domingo, 8 de agosto de 2010

EMBRAER ESTIMA INVESTIR ATÉ US$ 700 MILHÕES EM NOVO PROJETO


“A carteira de pedidos firmes da Embraer deve contabilizar, no terceiro trimestre, 37 novas encomendas, de acordo com o vice-presidente executivo de Finanças da fabricante de aeronaves, Luiz Carlos Aguiar. O executivo confirmou também que a empresa deve concluir os estudos para a modernização dos motores de alguns de seus jatos ou de um novo avião até o fim do ano, como adiantou o Valor no dia 23 de julho. De acordo com Aguiar, caso uma decisão nesse sentido seja tomada, o investimento destinado ao projeto será de até US$ 700 milhões. "Estamos estudando uma evolução no conjunto de produtos, mas ainda não temos a configuração de um novo avião formada. Até o fim do ano devemos completar esse ciclo de estudo", ponderou.

Aguiar disse que a maior parte dos pedidos do terceiro trimestre, 35 modelos E-175, foi encaminhada pela empresa aérea de baixo custo Flybe, enquanto outras duas aeronaves 190 são referentes a um contrato com a Trip. Outros cinco pedidos firmes, anunciados anteriormente, correspondem a encomendas feitas pela Azul.

Para 2010, a meta da Embraer é entregar 90 jatos comerciais e 137 aeronaves executivas, das quais 120 devem ser jatos da família Phenom e outras 17, dos modelos Legacy e Lineage. A carteira de pedidos firmes da companhia para até três anos alcançou US$ 15,2 bilhões em junho.

Sobre as diversas cartas de intenção assinadas durante o salão aeronáutico de Farnborough, em julho, na Inglaterra, Aguiar garantiu que a probabilidade de os acordos se transformarem em pedidos firmes é "enorme". O evento foi proveitoso para a companhia. Um dos principais acordos foi o firmado com a Flybe, para encomenda de até 140 aeronaves, um negócio que pode chegar a US$ 5 bilhões. Também foram anunciados protocolos de intenção com a Republic Airlines, para a venda de 24 jatos modelo 190, com valor estimado em US$ 960 milhões, e com a Air Lease, para 15 jatos modelo 190, sem valor estimado.

No caso do contrato com a FAB, também anunciado durante a Farnborough, para a compra de 28 jatos militares de carga KC-390, o executivo ponderou que o modelo ainda está sendo configurado. "É preciso um tempo para precificar, então, nesse caso, levará um tempo bem maior, de até 24 meses", disse.

No segundo trimestre, a Embraer viu seu lucro recuar 77%, com resultado líquido de R$ 109 milhões. O desempenho foi prejudicado pelo efeito da variação cambial sobre o cálculo do Imposto de Renda. A fabricante de aeronaves reportou perdas de R$ 119,9 milhões na linha de Imposto de Renda e Contribuição Social. "Nesse ano, o fator câmbio gerou um efeito contrário ao do segundo trimestre do ano passado. Dessa vez, com o impacto da variação cambial, gerou-se um débito tributário no nosso resultado, que consumiu parte do nosso lucro", explicou o executivo.

A empresa também elevou em 5% a projeção para a receita líquida neste ano, de US$ 5 bilhões para US$ 5,25 bilhões. Segundo Aguiar, como a companhia não prevê aumento significativo de suas despesas para o segundo semestre, o lucro antes de juros e impostos (EBIT, na sigla em inglês) projetado para o ano foi elevado em 13%, de US$ 300 milhões para US$ 340 milhões.

O número maior de entregas de aviões executivos nos próximos meses na comparação com o período de janeiro a junho fará a Embraer ter margem operacional menor no segundo semestre. No período, a margem deverá cair para pouco mais de 5%, ante 7,8% de janeiro a junho. Segundo Aguiar, a queda prevista decorre da diferença no mix de produtos que serão entregues até o final do ano.

De acordo com o presidente-executivo da Embraer, Frederico Curado, o o faturamento adicional previsto para o período virá da aviação comercial. Embora tenha preferido manter a meta de entregar 90 jatos civis em 2010, depois de 50 unidades até junho, Curado admitiu poder entregar "alguns aviões a mais" nesse segmento.”

FONTE: reportagem de Ana Luísa Westphalen publicada no jornal “Valor Econômico” [imagem colocada por este blog].

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