogo russo, Serguei Lavrov, para tratar também do tema – a Rússia também foi convidada – em, em declarações conjuntas, os dois países manifestaram sua preocupação com a quebra de sigilo rotineiramente praticada pelas agências de espionagem norte-americanas.

Simultaneamente, Celso Amorim reuniu-se em Buenos Aires com o Ministro da Defesa argentino, Agustin Rossi, para o estabelecimento de um Acordo Bilateral de Defesa Cibernética.

Rossi pretende visitar pessoalmente o Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército, em Brasília. Militares argentinos serão também enviados ao Brasil, e técnicos brasileiros farão apresentações sobre o tema, no Instituto Universitário do Exército Argentino, em Buenos Aires.

Amorim afirmou que o assunto deve ser tratado na próxima reunião do Conselho de Defesa da América do Sul, e o Ministro da Defesa argentino ressaltou a necessidade dos países da UNASUL – União das Nações Sul-americanas, estabelecerem uma estratégia comum e conjunta de Defesa na área cibernética.

No dia primeiro de novembro, Brasil e Alemanha já haviam apresentado, na ONU, iniciativa voltada para a criação de nova arquitetura de controle da internet.

Brasil e Rússia também abordaram o tema na reunião de Moscou, e o Ministro das Relações Exteriores russo reafirmou o apoio de seu país ao projeto teuto-brasileiro.

Segundo Figueiredo, os Estados Unidos estão tentando frear a iniciativa apresentada por Berlim e Brasília. A intenção é modificar o texto do projeto de forma a que cada nação tivesse a responsabilidade de assegurar o direito ao sigilo das comunicações apenas de seus próprios cidadãos.

Dessa forma, as agências de espionagem norte-americanas continuariam livres para vigiar e invadir comunicações eletrônicas de qualquer pessoa, fora dos Estados Unidos.”

FONTE da complementação nº 1: escrito por Mauro Santayana, em seu blog, e transcrito no portal “Vermelho”. O autor é colunista político do “Jornal do Brasil”, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da “Ultima Hora” (1959), e trabalhou na “Folha de S. Paulo” (1976-82), onde foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=230451&id_secao=9) [Imagem do google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

COMPLEMENTAÇÃO nº 2

EUA INFILTRARAM ESPIÕES EM JOGOS ON-LINE


Objetivo da NSA, segundo documento vazado por Edward Snowden, era descobrir se "terroristas usavam os games"

Não há indicações de que a vigilância tenha evitado complôs; ação causa receio quanto à privacidade de todos os jogadores

Por James Balldo no "The Guardian"

Para o analista da NSA (Agência de Segurança Nacional) americana que escrevia um relatório para seus superiores, a situação era clara: os esforços de vigilância da organização deixavam algo a desejar. Seu enorme arsenal de escutas e suas operações de hackers não bastavam. Era de um exército clandestino de "Orcs" que eles precisavam.

Essa visão deflagrou uma campanha da NSA e de sua contraparte britânica, o QG de Comunicações do Governo (GCHQ) para infiltrar grandes comunidades de jogos on-line, dizem documentos secretos revelados pelo denunciante Edward Snowden.

As agências, demonstram os documentos, criaram capacidades de coleta maciça de dados da rede de videogames on-line "Xbox Live" (mais de 48 milhões de jogadores).

Agentes reais foram infiltrados nos reinos virtuais, das hordas de "Orcs" em "World of Warcraft" aos avatares humanos do "Second Life". Também houve tentativas de recrutar possíveis informantes entre os usuários dos jogos.

Os jogos on-line são um grande negócio, atraindo dezenas de milhões de jogadores em todo o mundo. O que as agências de inteligência temiam é que, entre os clãs de elfos e goblins inocentes, houvesse terroristas à espreita.

O documento da NSA, "Explorando o Uso Terrorista de Jogos e Ambientes Virtuais", de 2008, enfatizava o risco de vigilância insuficiente das comunidades de videogames, descrevendo-as como "rede de comunicações ricas em alvos", nas quais alvos das agências de inteligência podiam operar abertamente, mas de modo clandestino.

Os jogos, o analista escreveu, "são uma oportunidade!". Segundo suas notas, havia tantos agentes de inteligência americanos nas comunidades de jogos on-line que foi necessário criar um grupo de "resolução de conflitos" para garantir que eles não espionassem uns aos outros.

Se propriamente explorados, os jogos poderiam produzir vastos volumes de inteligência, diz o documento. Poderiam ser usados, por exemplo, para abordar agentes clandestinos. A capacidade de extrair informações dos canais de bate-papo em videogames seria necessária, alegava o texto, devido a seu potencial de uso anônimo.

Mas os documentos não contêm indicações de que a vigilância tenha evitado complôs terroristas. Tampouco há provas claras de que grupos terroristas estivessem usando as comunidades virtuais.

As operações causam preocupação quanto à privacidade dos jogadores. Não está claro de que forma as agências obtiveram acesso a seus dados nem como NSA garantiu que não estivesse monitorando americanos inocentes.

A produtora californiana do "World of Warcraft" disse que NSA e GCHQ não solicitaram sua permissão para recolher informações do jogo. A Microsoft e o criador do "Second Life" não falaram.

A NSA se recusou a responder sobre a vigilância. Um porta-voz do GCHQ disse que sua organização "não confirma nem nega" as revelações, mas acrescentou que "todo o trabalho do GCHQ é executado conforme uma estrutura legal e política rigorosa".

FONTE da complementação nº 2: escrito por James Balldo no "The Guardian". Publicado no portal UOL com tradução de Paulo Migliacci   (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/142996-eua-infiltraram-espioes-em-jogos-on-line.shtml).

COMPLEMENTAÇÃO nº 3

OS EUA E A PESADA CONTA DA NSA


“As revelações feitas pelo ex-analista de informações da NSA, Edward Snowden, sobre o monitoramento pelas agências de espionagem norte-americanas, de empresas e governos estrangeiros, e a quebra da privacidade e do sigilo na internet de milhões de cidadãos de todo o mundo, não teve repercussão apenas nos meios políticos e estratégicos.

Por Mauro Santayana, em seu blog

Empresários que trabalham com grandes grupos e empresas na internet têm manifestado sua insatisfação com o comportamento dos Estados Unidos e as consequências, para os seus negócios, da crescente desconfiança dos consumidores com tudo o que cerca o universo da Tecnologia da Informação.

Na semana passada, na Inglaterra, Mark Zuckenberg tocou no assunto no programa semanal da emissora inglesa de televisão BBC - “The Week”. “O governo norte-americano estragou tudo com esse problema da espionagem” – afirmou o fundador e principal executivo do “Facebook”.

No dia 12 de novembro, executivos da “Microsoft”, do “Google” e do próprio “Facebook”, em audiência no Parlamento Europeu, negaram a existência de “portas traseiras” [backdoors] em seus sistemas, e o acesso automático, por parte de agências norte-americanas de espionagem, a seus bancos de dados, no contexto do programa PRISM (prisma) de espionagem.

Em muitos países, os governos estão recomendando que seus cidadãos encerrem suas contas em empresas norte-americanas de internet.

Em junho, por exemplo, a Ministra Iris Varela, ligada à área de segurança da Venezuela, já havia pedido que os internautas daquele país parassem de usar o “Facebook”.

No mês seguinte, 63 empresas norte-americanas pediram, em carta dirigida ao governo, maior transparência nos pedidos judiciais de informação feitos pela NSA, com a divulgação do número de pedidos e do tipo de informação requerida.

Assinaram a carta, entre outras, o “Facebook”, a “Microsoft”, a “Apple”, “Dropbox”, “Yahoo”, “Mozilla”, “Linkedin”, “Meetup”, “Reddit”, “Tumbr” e a “Cisco”.

O principal executivo da “Cisco”, John Chambers, afirmou, no dia 17 de novembro, que a demanda pelos produtos e serviços da companhia diminuiu depois das denúncias, principalmente em mercados emergentes, como a China, o México e a Índia, onde caiu 18%. A perspectiva de problemas relacionados ao escândalo de espionagem fez com que as ações da “Cisco” caíssem também em 10%.

Tudo isso explica porque a “Information Technology & Innovation Foundation” – “Fundação para a Informação Tecnológica e a Inovação”, financiada, está prevendo, em recente relatório, que a espionagem do governo norte-americano no exterior poderá custar às empresas norte-americanas da área de internet a bagatela de 35 bilhões de dólares nos próximos dois anos, em novos negócios, devido a dúvidas sobre a segurança de informação de seus sistemas.

Cultivar a arrogância e flertar com a onipotência tem um preço, que o governo norte-americano, mais cedo ou mais tarde - direta ou indiretamente - terá que pagar.”

FONTE da complementação nº 3: escrito por Mauro Santayana em seu blog. O autor é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou na Folha de S. Paulo (1976-82), onde foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte. Artigo transcrito no portal “Vermelho”   (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=231387&id_secao=9).

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