quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

ÁREA ESPACIAL TERÁ MAIS PESQUISADORES, DIZ MINISTRO MERCADANTE


TECNOLOGIA: GOVERNO QUER ATRAIR ESPECIALISTAS QUE TRABALHAM FORA DO PAÍS

“Com foco em inovação, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, disse ontem que pretende fortalecer o setor aeroespacial brasileiro por meio de boas propostas e muita motivação. Em seu primeiro compromisso oficial como ministro, Mercadante esteve ontem no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos, e afirmou que o instituto terá importância estratégica em sua gestão, especialmente pelos programas que desenvolve nas áreas de monitoramento de florestas, mudanças climáticas, previsão de tempo e desenvolvimento de satélites.

Mercadante ressaltou que vai procurar uma solução para o problema do déficit de especialistas na área espacial, com a contratação de novos pesquisadores. “A geração dos 50 e 60 anos já representa quase dois terços do pessoal que trabalha hoje no INPE e no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e o Estado precisa preservar as suas funções de excelência.”

O ministro comentou que, nos últimos dois anos, os pesquisadores do INPE e do DCTA tiveram reajuste salarial importante – 92%, em média – , mas lembrou que o índice ainda está defasado em relação ao mercado de trabalho, que está aquecido.

O ministério, segundo Mercadante, quer trazer de volta pesquisadores que hoje trabalham fora do país. Só em universidades americanas de primeiro nível, segundo o ministro, trabalham hoje cerca de 3 mil professores brasileiros.

Precisamos criar uma rede para que esses profissionais se relacionem com o Brasil e possam participar de projetos no nosso país, e também abrir uma porta para os que quiserem voltar, além de incentivar a vinda de pesquisadores estrangeiros de alto nível para trabalhar em nossas universidades e institutos de pesquisa”, disse.

Mercadante comentou que ainda é prematuro falar em mudanças estratégicas no programa espacial brasileiro. “Temos de avaliar com profundidade o que nós vamos fazer e a ideia é elaborar um diagnóstico bem rigoroso para construir uma estratégia que seja consistente e duradoura.”

Qualquer alteração no âmbito das empresas do ministério (ACS, Nuclep, Sibratec), segundo ele, só será feita a partir de uma avaliação rigorosa da atual equipe recém-indicada para trabalhar no ministério. “O critério vai ser competência técnica e excelência. Isso aqui é política de Estado e nós vamos tratar todas essas instituições com esse perfil. A presidente me deu total liberdade para fazer isso.”

Na área de lançadores de satélites, o ministro disse que o objetivo é continuar e avançar. No dia 21, Mercadante voltará a São José dos Campos para conhecer de perto os principais projetos do Brasil nessa área e programou uma visita ao DCTA. O ministro será recebido pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.

Mercadante disse que considera indispensável o investimento em satélites que fazem o monitoramento climático e dão apoio à previsão de safra. “A economia satelital representa hoje US$ 206 bilhões por ano. Portanto, é um setor de grande disputa estratégica, de alto valor agregado e que também permite desenvolvimento de inovação em muitas outras áreas da economia”, afirmou.”

FONTE: reportagem de Virgínia Silveira publicada no jornal “Valor Econômico” e postada no blog de Luis Favre (http://blogdofavre.ig.com.br/2011/01/area-espacial-tera-mais-pesquisadores-diz-ministro-mercadante/)[imagem do google adicionada por este blog].

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