quarta-feira, 16 de junho de 2010

POCHMANN NA FOLHA (*): OS TUCANOS ENTERRARAM SÃO PAULO


O MAQUINISTA É TUCANO

“Saiu na pág. 3 da “Folha” (*) artigo do presidente do IPEA, o economista Marcio Pochmann.

O título do artigo é “PARA ONDE VAI SÃO PAULO ?

A leitura do artigo levou este ordinário blogueiro à inevitável conclusão: os tucanos enterraram São Paulo.

A resposta é: São Paulo, desse jeito, vai para o buraco.

Leia o artigo com atenção [ver mais adiante, nesta postagem], amigo navegante, e note alguns pontos de Pochmann:

Os tucanos levaram São Paulo a perder o bonde da História (como dizem o tucanos), porque não investiram em educação, tecnologia de informação (**) e comunicação e o trabalho imaterial como esteio central da geração de riqueza.[e ainda apregoam que podem mais fazer o mesmo para todo o Brasil!!!]

A expansão de São Paulo com os tucanos se dá na agroindústria (no açúcar, ou no velho “agrarismo”, como diz Pochmann) e nos bancos. Duas atividades que agravam a exclusão social.

A indústria da São Paulo murchou.

A participação de São Paulo no PIB caiu de 36% em 1996 para 33% em 2007.

E os governantes tucanos (veja, amigo navegante, Pochmann não fala em “tucanos” – isso é uma liberdade estilística deste ordinário blogueiro) investiram “no passado”.

É o caso do Zé Inacabado, que saiu às pressas do Governo para inaugurar um trecho do Robanel dos Tunganos e uma avenida marginal que não serviu para nada.

Como diz o Vasco Moscoso de Aragão, “Serra é um homem velho”.

Ou São Paulo manda os tucanos para casa, ou vai para o buraco.

É o que diz o “Conversa Afiada”: o Lula fez o Brasil crescer de baixo para cima e para os lados.

Os tucanos ainda não perceberam isso.

Vão perceber com a derrota.”

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) O único investimento significativo do Zé Inacabado na área de tecnologia da informação foi agasalhar uma invasão da Globo, que se apropriou de um terreno público por onze anos, e o transformou numa escola técnica para formar profissionais (para a Globo). Ele é um”jenio”!

TRANSCRIÇÃO do artigo do presidente do IPEA, o economista Marcio Pochmann, publicado na pág. 3 da Folha (*):

[Marcio Pochmann : CONSEQUÊNCIAS DOS 16 ANOS DE GOVERNOS TUCANOS EM SÃO PAULO

Marcio Pochmann: a São Paulo do PSDB regride ao velho agrarismo]

Folha de São Paulo, 15 de Junho de 2010:

PARA ONDE VAI SÃO PAULO?”

“A estabilidade monetária alcançada a partir do Plano Real, em 1994, abriu nova perspectiva para que o estado de São Paulo voltasse a protagonizar novo ciclo de expansão econômica e social, já que respondia por quase 37% da população ocupada não pobre do país.

Por Marcio Pochmann

Para isso, contudo, deveria impulsionar, em bases inovadoras, a sua estrutura produtiva, especialmente industrial, com a finalidade de potencializar o avanço das fontes contemporâneas de riqueza, cada vez mais presentes no interior do setor terciário da economia.

Esse processo de modernização constituiria peça fundamental na promoção e difusão do conhecimento, ou seja, a educação, as tecnologias de informação e comunicação e o trabalho imaterial como o esteio central da geração da riqueza e do bem-estar social.

Paralelamente, o esforço governamental voltado à expansão e integração da infraestrutura urbana e social poderia estimular decisivamente a economia de serviços para o crescente atendimento da demanda interna e externa. As decisões governamentais que poderiam operar como faróis a iluminar o futuro foram sendo transformadas em lanternas de freio a clarear o passado.

Pelas informações geradas pelo IBGE para a contabilidade dos estados brasileiros, verifica-se o retrocesso paulista na fase recente da estabilidade monetária alcançada pelo país. O setor industrial paulista regrediu de 43% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 1996 para menos de 35% em 2007.

No mesmo sentido, o setor da construção civil teve sua participação relativa diminuída de 37% para 27% no mesmo período de tempo, assim como no caso do setor produtor e distribuidor de eletricidade e gás, de água e esgoto e de limpeza (de 45% para 27%); do comércio (de 41% para 33%); da administração pública (de 21% para 19%); e de serviços (de 35% para 34%).

Apesar dessas quedas relativas na participação econômica do Estado de São Paulo na produção nacional, percebe-se que houve crescimento do peso paulista em outros setores, não necessariamente estimulantes em termos da construção exitosa do seu futuro.

O setor da agropecuária ampliou sua participação de 8,6%, em 1996, para 11,7%, em 2007, e o de intermediação financeira teve ampliação de 49,9% para 51,4% no mesmo período de tempo. Mesmo reconhecendo a importância dos setores agropecuários e financeiros, sabe-se que eles não são suficientes para contribuir decisivamente na construção de uma sociedade superior.

O que se verifica, inclusive, são sinais de decadência, com a queda da importância relativa de São Paulo na economia nacional, de quase 36% em 1996 para 33% em 2007, e a queda da importância paulista no conjunto da população brasileira não pobre, de 37% para menos de 32%. Ademais, observa-se que as escolhas governamentais mais recentes apostam mais no passado do que no futuro.

Em geral, a trajetória do desenvolvimento capitalista tem sido a evolução da sociedade agrária para a sociedade urbano-industrial, e desta para a pós-industrial. No caso paulista, entretanto, constata-se a sinalização de interrupção na passagem da sociedade industrial para o pós-industrial, com importante retorno ao velho agrarismo.

O setor agropecuário gera riqueza empregando cada vez menos mão de obra, enquanto a intermediação financeira opera com crescente tecnologia de informação poupadora de força de trabalho, o que compromete o futuro de inclusão e coesão social paulista.

[*] Marcio Pochmann, economista, é presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp."

FONTE: publicado no portal “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim. O artigo foi extraído por este blog do portal “Vermelho” [título entre colchetes colocado no artigo por este blog].

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