quinta-feira, 15 de agosto de 2013

68 ANOS DO MAIOR CRIME DA HUMANIDADE


Hiroshima, após o gigantesco crime

HIROSHIMA; UM CRIME FRIAMENTE CALCULADO E DIRIGIDO

“Ao lançar a bomba atômica sobre as populações das cidades japonesas de Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, e de Nagasaki, três dias depois [matando mais de 200.000 pessoas sem que houvesse qualquer alvo militar naquelas pacatas cidades], o imperialismo norte-americano cometeu um dos maiores crimes que a história registra. Trata-se de uma tragédia que não pode cair no esquecimento.

Por Albano Nunes*, no Jornal “Avante!”, de Portugal

Particularmente, quando, perante a crise estrutural profunda em que o capitalismo se debate, vivemos tempos em que avança velozmente o militarismo, se agudizam as contradições entre as grandes potências, se manifesta de modo cada vez mais inquietante a natureza agressiva do imperialismo.

Mas será que, como é frequentemente considerado mesmo entre combatentes da paz, se tratou ‘apenas’ de um ‘crime de guerra gratuito’ dado que, como está historicamente estabelecido, o Japão já estava militarmente derrotado?

Pensamos que não. Tratou-se, sim, de um crime friamente calculado e dirigido. Não contra o militarismo japonês, mas contra as forças antifascistas e progressistas de todo o mundo, para afirmar os EUA, então o único país detentor da arma atômica, como potência hegemônica no plano mundial. Essa a principal razão da entrada dos EUA na 2ª Guerra Mundial ao lado da URSS [e do genocídio com os lançamentos das bombas atômicas sobre o Japão já derrotado]. Estava declarada a ‘guerra fria’ mesmo antes de ela ser formalmente anunciada por Churchill no seu célebre discurso de Fulton em 6 de março do ano seguinte [ao lançamento das bombas atômicas, em agosto de 1945].

Mas essa monstruosa demonstração de força – a que se seguiram múltiplos planos e ameaças de novo recurso à arma atômica – não conseguiu impedir o fluxo revolucionário que acompanhou (e teve também expressão em Portugal) a derrota do projeto ‘nazi’ de domínio mundial que o imperialismo norte-americano agora chamava a si. 




Não impediu o avanço impetuoso da luta libertadora em toda a Ásia, de que o triunfo da revolução chinesa quatro anos depois, em 1 de outubro de 1949, é a principal realização. Não impediu o nascimento de uma nova ordem jurídica internacional assente na Carta da ONU pacífica e antifascista, ordem que tem sido afrontada e destruída, com a ambição de a substituir por uma outra, totalitária e hegemonizada pelos EUA, mas que a luta dos trabalhadores, dos povos e dos países progressistas tem impedido de concretizar em toda a sua extensão. Não impediu o avanço dos países socialistas, avanço que ulteriores derrotas não podem fazer esquecer, e que chegou a estender-se a um terço da população mundial e a alcançar realizações de dimensão histórica. Não conseguiu sequer impedir que a União Soviética, devastada e sangrada por mais de 20 milhões de mortes [na 2ª GM], se reerguesse a um ritmo vertiginoso e se dotasse, ela também, da arma atômica, feito de alcance histórico a juntar-se a tantos outros, o que obrigou os EUA a encolher as garras agressivas e abriu espaço ao avanço universal da luta libertadora dos trabalhadores e dos povos.

É certo que o imperialismo conseguiu sobreviver à derrota dos seus círculos mais reacionários e agressivos e que, depois de décadas de grandes avanços das forças do progresso social, em que a revolução portuguesa se insere, conseguiu, com as dramáticas derrotas do socialismo, recuperar posições e retomar temporariamente a iniciativa, colocando de novo a Humanidade perante a ameaça de terríveis catástrofes. Ameaça que, embora inscrita na própria natureza do imperialismo, é possível afastar pela ação unida de todas as forças anti-imperialistas e amantes da paz. Mas, para isso, é necessário vencer primeiro a batalha da memória e contra o revisionismo histórico, batalha decisiva que se encontra hoje no primeiro plano do combate das ideias e da luta de classes.”

FONTE: escrito por Albano Nunes*, no Jornal “Avante!”, de Portugal. O autor é membro do secretariado do CC do Partido Comunista Português. Artigo transcrito no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=220624&id_secao=9). [Imagens do Google e trechos entre colchetes acrescentados por este blog ‘democracia&política’].

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