domingo, 2 de janeiro de 2011

'BRIC' VIRA 'BRICS' COM INGRESSO DA ÁFRICA DO SUL


Bandeira da República da África do Sul

"PAI" DA SIGLA CRITICA E DEFENDE ENTRADA DA COREIA

"O Itamaraty confirmou sexta-feira que a África do Sul se uniu ao grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), incorporando o "S" (de "South Africa") ao acrônimo.

Criada de brincadeira por um economista do mercado financeiro, a sigla ganhou status de aliança diplomática e passou a ser cobiçada por outros países em desenvolvimento. A Coreia do Sul também negocia a entrada.

A economia dos BRICS não chega perto do tamanho da dos países desenvolvidos. Juntos, os cinco países têm um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 17 trilhões. Dos cinco integrantes, a África do Sul tem a menor economia, de US$ 0,5 trilhão.

As riquezas dos países desenvolvidos (Estados Unidos, União Europeia e Japão) somam US$ 32,7 trilhões. Os dados são de 2009, convertidos pelo critério de paridade do poder de compra.

Apesar disso, o crescimento econômico dos países em desenvolvimento confere ao grupo cada vez maior influência política. Prova disso foi o papel do G20 (grupo das 20 economias mais influentes do mundo desenvolvidas e em desenvolvimento) na discussão da crise mundial.

OUTROS CANDIDATOS

Para Jim O'Neill, o homem que cunhou o termo BRIC, Coreia do Sul, Indonésia, México e Turquia seriam candidatos mais fortes do que o colega africano para o grupo.

O economista do banco Goldman Sachs afirmou nesta semana que essas são "economias de crescimento", pois respondem cada uma por cerca de 1% do PIB global. "É difícil ver como a África do Sul se equipara a esses países, e mais ainda aos países do grupo dos BRICS", disse O'Neill em e-mail a clientes do banco.

Mas há divergências. O economista Uri Dadush, ex-diretor de comércio internacional do BIRD, disse à ‘Folha’ que prefere ver a África do Sul no grupo.

"Todas as regiões em desenvolvimento estão representadas nos BRICS, menos a África. Os desafios de desenvolvimento da África do Sul são mais complexos e interessantes do que os da Coreia do Sul, que, como Taiwan, está a caminho de ganhar status de país de alta renda", afirmou Dadush.

Para O'Neill, entrar para os BRICS seria "claramente boa notícia para a África do Sul, mas não está inteiramente claro para mim por que os outros membros do grupo deveriam concordar".

Vários analistas dizem que o interesse dos BRICS na África do Sul, principalmente o da China, está no acesso facilitado a recursos naturais do continente, especialmente petróleo e minerais, e não em ajudar o desenvolvimento.

Segundo o Itamaraty, foi a África do Sul quem pediu aos integrantes do BRIC para participar do grupo, em reunião em Nova York, em setembro do ano passado.

Depois de os quatro países aceitarem a adesão, a China fez o convite, por ocupar informalmente a presidência do grupo -que realiza sua próxima cúpula em Pequim em abril.”

FONTE: reportagem de Juliana Rocha, de Brasília, e de Andrea Murta, de Washington, publicada na Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me0101201107.htm). [imagem do Google adicionada por este blog]

Nenhum comentário: