sábado, 14 de setembro de 2013

O RESSURGIMENTO DA INDÚSTRIA NAVAL BRASILEIRA

 CONFIANÇA NO TRABALHADOR BRASILEIRO FARÁ RESSURGIR A SEGUNDA MAIOR INDÚSTRIA NAVAL DO MUNDO, DIZ DILMA 


“O Brasil tem hoje condições de voltar a ter a segunda maior indústria naval do mundo, como já aconteceu nos anos 80. A afirmação foi feita na quarta-feira (11) pela presidenta Dilma Rousseff, ao visitar as obras de construção da plataforma de petróleo P-74 no estaleiro Inhaúma, no Rio de Janeiro.

Durante muito tempo, lutamos para que o Brasil tivesse, de fato, um ressurgimento grande da indústria naval. Hoje, vim aqui e vi a capacidade que nós temos de produzir, que temos trabalhadores capazes de levantar essa produção e mostrar ao mundo aquela que foi a segunda maior indústria naval do mundo nos anos 80, voltou e vai ser uma das maiores indústrias navais do mundo”, afirmou.

A presidenta lembrou que, em 2003, quando era ministra de Minas e Energia do governo Lula, constatou que não havia sequer dois mil trabalhadores na indústria naval e hoje são 70 mil. “Os empregos eram criados não no Brasil. Os japoneses agradeciam, porque era criado lá, ou na Coreia ou em Cingapura”, disse.

Diziam para nós que não tinha jeito, que não tinha essa história de fazer plataforma no Brasil, de abrir estaleiro, criar empregos para metalúrgicos que queriam obter postos de trabalho quando abrisse a indústria naval. Era um sonho, e que estávamos loucos. Vejo aqui, novamente, o acerto da decisão para que construíssemos o que foi possível aqui no Brasil. Que acreditássemos na qualidade do trabalhador, que ele tinha capacidade de criar riqueza para este país. Gerar emprego para este país. E, sobretudo, plataforma, sonda, tudo aquilo que a indústria de petróleo e gás tinha poder de consumir, demandar e ser oferecido”, afirmou.

Em entrevista após visita às obras da P-74, Dilma disse estar realizada por contribuir para o renascimento da indústria naval no Brasil. Ela afirmou ainda que o pré-sal será “um instrumento e um passaporte para o futuro, porque tem indústria naval e porque também nós destinamos os royalties e metade do fundo social para a educação”.

Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante visita às obras da P-74 no Estaleiro Inhaúma

Rio de Janeiro-RJ, 11 de setembro de 2013

Eu queria, primeiro, dar um abraço a todos os trabalhadores e às trabalhadoras aqui do Estaleiro Inhaúma.

E eu quero contar para vocês uma história, viu? É a seguinte história: na vida, a gente tem momentos em que fica muito emocionado. Sabe quais são os momentos em que você fica emocionado? Quando você lutou muito por uma coisa e vê que isso que você lutou resolveu o problema de muitos trabalhadores e trabalhadoras deste país. Eu lembro, em 2003, quando muito poucos trabalhadores estavam empregados na indústria naval. Para ser sincera com vocês, não tinha dois mil trabalhadores.

Então, continuando a história: nós tínhamos acabado de eleger o Lula e eu fui para o Ministério de Minas e Energia. Naquela época, a certeza que a gente tinha era de que nós tínhamos de lutar para melhorar o Brasil. E diziam para nós que não tinha jeito, que não tinha essa história de a gente fazer plataforma no Brasil, de a gente abrir estaleiro, criar mais empregos tanto para metalúrgicos, que queriam obter seus postos de trabalho quando a gente abrisse novamente a indústria naval. Era um sonho, diziam que nós estávamos absolutamente loucos. E o que eu vejo hoje, aqui, mais uma vez? Foi o acerto da decisão e da luta para que nós construíssemos o que fosse possível construir aqui no Brasil, acreditássemos na qualidade do trabalhador e da trabalhadora brasileira, acreditássemos que o trabalhador e a trabalhadora brasileira tinham capacidade de criar riqueza para este país, gerar emprego para este país e, sobretudo, produzir plataforma, sonda, tudo aquilo que a indústria de petróleo e gás tinha poder de consumir, demandar e ser oferecido.

Até então, os empregos eram criados, só que não eram aqui no Brasil. Eram criados, e os japoneses e as japonesas agradeciam porque eram criados no Japão, ou era criado na Coreia, ou era criado em Cingapura. Agora, empregos brasileiros para produzir plataformas brasileiras, para dar riqueza para brasileiros, para garantir que as empresas brasileiras tenham oportunidade de serem capazes de produzir tecnologia, serem capazes de criar aquilo que a Petrobras vai consumir; nós tivemos de brigar para conseguir.

E hoje eu estou aqui para dizer para vocês que o resultado dessa luta é o fato deste estaleiro aqui estar de pé e estar produzindo. O resultado dessa luta é que, de quase 2 mil empregos, hoje os estaleiros, o setor naval deste país, chega a 70 mil empregos. O resultado dessa luta é que trabalhadores e trabalhadoras aqui, soldadores, operários especializados, todos nós estamos aqui num momento de congraçamento, sabendo que nós chegamos aonde chegamos porque tivemos a capacidade de confiar em nós, de confiar no povo deste país, nas empresas deste país e, sobretudo, nos trabalhadores deste país.

Por isso, eu fico muito feliz de estar aqui, com a revitalização do Estaleiro Inhaúma e também com a conversão do casco para uma plataforma, que será a P-74. Sabendo que tem continuidade isso, sabendo que não vai faltar emprego, que não vão faltar novas plataformas, porque aqui mesmo ainda vai ter a P-75, a P-76 e a P-77.

Mas não parou aí, não, não parou aí não. Por que não parou aí? Porque nós vamos licitar, no sistema de partilha, que é aquele sistema em que uma parte do óleo fica para fundo social do país, nós vamos licitar o Campo de Libra. E meus amigos e minhas amigas trabalhadores aqui presentes, e trabalhadoras, só esse Campo de Libra vai precisar entre 15 a 17 novas plataformas. E nós não vamos parar nesse Campo de Libra. Portanto, vocês podem ter certeza que se tem uma área, um setor deste país em que há oportunidade de emprego, oportunidade de investimento para as empresas, oportunidade de nós construirmos no Brasil uma grande indústria metalúrgica, de estaleiro, de fornecimento de equipamento, é esse setor de petróleo e gás, no qual vocês são responsáveis e sustentáculo.

Quero dizer outra coisa para vocês: dizem que um país só é rico quando as pessoas são ricas. Eu concordo com essa frase. Um país não pode ser rico se só um pedaço dele é rico. Um país, para ser rico, todos os seus habitantes têm de usufruir da riqueza. E a gente usufrui dessa riqueza tendo emprego de qualidade, mas também a gente sabe, porque aqui, muitos de vocês, para não dizer todos, têm filhos, netos, primos, sobrinhos, enfim, tem a criançada e a juventude na família de vocês.

E aí tem uma notícia também muito boa: o dinheiro do petróleo deste país, agora, vai para educação, que é o maior patrimônio que cada um de nós carrega. É a única coisa que ninguém pode tirar de nós. E aí a educação é para os nossos filhos, sim, para os nossos netos, mas também para a formação profissional de vocês. Um país tem de formar sempre seus trabalhadores, tem de dar oportunidade para os seus trabalhadores cada vez mais melhorar. Cada vez mais se aperfeiçoar, porque vocês podem ter certeza, se tem uma coisa que muda um país, que tira um país, de fato, de uma situação de subdesenvolvimento e coloca esse país como desenvolvido, essa coisa é a educação. É aquilo que torna irreversível o combate à desigualdade, que garante oportunidades iguais para as nossas crianças, para os nossos brasileirinhos e para as nossas brasileirinhas.

Eu queria dizer mais uma coisa para vocês. Eu estou aqui hoje com os meus ministros, com o ministro de Minas e Energia, o nosso querido Lobão. Estou aqui com o ministro das Cidades porque fui até São Gonçalo anunciar o monotrilho para transportar a população de São Gonçalo, que merece transporte digno de um país desenvolvido. Estou aqui também com a ministra das Comunicações [da Comunicação Social], e quero dizer para vocês que estou aqui também com o governador Sérgio Cabral, o vice-governador Pezão, e estou aqui com o prefeito Eduardo Paes. E gostaria de dizer aos senhores que a gente tenha um comportamento civilizado e educado aqui.

Então, eu vou continuar. Eu quero anunciar uma coisa que é importante. O Rio de Janeiro é uma das cidades mais importantes do Brasil, vocês sabem disso. O mundo olha para nós e uma das coisas que o mundo vê é a beleza do Cristo Redentor de braços abertos, que representa muito bem o Brasil, representa essa generosidade do povo brasileiro, essa capacidade do povo brasileiro de ser solidário e generoso com as pessoas.

Por isso, eu gostaria de dizer que nós, do governo federal, estamos dando uma grande contribuição à cidade do Rio de Janeiro porque, neste dia de hoje, nós publicamos a desapropriação para poder fazer o porto Maravilha, para devolver o porto para a população do Rio de Janeiro, para vocês usufruírem do que está lá.

E, para finalizar, eu queria falar uma coisa para vocês: durante muito tempo nós viemos lutando para que o Brasil tivesse, de fato, um ressurgimento grande da indústria naval. Hoje eu vim aqui e vi a capacidade que nós temos de produzir. Vi também que nós temos trabalhadores que são capazes de levantar essa produção e mostrar ao mundo que aquela que foi a segunda maior indústria naval nos anos 80 voltou, voltou e vai ser uma das maiores indústrias navais do mundo. Tem hoje no Brasil 70 mil trabalhadores. Eu tenho certeza que, quando voltar aqui outra vez, nós vamos ter mais trabalhadores ainda, trabalhando na indústria naval. Eu tenho certeza que vocês, aqui no estaleiro de Inhaúma, no estaleiro Rio Grande, no Rio Grande de Sul, no estaleiro do Paraná, no estaleiro lá de Pernambuco, todos esses estaleiros ainda serão poucos para dar conta da produção da Petrobras – e aqui eu queria homenagear a Petrobras que este ano faz 60 anos. Está aqui a Maria das Graças Foster, que é a presidenta. E aí eu falo para as meninas aqui presentes, para as mulheres: é a hora e vez de vocês também, a maior empresa do Brasil é presidida por uma mulher, e eu tenho orgulho de ser a presidenta deste país.

Por isso, eu quero aqui fazer a nossa homenagem aos 60 anos da Petrobras. A Petrobras tem de ficar orgulhosa de ser a empresa que propicia, pelas suas compras, essa oportunidade para toda a população brasileira. Ela está devolvendo ao Brasil aquilo que o Brasil deu para ela: de ser o maior patrimônio deste país.

Um abraço a cada um de vocês, a cada uma de vocês, no coração, e vamos em frente. Um beijo.”


FONTE: Blog do Planalto  (http://www2.planalto.gov.br/imprensa/discursos/discurso-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-durante-visita-as-obras-da-p-74-no-estaleiro-inhauma). [Repetições de sílabas, palavras e frases, típicas na linguagem falada, suprimidas por este blog ‘democracia&política’].

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