terça-feira, 31 de janeiro de 2012

OS 60 ANOS DE "O PETRÓLEO É NOSSO", por Mino Carta

"O petróleo é nosso". Esta batalha os vetustos donos do poder perderam. Foto: José Vieira Trovão / Ag. Petrobras

SESSENTA ANOS DEPOIS

Por Mino Carta, na CartaCapital

“Há 60 anos, estudante de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco, cheguei a me sentir pessoalmente atingido pelos editoriais dos jornalões. Mania de grandeza, a minha. A velha e sempre nova academia tornara-se centro importante das manifestações que agitavam o País consciente à sombra do lema “O Petróleo É Nosso”. Bandeira altiva e justa, desfraldada na perspectiva de um futuro que imaginávamos muito próximo. A mídia reagia enfurecida, clamava contra tamanho atrevimento, forma tola de nacionalismo a ignorar a nossa incompetência e nossos compromissos internacionais.

Os jornalões mastigavam fel diante de um duplo desafio: contra as irmãs do petróleo e, pior ainda, contra o império americano em plena Guerra Fria, contra aquele Tio Sam chamado pelo Altíssimo a nos defender da ameaça marxista-leninista. Era a irredutível vocação de súdito-capacho pronunciada com a pompa do estilo cartorial, próprio dos editoriais daquele tempo, e deste até.

Nos jornais de hoje, leio que a direção da Petrobras foi trocada pela presidenta Dilma, insatisfeita com a gestão e determinada a controlar mais de perto o desempenho da estatal. Onde será que os perdigueiros das redações colhem informações? Antes de incomodar meus pacientes botões, anoto a observação de um amigo: “Na própria reunião de pauta”. Ou seja, antes de sair a campo, o perdigueiro sabe, pela ordem da chefia, o que haverá de contar aos amáveis leitores.

Da boca de Lula, já ouvi a seguinte consideração: “Se o presidente da República conta no máximo com oito anos de mandato, por que o diretor de uma estatal deveria ter mais?” A troca da guarda na Petrobras estava decidida há tempo, mas a presidenta Dilma não tem motivo algum de insatisfação a respeito da gestão de José Sergio Gabrielli. É do conhecimento até do mundo mineral que, sob o comando de Gabrielli, o valor de mercado da Petrobras fermentou de 14 bilhões de dólares para 160, o pré-sal foi descoberto e o Brasil tornou-se o 11º produtor de petróleo do mundo. Segundo “The Economist”, por essa trilha chega a quinto até 2020.

As pedras sabem também que Dilma Rousseff, depois de ocupar a pasta de Minas e Energias no primeiro mandato de Lula, ao assumir a Casa Civil passou a acumular a presidência do Conselho de Administração da Petrobras e manteve estreita ligação com Gabrielli. Talvez a mídia nativa continue aquém do mundo mineral. Reconheça-se, contudo, a sua coerência. Ao longo dos últimos 60 anos, o petróleo ficou claramente nosso e a Petrobras tornou-se realidade empolgante, mas a mídia não mudou. Em relação a essas questões, a sua contrariedade se mantém, além de transparente, patética.

Por 60 anos a fio, os barões do jornalismo não perderam a oportunidade de tomar o partido do Tio Sam e das irmãs do petróleo até ensaiar a revanche ao propor a privatização da nossa estatal.

Devemos atribuir a um milagre o fato de que Fernando Henrique não tenha atendido [ou conseguido atender?] aos insistentes, poderosos pedidos. Certo é que a tentação o roçou perigosamente. Quem sabe caiba um agradecimento especial a Nossa Senhora Aparecida se os editorialões acabaram por cair no vazio.

Agrada-me recordar 1952 e aquele fervor juvenil. Ali nasceu a Petrobras com a chancela de Getúlio Vargas, figura contraditória de estadista manchada pelo período ditatorial e valorizada pela visão do futuro, partilhada, por exemplo, pela juventude do Largo de São Francisco. Getúlio era então o presidente eleito, empenhado em firmar os caminhos da industrialização inaugurados por obras como Volta Redonda, as Leis do Trabalho, a criação do salário mínimo. A imprensa só enxergava então os riscos da mudança, ameaça para tudo aquilo que representava.

Getúlio Vargas
A Petrobras seria mais um pecado getulista, a ser pago, juntamente com os demais, pelo tiro que ecoou no Catete na manhã de um dia de agosto de 1954. Ocorre-me que o desespero do suicida tenha aflorado com prepotência ao perceber a resistência insana dos vetustos donos do poder e ao imaginar por isso um futuro bem mais distante do que esperavam os moços do Largo.”

FONTE: escrito por Mino Carta e publicado na revista “Carta Capital” desta semana. Transcrito no portal de Luis Nassif  (http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-60-anos-de-o-petroleo-e-nosso-por-mino-carta#more) [imagens do Google e prqueno entrecolchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

The New York Times: HAITIANOS BUSCAM EMPREGO NO BRASIL


Por Simon Romero, no “The New York Times”

“Brasileia, Brasil - Meses atrás, Wesley Saint-Fleur pegou um ônibus no Haiti, depois um avião na República Dominicana, que pousou primeiro no Panamá e depois no Equador. Foi aí que sua mulher deu à luz a seu filho. Então, eles continuaram de ônibus novamente, atravessando o Equador e o Peru. Em seguida, caminharam a pé pela Bolívia, onde ele disse que a polícia roubou suas poupanças: US$ 320.

"Finalmente, chegamos ao Brasil, que segundo me disseram está construindo tudo - estádios, represas, estradas", disse Saint-Fleur, 27, um trabalhador da construção civil. "Tudo o que eu quero é trabalho. O Brasil, graças a Deus, tem empregos para nós."

Milhares de haitianos percorreram as Américas para alcançar as pequenas cidades da Amazônia brasileira durante o último ano, em uma busca desesperada por trabalho, incluindo centenas que chegaram nas últimas semanas entre temores de que o governo brasileiro possa conter o influxo.

Suas jornadas dizem muito sobre as péssimas condições econômicas no Haiti dois anos depois do terremoto de 2010, assim como sobre o perfil econômico ascendente do Brasil, que rapidamente está se tornando um ímã não apenas para trabalhadores estrangeiros pobres como também para um número crescente de profissionais da Europa, Estados Unidos e América Latina.

Ao chegar, os haitianos geralmente recebem vacinas, água limpa e duas refeições por dia. Muitos ficam semanas em Brasileia e em outras cidades antes de receber vistos humanitários que lhes permitam trabalhar no Brasil.

Mas, nessa onda de recém-chegados, outros não têm tanta sorte. Alguns se amontoam em pequeno quarto de hotel ou dormem nas ruas. "Não posso permitir que a tristeza me domine. A oportunidade virá depois da fase difícil", disse Simonvil Cenel, 33, um alfaiate que espera um visto.

Cerca de 6.000 haitianos emigraram para o Brasil desde o terremoto, passando primeiro pelo Equador, país mais pobre que tem políticas de visto mais brandas. O Brasil fez uma exceção para os haitianos, em contraste com cidadãos que chegam de países como Paquistão, Índia e Bangladesh por rotas amazônicas semelhantes, buscando emprego, mas que, geralmente, são deportados.

"O Haiti está se recuperando de período de crise extrema e o Brasil tem condições de ajudar essas pessoas", disse Valdecir Nicácio, uma autoridade de direitos humanos do Estado do Acre, onde se situa Brasileia. "Antes de chegar aqui, elas ficam à mercê dos traficantes humanos", disse ele. "O Brasil é grande o suficiente para absorver os haitianos, que apenas querem empregos."

As autoridades nas cidades de fronteira advertiram sobre as dificuldades de alimentar e abrigar os haitianos enquanto os pedidos de visto são analisados. As autoridades federais enviaram toneladas de alimentos para os imigrantes, que são mais de mil em cada assentamento de fronteira.

Até recentemente, o Brasil estava mais preocupado com a saída de seus cidadãos, que buscavam oportunidades nos países ricos. Embora o crescimento econômico tenha desacelerado, o desemprego está em nível historicamente baixo, de 5,2%, e muitas empresas têm dificuldade para encontrar trabalhadores. Os salários também subiram para a camada mais baixa: a renda dos brasileiros pobres cresceu sete vezes mais que a dos ricos, de 2003 a 2009.

A cidade de Porto Velho fica na parte alta da bacia amazônica, onde o Brasil está empregando milhares de pessoas para construir duas grandes represas. Ana Terezinha Carvalho, analista de gestão de pessoal da Marquise, uma empresa local, disse que contratou 37 haitianos no ano passado para recolher lixo. Alguns ganham mais de US$ 800 por mês.

O esforço para permitir que haitianos trabalhem no Brasil também denota as ambições do país em exercer maior influência regional, buscando aliviar problemas no país mais pobre do hemisfério. Desde 2004, o Brasil enviou tropas para liderar missão de paz da ONU no Haiti. Hoje, há mais haitianos no Brasil do que soldados brasileiros no Haiti -cerca de 2 mil homens, atualmente.

FONTE: escrito por Simon Romero, no “The New York Times”. Transcrito na “Folha de São Paulo”  (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/22891-haitianos-buscam-emprego-no-brasil.shtml) [imagens do Google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].

A CUBA QUE DILMA VISITA, por Emir Sader

Havana, Cuba
“Assim que Fidel e seus companheiros tomaram o poder e o governo dos EUA acentuou suas articulações para tratar de derrubar o novo poder, a grande burguesia cubana e uma parte da classe média alta foram se refugiar em Miami.

Bastava esperar que mais um governo rebelde capitulasse diante das pressões norte-americanas ou fosse irremediavelmente derrubado. Afinal, nenhum governo latino-americano rebelde tinha conseguido sobreviver. Poucos anos antes, Getulio Vargas tinha se suicidado e Perón havia abandonado o governo. Os dois governos da Guatemala que tinham ousado colocar em prática uma reforma agrária contra a “United Fruis” – hoje reciclada no nome para “Chiquita” -, sofreram violento golpe militar.

Como um governo cubano rebelde, em plena guerra fria, a 110 quilômetros do império, conseguiria sobreviver? Cuba era o modelo do “pátio traseiro” dos EUA. Era ali que a burguesia [norte-americana] passava suas férias como se estivesse numa colônia sua. Era ali que os filmes de Hollywood encontravam os cenários para os seus melosos [enredos] sentimentais. Era ali que um aristocrata cubano tinha importado Esther Williams para inaugurar sua casa no centro de Havana, mergulhando numa piscina cheia de champanhe. Era em Cuba que os milionários norte-americanos desembarcavam com seus iates diretamente aos hotéis com cassinos, ou às suas casas, sem sequer passar pelas alfândegas. Era ali que os marinheiros norte-americanos se embebedavam e ofendiam os cubanos de todas as formas possíveis. Era para Cuba que a “Pan American” inaugurou seus vôos internacionais. Era ali que as construtoras de carros norte-americanas testavam seus novos modelos, um ano antes de produzi-los nos EUA. Foi em Cuba que a máfia internacional fez seu congresso mundial no fim da segunda guerra, para repartir os seus mercados internacionais, evento para o qual contrataram o jovem cantor Frank Sinatra para animar suas festas. Em suma, Cuba era protetorado norte-americano.

Os que abandonaram o país deixaram suas casas intactas, fecharam as portas, pegaram o dinheiro que ainda tinham guardado e foram esperar em Miami que o novo governo fosse derrubado e pudessem retomar normalmente sua vida num país de que se consideravam donos, associados aos gringos.

Há um bairro em Miami que se chama “Little Havana”, onde os nostálgicos ficam olhando para o sul, cada vez menos esperançosos de que possam retornar a uma ilha que já não podem reconhecer, pelas transformações radicais que sofreu. Participaram das tentativas de derrubada do regime, a mais conhecida delas foi a invasão na Baía dos Porcos, que durou 72 horas, mesmo pilotada e protagonizada pelos EUA – presidido por John Kennedy naquele momento. Os EUA tiveram que mandar alimentos para crianças para conseguir recuperar os presos da invasão, numa troca humanitária.

Cuba mudou seu destino com a revolução, conseguiu ter os melhores índices sociais do continente, mesmo como país pequeno, pobre, ao lado dos EUA, que mantém o mais longo bloqueio da história – há mais de 50 anos -, tentando esmagar a Ilha.


Durante um tempo, Cuba pode apoiar-se na integração ao planejamento conjunto dos países socialistas, dirigida pela URSS, que lhe propiciava petróleo e armamento, além de mercados para seus produtos de exportação. O fim da URSS e do campo socialista aparecia, para alguns, como o fim de Cuba. Depois da queda sucessiva dos países do leste europeu, a imprensa ocidental se deslocou para Cuba, instalou-se em Havana Livre, ficaram tomando mojitos e daiquiris, esperando para testemunhar a ansiada queda do regime cubano. (Entre eles estava Pedro Bial e a equipe da Globo.)

Passaram-se 23 anos e o regime cubano está de pé. Desde 1959, 10 presidentes já passaram pela Casa Branca e tiveram que conviver com a Revolução Cubana – de que todos eles previram o fim.

Cuba teve que se reciclar para sobreviver sem poder participar do planejamento coletivo dos países socialistas. Cuba teve que fazer imenso esforço, sem cortar os direitos sociais do seu povo, sem fechar camas de hospitais, nem salas de aulas, ao invés da URSS de Gorbachev, que introduziu pacotes de ajuste e terminou acelerando o fim do regime soviético.

Dilma na chegada a Cuba (foto Blog do Planalto)
É essa Cuba que a Dilma vai encontrar. Em pleno processo de reciclagem de uma economia que necessita adaptar suas necessidades às condições do mundo contemporâneo. Em que Cuba intensificou seu comércio com a Venezuela, a Bolívia, o Equador – através da ALBA -, assim como com a China, o Brasil, entre outros. Mas que necessita dar novo salto econômico, para o que necessita de mais investimentos.

Necessita, também, aumentar sua produtividade, para o que requer incentivar o trabalho, de acordo com as formulações de Marx na Critica do Programa de Gotha, de que o principio do socialismo é o de que “a cada um conforme o seu trabalho”, afim de gerar as condições do comunismo, em que a fartura permitira atender “a cada um conforme suas necessidades”.

Cuba busca seus novos caminhos, sem renunciar a seu profundo compromisso com os direitos sociais para toda a população, a soberania nacional e a solidariedade internacional. Cuba segue desenvolvendo suas políticas solidárias, que permitiram o fim do analfabetismo na Venezuela e na Bolívia e o avanço decisivo nessa direção em países como o Equador e a Nicarágua.

Cuba mantém sempre, há mais de dez anos, a “Escola Latino-americana de Medicina”, que já formou, na melhor medicina social do mundo, de forma gratuita, a milhares de jovens originários de comunidades carentes todo o continente – incluídos os EUA. Cuba promove a “Operação Milagre”, que ja’ permitiu que mais de três mil latino-americanos pudessem recuperar plenamente sua visão.

Cuba é uma sociedade humanista, que privilegia o atendimento das necessidades dos seus cidadãos e dos de todos os outros países necessitados do mundo. Que busca combinar os mecanismos de planejamento centralizado com incentivos a iniciativas individuais e a atração de investimentos, na busca de novo modelo de crescimento, que preserve os direitos adquiridos pela Revolução e permita novo ciclo de expansão econômica.

Aqueles que se preocupam com o sistema político interno de Cuba, têm que olhar não para Havana, mas para Washington. Ninguém pode pedir a Cuba relaxar seus mecanismos de segurança interna sendo vítima do bloqueio e das agressões da mais violenta potência imperial da história da humanidade. A pressão tem que se voltar e se concentrar sobre o governo dos EUA, para o fim do bloqueio, a retirada da base naval de Guantánamo do território cubano e a normalização da relação entre os dois países.

É essa Cuba que a Dilma encontra, intensificando e ampliando os laços de amizade e os intercâmbios econômicos com Cuba. Não por acaso o Brasil somente restabeleceu relações com Cuba depois que a ditadura terminou, intensificando essas relações no governo Lula e dando continuidade a essa política com o governo Dilma.”

FONTE: escrito por Emir Sader, cientista político, sociólogo e professor. (Texto originalmente postado no Blog do Emir, em 29/01/2012). Transcrito no portal do PT  (http://www.pt.org.br/noticias/view/artigo_a_cuba_que_dilma_visita_por_emir_sader) [imagens do Google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].

EMBRAER QUER DECOLAR NA CHINA

Lineage 1000, da Embraer

Interior do Lineage 1000, da Embraer

“A Embraer está de olho no mercado de jatos executivos da China, segmento ainda muito pequeno naquele país, mas com potencial enorme, dado o grande número de novos ricos no país asiático. Um estudo feito pela companhia brasileira prevê que os chineses demandarão nada menos que 635 jatos em 10 anos. Ou seja, nesse período, as expectativas são de que esse mercado será o segundo ou mesmo o primeiro do mundo, movimentando US$ 21 bilhões. Para abocanhar uma fatia desse bolo, a empresa sediada em São José dos Campos (SP) contará até com uma ajuda especial, a do ator Jackie Chan, ídolo chinês conhecido pelos filmes de luta, para abrir portas e encarar a forte concorrência na Ásia.

Atualmente, os Estados Unidos lideram o mercado de jatos executivos, seguidos por México e Brasil. Na China, a Embraer aposta firme na venda de modelos maiores e mais caros: o Legacy 650, com capacidade para até 14 passageiros e autonomia de 6,7 mil quilômetros, e o Lineage 1000, para até 19 passageiros e capacidade para voar 8,3 mil quilômetros sem escalas — os dois modelos custam US$ 30 milhões e US$ 50 milhões, respectivamente.

Atualmente, a companhia brasileira tem uma frota superior a 100 jatos comerciais voando na China e outros 53 deverão ser entregues nos próximos anos. Segundo a empresa, os jatos da Embraer lideram o mercado de aviação regional chinês, com 76% de participação, resultado de mudança recente na China, marcada pela abertura aos modelos fabricados fora do país.

A parceria entre a Embraer e Jackie Chan nasceu da necessidade de fincar pé na China. A estratégia de guerra começou a ser desenhada em outubro de 2011, durante uma feira especializada em Las Vegas, nos Estados Unidos, onde a “Embraer Executive Jets”, subsidiária da marca brasileira para os jatos executivos, vendeu um Legacy 650 para o ator. Chan, estrela de “A Hora do Rush 3”, receberá seu avião personalizado em São José dos Campos na próxima sexta-feira (3), ocasião em que formalizará o contrato por meio do qual se tornará o embaixador da marca na Ásia. Além do avião vendido ao ator, a Embraer já comercializou outros 13 jatos Legacy 650 na China. Outras sete unidades estão em negociação.”

Legacy 650

Interior do Legacy 650

O Legacy 650 de Jackie Chan  
FONTE: reportagem de Rosana Hessel, no Correio Braziliense. Transcrita no portal da FAB  (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=30/01/2012&page=mostra_notimpol) [imagens do Google adicionadas por este blog ‘democracia&política’].

A LEI DA COPA E A SOBERANIA NACIONAL


Por Rodolpho Motta Lima

“Adoro futebol, desde criança. Minha condição de banguense permite a convicta afirmação de que adoro o futebol pelo futebol mesmo, e não porque fanaticamente tenha elegido um clube vencedor como uma religião, ou porque me queira sentir vitorioso ao fim de cada semana, transferindo para mim as vitórias do meu time. Gosto do futebol pela plástica desse esporte, pelo que há de coletivo nas evoluções de uma equipe bem estruturada, pela confraria colorida e alegre que ele propicia ao redor do campo. São muitas as razões para que eu goste do “velho esporte bretão”, que alguns chamavam de violento, certamente porque não conheciam o MMA... Uma dessas razões, porém, seguramente, não é a identificação de uma seleção brasileira com a nação, pois não participo da opinião de quem acha que, em épocas de Copa, aqui nos transformamos em uma “pátria de chuteiras”...

As discussões que estão ocorrendo em torno da formulação de uma “Lei Geral da Copa” colocam em destaque, necessariamente, a força descomunal que se pretende tenha o futebol, em detrimento de muitos valores que deveriam constituir “claúsula pétrea” em nossa sociedade. Afinal, o Brasil vem se firmando no cenário mundial nos últimos anos e, seguramente, isso não tem nada a ver com vitórias no campo futebolístico, que, aliás, andam escassa entre nós, mas com conquistas comunitárias que as políticas sociais do governo vêm implementando.

Muitas vezes, já me referi aqui ao descalabro que é esse açodamento pela construção de estádios em certas cidades que, após a Copa, não vão utilizá-los de modo a obter benefícios que justifiquem os altos custos dos empreendimentos, muitos deles feitos exclusivamente com dinheiro do povo. Nesses casos, o tão propalado “legado” a ser deixado será um elefante branco. Em muitos lugares, a obra faraônica restará ali, imponente, em verdadeiro escárnio às efetivas necessidades populares.

Mas isso já é irreversível e só resta acompanhar o desenvolvimento da coisa. Há muitos outros valores em jogo, além dos financeiros. Recentemente, tivemos entre nós, uma vez mais, o secretário-geral da FIFA, Sr. Jérôme Valcke, na condição de avaliador da nossa competência e quase se atribuindo a última palavra em assuntos que têm a ver com as políticas internas do país e, se pensarmos bem, com a própria soberania nacional. Ao afirmar, por exemplo, que está na hora de encerrarmos a discussão sobre a Lei da Copa e aprová-la (só faltou dizer; ”aprová-la do jeito que queremos”), o Sr. Jérôme extrapola suas funções. Uma frase sua: "Só porque vocês ganharam cinco Copas do Mundo, vocês acham que podem pedir, pedir e pedir". Pior é que conta com o apoio interno de muitos brasileiros que, por razões e interesses os mais variados, fazem coro às suas “recomendações”. A mídia comprometida com os aspectos econômicos do evento, tão “zelosa” em muitas outras situações, faz um coro não muito discreto às críticas quanto aos nossos atrasos em cumprimento de prazos. Compondo o cenário, o ex-jogador Ronaldo Nazário, membro do Comitê Organizador local, tenta substituir, com o carisma que possuiu quando “fenômeno” futebolístico, a discutibilíssima credibilidade dos titulares do esporte brasileiro, entre eles o Sr. Ricardo Teixeira.

Há muitos assuntos pendentes e que a tal Lei da Copa terá que regular. Um deles: a venda de bebidas alcoólicas nos estádios em que os jogos se realizarem, contrariando legislação interna do país que proíbe tal prática. Em entrevista que deu, o secretário da FIFA, em um primor de sofisma, disse que não queria falar de venda de bebidas alcoólicas, mas de venda de cerveja...

Outro assunto é a colocação de ingressos mais baratos para estudantes e idosos, prática institucionalizada no país, sendo que o Governo quer acrescentar, como beneficiários, os indígenas e os detentores do Bolsa Família. Há quem considere oportunista ou demagógico o acréscimo governamental, mas a verdade é que a proposta, entre outros méritos, pode ter o de deflagrar, pelo exemplo, outras medidas da espécie que atinjam esses segmentos, depois que a Copa acabar. Esse seria um legado, talvez. De qualquer forma, o caso dos estudantes e idosos é diferente, pois se trata de manter o que já existe, sem retrocessos.

A verdade é que, por mais que gostemos de futebol, não dá para permitir, por isso, arranhões na soberania brasileira. E se a Copa é um negócio onde todos querem lucrar, o mínimo que esperamos é que esse lucro não se faça às custas de prejuízos à cidadania.”

FONTE: escrito por Rodolpho Motta Lima, advogado formado pela UFRJ-RJ (antiga Universidade de Brasil) e professor de Língua Portuguesa do Rio de Janeiro, formado pela UERJ. Com militância política nos anos da ditadura, particularmente no movimento estudantil. Funcionário aposentado do Banco do Brasil. Artigo publicado no site “Direto da Redação  (http://www.diretodaredacao.com/noticia/a-lei-da-copa-e-a-soberania-nacional).

ACOMPANHAMENTO DOS SERVIÇOS DE PREVIDÊNCIA E SAÚDE PRESTADOS PELO GOVERNO AO CIDADÃO


GOVERNO QUER IMPLANTAR SISTEMA PARA ACOMPANHAR SERVIÇOS PRESTADOS AO CIDADÃO

“O governo federal vai expandir o sistema de acompanhamento dos serviços prestados pela Previdência Social ao cidadão. Segundo a presidenta Dilma Rousseff, o sistema permite ao governo acompanhar cada etapa do atendimento nas 1.353 agências do INSS. Com isso, é possível controlar o tempo de espera e de atendimento, explicou no programa ‘Café com a Presidenta’ transmitido ontem (30).

Programa de rádio “Café com a Presidenta”, com Dilma Rousseff, Rádio Nacional, 30 de janeiro de 2012

Luciano Seixas: Olá, eu sou Luciano Seixas e estou aqui para mais um “Café” com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, Presidenta.

Presidenta: Bom dia, Luciano. Bom dia aos nossos queridos ouvintes.

Luciano Seixas: Presidenta, eu queria falar hoje sobre a melhoria dos serviços que o governo presta à população. É verdade que, na Previdência Social, o governo está conseguindo acompanhar tudo o que acontece nas agências em tempo real?

Presidenta: É verdade, sim, Luciano. A Previdência criou um sistema que acompanha, por meio de computadores, cada etapa do atendimento a quem procura uma agência do INSS. Hoje, nós temos 1.353 agências em todo o país. As pessoas procuram essas agências para pedir aposentadoria, para fazer perícia médica ou para requerer outros benefícios. Nosso objetivo é garantir a qualidade e a rapidez do atendimento, é cuidar com carinho da pessoa que procura a Previdência. Por isso, é importante que possamos acompanhar passo a passo e saber onde não está bom o atendimento, onde ele pode melhorar.

Luciano Seixas: E como isso acontece, Presidenta?

Presidenta: Olha, Luciano, no momento em que uma pessoa liga para o telefone da Previdência – o 135 – querendo agendar seu atendimento, ou quando ela chega a uma agência, o nome dessa pessoa vai para um sistema de computadores. Assim, ao retirar a senha para atendimento, nós começamos a controlar, pelo computador, o tempo que ela fica na fila de espera, o tempo que durou o atendimento ou se saiu com alguma coisa ainda por resolver.

Luciano Seixas: É importante ter essas informações no momento em que o atendimento está ocorrendo, não é mesmo?

Presidenta: É muito importante, sim, Luciano. Se temos as informações, conseguimos não só acompanhar a solução dos problemas como também organizar o funcionamento de cada uma das agências, e, como consequência, melhorar todo o sistema da Previdência Social. É possível saber, por exemplo, Luciano, quantas pessoas estão sendo atendidas por cada um dos funcionários ou se alguém está esperando mais tempo do que o devido. O gerente da agência pode, por exemplo, reorganizar a agenda dos atendentes ou dos médicos para acelerar o trabalho. Esse sistema eletrônico permite, até mesmo ao ministro, acompanhar o atendimento ao público e corrigir os problemas.

Luciano Seixas: É, Presidenta, a gente percebe que o atendimento da Previdência melhorou mesmo nos últimos anos.

Presidenta: Ah, sem dúvida, Luciano. Hoje a realidade é outra, muito diferente e muito melhor. Ninguém precisa mais dormir na porta de uma agência da Previdência para ser atendido, como já aconteceu no passado. Agora, os atendimentos podem ser feitos com dia e hora marcados, com mais agilidade e respeito ao cidadão. Agora, o contribuinte, uma vez que tenha toda sua documentação cadastrada, se aposenta em até 30 minutos. Agora, a perícia médica também é agendada pelo 135, o que facilita muito o recebimento do auxílio-doença. Mas nós, Luciano, queremos melhorar cada vez mais esse atendimento, levando as agências para perto das pessoas. Para isso, vamos abrir, até o fim do ano, 182 novas agências em todo o país. Queremos diminuir a necessidade de as pessoas viajarem para tratar de serviços da Previdência. Não sei se você sabe, Luciano, que no Pará, às vezes, uma pessoa tinha que se deslocar até 600km para ir a um posto da Previdência, que era o mais próximo. Para resolver esse problema, vamos inaugurar, até o final do ano, mais 14 agências no estado do Pará. Faremos também, em todos os lugares que for necessário, concurso público para contratar servidores onde há carência de funcionários.

Luciano Seixas: Era mesmo triste ver um idoso passando a madrugada à espera de atendimento!

Presidenta: Era, sim, Luciano. Agora, o segurado recebe, em casa, uma carta do INSS quando ele completa a idade mínima para se aposentar, informando que ele pode, já, pleitear o seu benefício. Isso é bom para o governo, que consegue controlar melhor a arrecadação e os pagamentos, e é excelente para o contribuinte, que tem mais facilidade de acesso aos seus benefícios.

Luciano Seixas: Isso tudo é um grande desafio, hein, Presidenta?


Presidenta: É, sim, Luciano. Mas nós já conseguimos melhorar vários serviços e agora vamos expandir esse sistema de acompanhamento para outros setores do governo, como a área da saúde, para, principalmente, buscar atendimento digno nos hospitais, nos postos de saúde e nas Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs. As pessoas que trabalham, empreendem e lutam para sustentar suas famílias merecem ter serviços públicos de qualidade, ágeis e eficientes em todas as áreas. Isso é possível, Luciano. Houve um tempo em que ninguém acreditava que acabariam as filas na Previdência, e com dedicação, trabalho e esforço, nós mudamos o atendimento e acabamos com as filas. O mesmo irá acontecer em outras áreas, e a que mais me preocupa e requer minha atenção é a área da saúde. Vamos avançar na melhoria dos serviços e, principalmente, Luciano, vamos controlar a qualidade desses serviços, e faremos o possível e o impossível para conseguir que essa qualidade esteja à altura do povo brasileiro.

Luciano Seixas: Presidenta, nosso tempo chegou ao fim. Obrigado pela sua presença mais uma vez aqui no “Café”.

Presidenta: Obrigada, Luciano. Uma ótima semana para todos os ouvintes que nos acompanharam até aqui.

Luciano Seixas: Este programa está disponível também na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Voltamos na próxima segunda-feira, até lá.”

FONTE: Blog do Planalto  (http://www2.planalto.gov.br/imprensa/cafe-com-a-presidenta/programa-de-radio-201ccafe-com-a-presidenta201d-com-a-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-20/view).

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

1º MILHÃO DE VISITAS A ESTE BLOG


Agradecemos a todos os leitores, seguidores e colaboradores deste blog. Após quatro anos de existência, completamos ontem (domingo, 29) o primeiro milhão de visitas (e mais de 1,528 milhão de páginas vistas).

É um blog simples. Trabalhamos (apenas eu e, muitas vezes, um colaborador) sem grandes pretensões.

Nosso esforço decorre da vontade de compartilhar nossas opiniões, especialmente quando ela coincide com bons textos de terceiros que transcrevemos.

Não somos ligados a nenhum partido, nem temos obrigação de ser favoráveis a nada: a políticos, clubes, pessoas, maçonaria etc. Nem mesmo aceitamos propaganda no blog. Somos e gostamos de ser independentes.

Não fechamos os olhos, nem confiamos 100% em nenhum partido ou político. Isso em qualquer lugar do mundo. Já vivemos em outros países e sabemos como são as pessoas. No Brasil não é diferente.

De modo geral, nos julgamos mais à esquerda. Isso não é importante. Hoje, especialmente no Brasil, dizer "esquerda" ou "direita" é apenas simplificação de linguagem. Na prática, com palavras também simples, consideramos que “de esquerda" é o governo que, em caso de ter que decidir, em determinada situação, por sacrificar o "econômico" ou o "social", sacrifica o "econômico". A "direita" sacrifica o "social" em prol do “econômico”.

O fato de o blog parecer, para muitos, favorável ao governo petista (Lula e Dilma) é somente corolário do fato principal: somos antidemotucanos. Portanto, não temos imparcialidade nos posts. Não temos medo de parecer parciais. Somos autênticos. Entre o que julgamos melhor para o Brasil e o que fere interesses nacionais, não podemos ficar na coluna do meio.

Tal posicionamento decorre de, infelizmente, termos presenciado nos anos 90 gigantescos danos ao Brasil causados pelo governo PSDB/PFL-DEM/PPS. Era governo exageradamente antinacional. Talvez por egoístas interesses de poder e corruptas motivações financeiras, partidárias e pessoais. O que vimos nos saturou. Pouca coisa veio a público. Havia a ditadura da mídia, que apoiava e pautava aquele governo. Essa blindagem continua. Alguma coisa agora começa a aparecer, ainda muito abafadamente.

Mais uma vez, muito obrigada aos leitores, seguidores e colaboradores. As suas visitas ao blog são o estímulo para continuarmos nosso trabalho.

Maria Tereza

OS PERIGOS DE 2012

Joseph Eugene Stiglitz

“O ano de 2011 será recordado como a época em que muitos estadunidenses que sempre tinham sido otimistas começaram a renunciar à esperança. O presidente John F. Kennedy disse uma vez que a maré alta eleva todos os barcos. Mas agora, com a maré baixa, os estadunidenses não só começam a ver que quem tem mastros mais altos se elevou muito mais, enquanto que muitos dos barcos menores foram destroçados pela água.

Por Joseph Stiglitz, economista estadunidense

Nesse breve momento em que a maré montante estava, efetivamente, subindo, milhões de pessoas acreditaram que tinham boas probabilidades de cumprir seu “sonho americano”. Agora, também esses sonhos estão sendo retirados. Em 2011, as poupanças dos que haviam perdido seus empregos em 2008 ou 2009 já tinham sido gastas. O seguro desemprego havia terminado. Os anúncios de novas contratações - ainda insuficientes para incorporar os que habitualmente se somam à força de trabalho – significavam pouco para cinquentões com poucas esperanças de voltar a ter um emprego.

De fato, as pessoas de meia-idade que pensaram que estariam desempregadas por uns poucos meses, têm-se dado conta, a esta altura, de que, na realidade, foram aposentadas à força. Os jovens graduados universitários com dezenas de milhares de dólares de dívidas em créditos educativos não podiam encontrar nenhum emprego. As pessoas se mudaram para casas de amigos e os pais se tornaram pessoas sem teto. As casas compradas durante a bolha imobiliária ainda estão no mercado, ou foram vendidas com prejuízo. Mais de 7 milhões de famílias estadunidenses perderam seus lares.

O obscuro ponto vulnerável da bolha financeira das décadas anteriores também ficou completamente exposto na Europa. As vacilações pela Grécia e a devoção dos governos nacionais-chave pela austeridade começaram a implicar pesada carga no ano passado. A Itália se contagiou. O desemprego espanhol, que se tinha mantido em cerca de 20% desde o começo da recessão, aumentou ainda mais. O impensável - o fim do euro – começou a ser visto como possibilidade real.

Este ano parece encaminhado a ser ainda pior. É possível que os Estados Unidos solucionem seus problemas políticos e adotem, finalmente, as medidas de estímulo de que necessitam para reduzir o desemprego a seis ou sete por cento (é demasiado pedir o nível anterior à crise de quatro ou cinco por cento).

Mas isso é tão pouco provável, assim como que a Europa se dê conta de que a austeridade por si mesma não resolverá seus problemas. Pelo contrário, a austeridade só exacerbará a desaceleração econômica. Sem crescimento, a crise da dívida – e a crise do euro – só piorarão. A longa crise que começou com o colapso da bolha imobiliária em 2007 e a recessão que a seguiu, continuarão.

Ademais, é possível que os países com os mercados emergentes mais importantes, que contornaram exitosamente as tormentas de 2008 e 2009, não ultrapassem tão bem os problemas que se percebem no horizonte. O crescimento brasileiro já se deteve e isso gera ansiedade entre seus vizinhos latino-americanos.

Enquanto isso, os problemas de longo prazo - inclusive a mudança climática e outras ameaças ambientais, e a crescente desigualdade na maioria dos países do mundo – continuam aí. Alguns, inclusive, pioraram. Por exemplo, o alto desemprego deprimiu os salários e aumentou a pobreza.

A boa notícia é que solucionar esses problemas de longo prazo ajudaria a resolver os de curto prazo. Um maior investimento para adaptar a economia ao aquecimento global ajudaria a estimular a atividade econômica, o crescimento e a criação de emprego. Impostos mais progressivos, que redistribuíssem das renda altas às médias e baixas, simultaneamente reduziriam a desigualdade e aumentariam o emprego ao impulsionar a demanda total. Os impostos mais elevados sobre os ricos poderiam gerar receitas para financiar o necessário investimento público, e proporcionar certa proteção social para os que menos têm, incluídos os desempregados.

Inclusive, sem ampliar o déficit fiscal, esses aumentos de “orçamento equilibrado” nos impostos e o gasto reduziriam o desemprego e aumentariam o produto. O que preocupa, contudo, é que a política e a ideologia em ambos os lados do Atlântico, mas especialmente nos EUA, não permitirão que nada disso ocorra. A fixação no déficit induzirá a cortes no gasto social, piorando a desigualdade. De igual maneira, a persistente atração para a economia de oferta, apesar de toda a evidência contra isso (especialmente em períodos de alto desemprego), evitará que aumentem os impostos sobre os que mais têm.

Inclusive, antes da crise, houve reordenamento do poder econômico - de fato, correção de anomalia com 200 anos de história, em que a participação asiática no PIB global caiu de cerca de 50% a, em certo ponto, menos de 10%.

O compromisso pragmático com o crescimento que se percebe atualmente na Ásia e em outros mercados emergentes destaca, frente às equivocadas políticas ocidentais, que, impulsionadas por combinação de ideologia e interesses criados, [essas políticas] parecem quase refletir compromisso para evitar o crescimento.

Como resultado, a reestruturação econômica global provavelmente se acelerará. E quase inevitavelmente dará lugar a tensões políticas. Com todos os problemas que enfrenta a economia global, seremos afortunados se essas pressões não começarem a se manifestar dentro dos próximos doze meses.”

FONTE: escrito por Joseph Eugene Stiglitz, economista estadunidense. Foi presidente do Conselho de Assessores Econômicos (Council of Economic Advisers) no governo do Presidente Clinton (1995-1997), Vice-Presidente Sênior para Políticas de Desenvolvimento do Banco Mundial, onde se tornou o seu economista chefe. Artigo publicado no site “Cuba Debate” e transcrito no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=174043&id_secao=2) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

CONFIANÇA NAS FORÇAS ARMADAS

PESQUISA REVELA GRAU DE CONFIANÇA NAS FORÇAS ARMADAS


IPEA - SIPS REVELA GRAU DE CONFIANÇA NAS FORÇAS ARMADAS

PESQUISA DE PERCEPÇÃO SOBRE A DEFESA NACIONAL FOI DIVULGADA NA QUINTA-FEIRA, 26, EM BRASÍLIA

“O Norte é a região brasileira que mais confia nas Forças Armadas, revela a segunda edição do ‘Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS): Defesa Nacional’, divulgado pelo IPEA na quinta-feira, 26. 55% dos moradores da região ouvidos pela pesquisa afirmaram ter muita ou total confiança nas Forças Armadas, enquanto 25% confiam razoavelmente. Apenas 19,7% confiam pouco ou nada.

Na média do Brasil, 49,6% indicaram ter muita ou total confiança e menos de 18% não confiam nada. Essa edição do SIPS trouxe, ainda, informações sobre a percepção do brasileiro em relação às funções das Forças Armadas e às condições oferecidas para que elas sejam exercidas.

Para a maior parte da população, o papel mais importante do Exército, da Marinha e da Aeronáutica é o “combate à criminalidade em conjunto com as polícias”, seguido da “defesa do país em caso de guerra”. Os dois itens obtiveram percentuais próximos: 58,1% e 55,4%, respectivamente. Logo depois, vieram as “funções sociais” da Forças Armadas (“ajudar a população com serviços médicos e sociais e em caso de desastres naturais”), com 49,7%.

Os entrevistados avaliaram positivamente as condições dos equipamentos disponíveis para as tropas do país (48% acham bom ou muito bom o estado dos equipamentos e 29%, regular). Mesmo assim, foi generalizada a percepção de que é necessário investir mais na estrutura oferecida às Forças Armadas: sete em cada dez disseram que o orçamento militar deveria aumentar muito ou razoavelmente.

SIPS

O “SIPS Defesa Nacional” também questionou os entrevistados sobre a atuação do país em missões de paz da ONU e sobre as formas de contribuição da população em caso de guerra. Ao todo, foram ouvidas 3.775 pessoas, em 212 municípios, abrangendo todas as unidades da Federação.

Um dos destaques dessa série de pesquisa sobre a Defesa Nacional foi o baixo índice de respostas enquadradas na categoria ‘não soube ou não quis responder’, o que indica que o entrevistado tem opinião consolidada sobre o assunto, mesmo que não tenha definições precisas de conceitos”, comentou Edison Benedito, um dos autores do estudo.”

FONTE: publicado no site “DefesaNet” com dados do IPEA  (http://www.defesanet.com.br/defesa/noticia/4561/IPEA---SIPS-revela-grau-de-confianca-nas-Forcas-Armadas)

BID ELOGIA MODELO DE DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO, em Davos-Suíça

Davos, Suiça

“No penúltimo dia (28/01) do ‘42º Fórum Mundial Econômico’, em Davos, na Suíça, o Brasil foi tema de painel de debates. O presidente do ‘Banco Interamericano de Desenvolvimento’ (BID), Luís Moreno, elogiou os resultados positivos obtidos nos últimos anos no país. Segundo os participantes do evento, o modelo brasileiro de crescimento associado ao desenvolvimento social é destaque no cenário internacional.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o secretário executivo do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, Alexandre Teixeira, participaram do painel denominado “Brasil Outlook”, mediado pelo jornalista John Defterios, da emissora norte-americana CNN.

As discussões em tom de otimismo, contrastaram com o clima de apreensão dos debates em Davos, cujo tema principal é a crise econômica internacional que atinge, principalmente, países da zona do euro, como a Grécia, Espanha e Portugal.

O mediador perguntou a Patriota se o Brasil está pronto para assumir parte da liderança que é exercida pelos Estados Unidos e por alguns países que sofrem os impactos da crise econômica internacional. O chanceler respondeu que os Estados Unidos se mantêm na liderança, assim como outros países.

Porém, Patriota acrescentou que o Brasil tem conquistado seu espaço no cenário internacional pelos esforços feitos para conciliar o crescimento sustentável com os programas de inclusão social e respeito ao meio ambiente. Segundo o chanceler, essa liderança é natural pelo empenho dos brasileiros.

O ministro lembrou, ainda, que a associação de ações relativas ao estímulo para o crescimento econômico e a melhoria da qualidade de vida dominarão as discussões da “Conferência Rio+20”, que ocorrerá de 13 a 23 de junho, no Rio de Janeiro. Patriota ressaltou que, em um mundo multiétnico e no qual as questões nucleares estão no topo das discussões, esses temas devem ocupar lugar de destaque.”

FONTE: reportagem de Renata Giraldi da Agência Brasil (edição: Rivadavia Severo)  (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-01-29/bid-elogia-modelo-de-desenvolvimento-brasileiro-em-davos-na-suica) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

A CRISE DOS 'BRANCOS DE OLHOS AZUIS'


NÃO É SÓ O PODER ECONÔMICO QUE MIGRA DO OCIDENTE PARA OS EMERGENTES; É TAMBÉM A CAPACIDADE DE LIDERAR

“DAVOS - Que há maciça transferência de riqueza e poder econômico do mundo rico para os emergentes, sobretudo China, é fato sabido. Os números citados semana passada, em debate sobre o panorama da economia global, são eloquentes: de 2007, o ano prévio à eclosão da mais recente grande crise, até às previsões divulgadas na semana passada pelo FMI, o crescimento da China terá sido de 60%; o dos países emergentes da Ásia, de 50%; dos demais emergentes, 35%. Do mundo rico, zero.

Menos visível e, por isso menos comentada, é uma mudança que se poderia chamar de política e cultural.

Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, contou que, na recente cúpula do G20 em Cannes, ele ficara observando como os líderes dos países emergentes (Dilma Rousseff estava entre eles) olhavam para seus colegas dos países ricos.

Percebiam, segundo Zoellick, muita confusão e sentiam-se frustrados. Havia até certo desdém.

Para ele, essa transferência em benefício dos emergentes não é só econômica, também "é de percepções; é de atitudes", diz. Consequência inescapável: "O mundo nunca mais voltará ao ponto em que estava" [até à crise de 2008, que, na verdade, continua se desdobrando].

Se, em vez do sóbrio Zoellick, fosse o exuberante Luiz Inácio Lula da Silva, diria que os "brancos de olhos azuis" estão perdendo o lugar como faróis do planeta.

Talvez seja ilustrativo da mudança cultural o fato de que o único participante da mesa aplaudido foi Donald Tsang, executivo-chefe de Hong Kong, quando disse que os ajustes até agora feitos para enfrentar a crise "esqueceram o povo".

Em todo o caso, a transferência de poder econômico e a desvalorização dos "brancos de olhos azuis" não significam que emergentes e ricos vivam situações muito diferentes. Tanto que Tsang, que não tem olhos azuis e governa uma região administrativa da China, que vai crescer mais de 8% este ano, contou, não obstante, que, em seus 40 anos de vida pública, jamais sentira tanto medo como agora.

"Ninguém está imune" [à crise], completou Christine Lagarde, a diretora-gerente do FMI.

O medo de Tsang é fácil de explicar: como disse Martin Wolf, moderador do debate e principal colunista do "Financial Times", a crise já tem 4,5 anos de vida, "e ninguém pode dizer que ela está superada".

O problema maior é que a discussão econômica, principalmente em torno da crise na eurozona, gira em falso. Pelo menos desde o G20 de Cannes, três meses atrás, os parceiros da Europa cobram o tal "firewall", um fundo de proteção sólido o suficiente para evitar que países grandes como Espanha e Itália quebrem como quebraram Grécia, Irlanda e Portugal.

Christine Lagarde chegou ao gesto teatral de erguer do chão a bolsa marrom que levara para o debate, mostrá-la aos debatedores e ao público, na esperança -brincou- de "coletar um pouco de dinheiro", naturalmente para o que ela chamou de "firewall decente".

Ninguém se animou a contribuir. Nem mesmo com ideias e propostas originais para justificar o rótulo de Davos como "montanha mágica", por ter sido o cenário do clássico de Thomas Mann com esse nome."

FONTE: escrito pelo jornalista Clóvis Rossi na "Folha de São Paulo"  (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/22822-a-crise-dos-brancos-de-olhos-azuis.shtml) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

MALVINAS OU FALKLANDS?


“Aula de geografia. A professora mostra o mapa da América do Sul para os alunos. Ao falar da Argentina, comenta que existe um arquipélago em disputa com o Reino Unido. Como deveríamos chamar: Malvinas ou Falkland? A resposta a essa questão indicará a preferência não apenas da professora, mas de todos que se manifestem sobre o tema.

Por Gilberto Rodrigues

Em 2012, completam-se 30 anos da Guerra das Malvinas/Falkland. Uma guerra que a ditadura argentina perdeu para o governo conservador britânico de Margareth Tatcher, a “Dama de Ferro”. Para os argentinos, um capítulo triste e vergonhoso de sua história. Para os britânicos, ao som de “We are the champions” (Nós somos os vencedores), do Queen, um momento de afirmação de sua soberania sobre as ilhas e de seu poderio militar, em plena Guerra Fria.

Passadas três décadas, a Argentina segue reivindicando com barulho a soberania sobre as Ilhas Malvinas (“Las Malvinas son Argentinas”) e os britânicos continuam fleumáticos e impassíveis nas Ilhas Falkland. Porém, fatos novos entram em cena e estão alterando o equilíbrio de forças políticas e diplomáticas nesse embate.

Os países da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas), sob a liderança do Brasil, não querem que nenhum país de fora da região faça exercícios militares no Atlântico Sul. O Reino Unido não apenas teima em manter suas naves bélicas como anunciou que irá explorar petróleo no território marítimo das ilhas. Em razão disso [por mais essa razão], a UNASUL passou a declarar apoio à Argentina em seu pleito. Mais: Argentina e Uruguai proibiram qualquer empresa que explore petróleo nas Malvinas de utilizar os seus portos e de atuar no país.

Já os habitantes das ilhas "preferem" ficar com os britânicos e reagem indignados à política de Buenos Aires.[OBS deste blog: após a invasão das ilhas Malvinas e expulsão dos argentinos, esses “habitantes” da "Falkland" são militares e funcionários britânicos e suas famílias e descendentes. Seria como, no Iraque, fazer uma enquete se os soldados norte-americanos das tropas invasoras preferem continuar com suas cidadanias ou se preferem ser iraquianos].  Mas a Casa Rosada afirma que todos nas Ilhas são manipulados pela Corte de St. James. Não há dúvida de que está em curso a maior estratégia de defesa coletiva contra a soberania britânica sobre as Malvinas/Falkland até hoje vista. Não à toa, o Chanceler William Hague veio ao Brasil em busca de apoio à posição britânica, preparando futura visita do Príncipe William. Por enquanto, Malvinas/Falkland permanece como a dupla expressão dos mapas isentos."

FONTE: escrito Gilberto Rodrigues, professor do curso de Relações Internacionais da Faculdade Santa Marcelina. Foi professor visitante da Universidade de Notre Dame (EUA), doutor em Relações Internacionais pela PUC-SP, mestre pela Universidad para La Paz (ONU/Costa Rica) e pós-graduado pela Universidade de Uppsala (Suécia). Artigo publicado no portal “Vermelho”  (http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=174080&id_secao=9) [imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].

QUEM DEVE SE LIGAR NA CIÊNCIA?


Por Marcelo Gleiser

Há uma distância cada vez maior entre a ciência que as pessoas consomem e a ciência que conhecem

“Para muitos leitores da minha coluna, a pergunta do título tem resposta óbvia. Mas esse não é o caso da maioria das pessoas. Basta entrar em uma livraria e tentar encontrar a parte de ciência. Ou checar as listas dos livros mais vendidos da “Folha” ou de outras editoras. Claro, volta e meia um livro sobre ciência entra na lista e fica por lá durante um tempo. Mas, em geral, são títulos que combinam ciência e religião ou ciência e política. A mesma coisa acontece no caso dos documentários sobre ciência.

Ninguém espera que a população brasileira se ligue nas últimas descobertas da ciência como se liga em novelas ou no "Big Brother". Mas o que me preocupa é a distância cada vez maior entre a ciência que as pessoas consomem e a ciência que conhecem. Cada vez mais, a tecnologia se torna uma "caixa preta" em que celulares e GPS não são tão diferentes de objetos mágicos, importados do mundo do Harry Potter. Isso sem incluir questões científicas mais fundamentais -como a origem do Universo ou a da vida -e seu impacto cultural, por extensão, na nossa visão de mundo.

Podemos separar os modos de interação da ciência com o público em duas vertentes principais. A primeira lida com os usos da ciência, suas aplicações tecnológicas na eletrônica, na medicina ou na exploração e no uso de diferentes formas de energia. A segunda lida com questões mais metafísicas como "origens" ou o fim do Universo ou o que existe dentro de um buraco negro.

Em ambos os casos, a educação tem papel crucial: tanto formal, nas escolas em todos os níveis, quanto informal por meio de livros, documentários, palestras e jornais.

Algo curioso ocorreu a partir do início do século 20: quanto mais a ciência progrediu, mais ela se afastou dos fenômenos do dia a dia, tornando-se progressivamente mais abstrata e até mesmo bizarra.

Para uma pessoa do século 18, não há dúvida de que muitas descobertas foram estarrecedoras. Por exemplo, a descoberta de Urano e de centenas de nebulosas por William Herschel expandiram dramaticamente as dimensões do Cosmo. Mesmo assim, eram descobertas "palpáveis", que necessitavam de um telescópio que podia ainda ser montado num jardim -embora tivesse de ser bem poderoso.

No entanto, para se "ver" uma molécula de DNA ou um quasar a 5 bilhões de anos-luz são necessários instrumentos altamente especializados, fora do alcance de um cidadão comum. A distância entre os objetos e métodos da ciência e a maioria das pessoas só tende a aumentar. Talvez seja por isso que um leitor outro dia me disse que, para ele, acreditar em Deus ou no que os cientistas dizem sobre a teoria do ‘Big Bang’ era a mesma coisa.

Algo similar acontece com o aquecimento global: sem evidências concretas e imediatas, as pessoas acham difícil "acreditar" no assunto -mesmo que ninguém precise acreditar em asserções científicas, apenas examinar a evidência disponível e chegar a uma conclusão.

Se mais cientistas se engajarem no ensino da ciência nas escolas e na sua popularização por meio da mídia, a distância entre as descobertas da ciência e a sua compreensão pelo público não especializado diminuirá. Cada vez mais, quem não se ligar na ciência ficará para trás.”

FONTE: escrito por Marcelo Gleiser, professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de "Criação Imperfeita". Artigo publicado na Folha de São Paulo  (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/22823-quem-deve-se-ligar-na-ciencia.shtml) [imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

domingo, 29 de janeiro de 2012

E A INVASÃO DA GLOBO ? O ALCKMIN VAI RETOMAR O TERRENO ?


Por Paulo Henrique Amorim (PHA)

“O ‘Conversa Afiada’ atende a sugestão da amiga navegante Marli e sugere ao Governador de São Paulo, à PM de São Paulo e à Justiça de São Paulo que proceda à reintegração de posse do Governo do Estado de terreno invadido numa das nobre áreas da cidade de São Paulo:

Marli, em 28 de janeiro de 2012

PHA, acho que essa invasão de terreno pela Globo está na pauta. Que tal um post para não deixar ninguém esquecer? Porque a polícia do Alckmim não foi lá pra derrubar os estúdios da Globo?"

O POVO QUER SABER

Assista a esse vídeo: http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/07/31/video-o-%E2%80%9Cfavorzinho%E2%80%9D-que-o-jenio-fez-a-globo/

E o [texto abaixo] que o “Conversa Afiada” publicou [na época do Governo Serra] sobre a invasão ainda sem reintegração de posse:

SERRA ENCOBRE TRAMPA DA GLOBO COM TERRENO INVADIDO E AGRIDE REPÓRTER

São Paulo dos tucanos: a Globo invade o terreno sob a ponte do “seu” Frias. É o PiG (*) no poder

Por Paulo Henrique Amorim, no ‘Conversa Afiada’

“O 'Domingo Espetacular' exibiu reportagem de Afonso Mônaco que mostra como José Serra é empregado da Globo.

Igualzinho ao mestre Fernando Henrique, outro “operário padrão” do Roberto Marinho.

A Globo invadiu um terreno do Governo do Estado ao lado de sua sede em São Paulo.

Invadiu, gradeou, construiu uma pista de corrida para os funcionários e impediu a entrada de “estranhos ao serviço”.

A TV Record denunciou.

Aí, a Globo e o José Serra, operário padrão, montaram a trampa.

Criaram uma escola técnica para formar profissionais de televisão (para trabalhar na Globo).

Sabe qual é o nome da escola, amigo navegante ?

Roberto Marinho”.

E, com isso, “legalizaram” a invasão: “toma que o terreno é meu”, disse um blog que a Record citou.

Já se sabe que o Zé Alagão defende invasores tucanos.

José Serra agrediu o repórter Afonso Mônaco, no ar:

- O senhor não acha estranho, só técnicos da Globo (participarem da elaboração do programa da “escola”) ?

- Você quer que eu responda, (disse o nosso Putin). Se você quiser dar a sua opinião, olha para a câmera e dá a sua opinião.

- Eu estou perguntando para o senhor, insistiu Mônaco.

- Então, mas se você quiser dar a sua opinião, grava para a televisão.

Adiante, Mônaco perguntou:

- O senhor acha certo fazer um convênio com uma empresa que invadiu o terreno, governador ?

Serra dá as costas e finge que não ouviu a pergunta.

Ao perceber que tinha sido flagrado na cumplicidade com a Globo, Serra voltou para o Palácio e teve um ataque de fúria.

As reverberações desse ataque se ouviam na marca do pênalti do estádio do Morumbi.

E, como sempre, o nosso Putin mandou ligar para a Record e ameaçar o Afonso Mônaco e a Record.

A reportagem foi exibida no horário nobre, com audiência de 13 pontos na leitura preliminar do Globope (na leitura não-preliminar do Globope, a Globo costuma reagir).

Não fosse o PiG (*), especialmente a Globo, invasora do terreno, esses tucanos de São Paulo não passavam de Pinheirinho.

Em tempo: a Record não deu a cabeça do Afonso Mônaco.

Está lá, em cima do pescoço.

O mesmo não aconteceu com a do Cerra, depois do livro do Amaury."

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

[Complementação deste blog ‘democracia&política’:

A autoproclamada “elite” brasileira somente considera invasão quando ela é feita por pobres. Um exemplo flagrante e situado a pequena distância das sedes do STF, MJ, MP, Polícia Federal, IBAMA etc etc, e que permanece intocável (e abafada pela “grande” mídia), é o grande prolongamento de terrenos, bem além dos seus limites legais, com a invasão de áreas públicas nas margens do Lago Paranoá em Brasília. Enormes mansões avançam até às margens do lago, ocupando e cercando o terreno público como se fosse particular, bloqueando e extinguindo vias, ciclovias e calçadas de pedestres.

Com enorme probabilidade de acerto, digo que seus ricos proprietários se julgam “da elite pagadora de impostos”, “honestos”, e são ácidos críticos acusadores e ferozes condenadores de erros e apropriações de bens públicos feitas por terceiros, especialmente as feitas por pobres, pelo MST e por membros do governo federal (apenas de governos após 2003, pois, antes, nada era criticado).

A seguir, algumas fotos que ilustram essa incólume apropriação indébita de bem público:

FONTE: portal “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim  (http://www.conversaafiada.com.br/pig/2012/01/28/e-a-invasao-da-globo-o-alckmin-vai-retomar-o-terreno/) [Complementação final adicionada por este blog ‘democracia&política’, com imagens do google].

BRASIL 6º PIB. “1ª PIOR POLÍTICA ECONÔMICA” [!?!]

Adriano Benayon
[OBS deste blog ‘democracia&política’:

O artigo a seguir transcrito é muito bom. Faço somente algumas pequenas ressalvas:

O autor diz, por exemplo, que, “na maioria dos países, o PIB real é superestimado”. Afirma que, “além das distorções em moedas nacionais, as variações nas taxas de câmbio afetam em muito os dados comparativos”. Diz que “corrigido o câmbio, o PIB (brasileiro) cairia muitas posições para abaixo da 10ª”. Essas palavras fazem, involuntariamente, parecer que a desvalorização do dólar somente ocorreu no Brasil. O autor diz, também, que o PIB brasileiro leva em conta o ganho que “pertence a residentes no exterior e a empresas estrangeiras (os outros PIB não?).

Sendo assim, na opinião deste blog, não teria sentido o próprio autor fazer comparações do Brasil com outros países e dizer que, corrigidas as apontadas distorções, cairíamos para a 10ª economia.

Isso somente poderia ser verdadeiro se considerássemos que o PIB divulgado dos demais países estivesse correto e somente o brasileiro não. A realidade não é essa. Por exemplo, a China e outros países, como Coreia do Sul, México etc também sediam muitas empresas estrangeiras (que lá estão especialmente por conta da mão-de-obra mais barata).

Outro aspecto que inviabiliza essas comparações é o próprio autor que apresenta, ao iniciar seu artigo dizendo que, “na maioria dos países, o PIB real é superestimado”.

Outra afirmação do autor é que “as mídias local e estrangeira fazem troça do Brasil quando destacam o crescimento do PIB brasileiro, como que fazendo nosso povo rir de sua própria miséria, sem de nada saber”.

Essa arrogante e debochada atitude teria algum sentido se esses depreciadores estrangeiros tivessem seus PIB calculados nos mesmos parâmetros depuradores descritos pelo autor e, resultando muito superiores em comparação, ridicularizassem o suposto bom desempenho brasileiro. Sabemos que isso não é verdadeiro.

Além disso, o conceito irônico acima representa uma muito utilizada e conhecida tática da mídia e oposição brasileiras desde 2003. Trata-se de depreciar qualquer destaque e mérito do Brasil, na esperança de associar o demérito, o ridículo, ao governo federal (Lula e Dilma). Pensam que, assim, melhoram as chances de a direita “neoliberal” (PSDB, DEM, PPS) voltar ao poder. Não percebi, no conjunto do texto, forte tendenciosidade partidária do autor. Mas, certamente, esse endosso à indevida troça contra o Brasil, inclusive no título desta postagem “1ª PIOR POLÍTICA ECONÔMICA” é claramente uma conhecida prática da direita internacional e brasileira, saudosa das benesses que aqui recebia nos tempos demotucanos.

Feitas essas ressalvas, vejamos o bom artigo de Adriano Benayon]:

1. Houve muita fanfarra com a estatística que apontou ser o Brasil a sexta maior economia do mundo pelo enganador critério do PIB (Produto Interno Bruto). Na maioria dos países, o PIB real é superestimado, para dar a impressão de que a economia está indo bem.

2. Para isso, usam-se vários truques em muitos países, que subestimam a elevação dos preços:

a) alterar a cesta de produtos que compõem os índices de inflação, e o respectivo peso;

b) supor que toda modificação de produto significa melhora técnica;

c) quando da substituição, no consumo, de bem ou serviço de maior valor por outro de menor qualidade, devido a aumento de preço daquele, considerar que não houve elevação.

3. No Brasil, além de algumas dessas modalidades de manipulação, as taxas de crescimento do PIB deram alguns saltos, desde o final dos anos 60, em função de alterações nos critérios dos cálculos, o que transmite a impressão enganosa de rápido progresso a partir dessa época.

4. Além das distorções em moedas nacionais, as variações nas taxas de câmbio afetam em muito os dados comparativos. O câmbio do real está supervalorizado. Em média, sua taxa foi, em 2010, R$ 1,70, enquanto se estima em R$ 2,50 a que poderia melhorar a posição competitiva dos bens industriais produzidos no País. Corrigido o câmbio nessa proporção, o PIB cairia muitas posições para abaixo da 10ª.

5. O mais importante, porém, é que o PIB registra o que é produzido no País, sem considerar, de um lado, quanto dessa produção pertence aos residentes e a empresas locais, e, de outro lado, quanto pertence a residentes no exterior e a empresas estrangeiras.

6. Portanto, há muitíssimo tempo, o PIB se tornou quase irrelevante, em razão de ter sido a produção transnacionalizada, mormente no Brasil, onde isso é patológico.

7. O PNB (Produto Nacional Bruto) daria ideia menos distorcida das coisas, pois em seu cálculo é deduzido do PIB o que residentes no exterior e empresas estrangeiras ganham com a produção no País, e adicionado o que residentes no Brasil e empresas brasileiras auferem no exterior.

8. Entretanto, quase não se fala do PNB. Além disso, no Brasil, ele sempre foi subestimado, porquanto grande parte das empresas controladas de fora do País figura nas estatísticas com participação de capital estrangeiro inferior à real, já que é registrada em nome de laranjas.

9. A apuração oficial do PNB é ainda muito mais distante da realidade, por ter sido criminosamente suprimida a distinção entre empresas de capital nacional e de capital estrangeiro, quando da “reforma” do capítulo econômico da Constituição de 1988, encomendada pela oligarquia estrangeira a FHC e a demais asseclas.

10. Ora, o Brasil é um dos países em que é mais alta e, na realidade predominante, a parte da renda produzida no País sob o capital estrangeiro, grande parcela da qual é anualmente transferida para o exterior, não só como lucros e dividendos oficiais, mas também em outras contas das transações correntes, através de bens e serviços superfaturados na importação e subfaturados na exportação.

11. A economia brasileira já estava grandemente controlada por empresas transnacionais no início dos anos 70. Depois, o País sofreu devastação decorrente da crise das contas externas no final dos anos 70. Ao longo dos anos 80, a elevação absurda dos juros da dívida externa com a fraude à Constituição de 1988, que fez privilegiar o “serviço da dívida externa”.

12. Esse, desde então, nos custou quantia próxima a R$ 10 trilhões, em valores atualizados. Nos anos 90, houve a avalanche das privatizações, que aceleraram a desnacionalização. Desde então, elevados ingressos acumulados de investimentos diretos estrangeiros. Estimo, pois, que o PNB não equivale a sequer 60% do PIB. Como este também é muito superestimado, não passa de 40% do sugerido pelas cifras do PIB a renda das pessoas físicas e jurídicas brasileiras.

13. Ao se comemorar que o PIB do Brasil tenha passado o da Inglaterra, a enganação é ainda maior que a acima desmascarada, porquanto esse país-sede da oligarquia financeira, há mais de trezentos anos, representa extremo oposto ao do Brasil.

14. De fato, o Reino Unido é único país cujo produto fora de suas fronteiras supera o realizado dentro delas. A produção interna segue estagnada, mas a oligarquia britânica nada em lucros, entre outros, os de manipular os mercados financeiros mundiais, além de contar com valiosos ativos em todo o mundo, inclusive minas de ouro e de outros minérios preciosos no Brasil.

15. Em última análise, as mídias local e estrangeira fazem troça do Brasil quando destacam o crescimento do PIB brasileiro, como que fazendo nosso povo rir de sua própria miséria, sem de nada saber.

16. Nem falemos do poder bélico e político do Reino Unido. Recordemos apenas que sua oligarquia, coadjuvada por outras da OTAN, tem exercido pressão, praticamente sem resistência, sobre “governos” brasileiros, para separar, de fato, do território nacional, imensas e riquíssimas áreas da Amazônia, a pretexto de “proteger” indígenas (até importados para lá) e o meio ambiente.

DESNACIONALIZAÇÃO E DESINDUSTRIALIZAÇÃO

17. No Brasil a produção ainda cresce, mas a serviço quase que exclusivo de bancos, muitos estrangeiros, inclusive os britânicos HSBC e Santander (que passa por espanhol), e das empresas transnacionais, que controlam cada vez mais ativos no País e transferem os ganhos para o exterior, especialmente nos paraísos fiscais, quase todos em ex-colônias britânicas.

18. Beneficiário da escandalosa privatização do BANESPA, o maior banco estadual do mundo, entregue por nada pela troupe tucana encastelada em São Paulo, o Santander foi agora agraciado pelo CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, do Ministério da Fazenda – com a isenção de quatro bilhões de reais devidos à Receita Federal.

19. Em vez de se iludir com estatísticas conjunturais, o Brasil deveria atentar para as graves distorções de estrutura acumuladas desde 1954, as quais estão a pôr a casa em sério risco. Elas se manifestam na desindustrialização decorrente da desnacionalização da economia.

20. Que outra coisa poderia ter acontecido, se, desde aquela época, as políticas públicas subsidiam, incessante e crescentemente, transnacionais sediadas no exterior? Vez por outra, empresas nacionais foram ajudadas, mas, em geral, a maioria delas foi massacrada, enquanto as transnacionais nunca ficaram sem os favores da política econômica.

21. O Brasil tem agora um dos mais altos déficits de transações correntes com o exterior. Além disso, as reservas cambiais não são bem nossas, ao contrário das da China, da Alemanha e de outros que têm competitividade tecnológica e cujas reservas resultam de saldos positivos naquelas transações. As reservas do Brasil são constituídas, em grande parte, por dólares convertidos em reais para aplicações em títulos financeiros, e elas podem deixar o Banco Central aos primeiros sinais de crise externa.

22. Conforme dados do Banco Mundial, a participação no total mundial do valor adicionado pela indústria no Brasil permanece, desde 2000, parada em 1,7%. Enquanto isso, o mesmo indicador na China elevou-se de 6,7% em 2000 para 9,8% em 2005 e para 14,5% em 2009.

23. Segundo a mesma fonte, as importações brasileiras de bens de alta tecnologia não chegam a US$ 40 bilhões, e as exportações não atingem sequer US$ 10 bilhões. No caso da China, as importações e as exportações somavam, cada uma, US$ 50 bilhões em 1996, e alcançaram, em 2008, US$ 325 bilhões e US$ 450 bilhões, respectivamente.

24. O modelo econômico dependente, baseado em tecnologia estrangeira não-absorvida no País e em financiamentos geridos pelo Banco Mundial, a custos materiais e financeiros elevados, ademais de privilegiar os grandes produtores mundiais de equipamentos, inviabilizou o desenvolvimento de empresas médias e pequenas de capital nacional nos programas de investimentos públicos, como o elétrico e o siderúrgico.

25. As privatizações agravaram o quadro, tendo acabado com o espaço de empresas privadas locais tecnologicamente promissoras que, antes, forneciam equipamentos e componentes às estatais.

26. Até no âmbito da Petrobrás - por pouco [totalmente] privatizada com a venda de ações a estrangeiros e os diversos atentados contra ela decorrentes da Lei 9.478, de 1997 [FHC] - foram revertidas políticas fomentadoras de firmas brasileiras. Conforme observou o Eng. Fernando Siqueira, da AEPET, a Petrobrás, nos anos 70, sob Geisel, havia criado, através de transferência de tecnologia, um parque fornecedor com cinco mil empresas, que competiam com grandes multinacionais no estado da arte.

27. Diz ele: “Collor, na linha do ‘Consenso de Washington’, reduziu em mais de 30% as tarifas de importação, e FHC jogou a pá de cal ao criar o REPETRO, pelo decreto 3161, que isentou as empresas estrangeiras de todos os impostos: II, IPI, ICMS, PIS, Cofins, tudo. Com isso, liquidou essas 5.000 empresas. As que restaram foram adquiridas pela [norte-americana] GE.”

28. Não há espaço aqui para resumir os variados e imensos subsídios com que a política econômica presenteia as transnacionais montadoras de veículos e outras transnacionais em todos os setores da economia, sendo as benesses federais complementadas pelas estaduais e municipais. Há poucos dias, noticiou-se que o prefeito do Rio doará à General Electric dos EUA terreno de 45.000 m², na ilha do Fundão.

29. Os financiamentos do BNDES constituem vultoso subsídio às grandes transnacionais que, cada vez mais, controlam o mercado brasileiro e recebem do banco estatal trilhões de reais a taxas favorecidas. A Thyssen, da Alemanha, líder de cartéis mundiais, formou “joint venture” para produzir energia elétrica poluente à base de carvão, em “associação” com o multiusos Eike Batista, com 75% dos recursos providos pelo BNDES.

30. Além de subsidiar as transnacionais, o governo planeja privatizar aeroportos e “trabalha” para acentuar a dependência tecnológica do País, reduzindo para 2% o imposto de importação sobre extensa gama de bens de capital. A fabricação no País desses bens chegara, nos anos 70, a prover 60% da demanda interna; proporção que caiu a menos de 40%, sem falar na queda substancial da participação de empresas de capital nacional.

31. Cada vez mais, o Brasil exporta recursos naturais com pouco ou nenhum processamento industrial, até no setor agroindustrial. Dos minérios estratégicos, como o quartzo e o nióbio, em que a quase totalidade da matéria-prima está concentrada no Brasil, exportam-se insumos a preços subfaturados e que não representam sequer 1/50 do valor unitário (por peso) dos bens finais em que utilizados.

32. As exportações dependem, cada vez mais, das commodities. Essas atingiram, em 2010, 70% de participação na pauta total, além estarem representadas por componente crescente de produtos básicos, inclusive nos cinco maiores grupos: minério de ferro; petróleo; soja; açúcar; café. De resto, permanece em vigor a espantosa Lei Kandir/Collor, que isenta de ICMS a exportação de bens primários.”

FONTE: escrito por Adriano Benayon, doutor em economia e autor do livro “Globalização versus Desenvolvimento”, editora Escrituras SP. Artigo transcrito no blog “redecastorphoto”  (http://redecastorphoto.blogspot.com/2012/01/6-pib-1-pior-politica-economica.html) [título, imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’]