segunda-feira, 31 de maio de 2010

LULA FALA SOBRE 3º FÓRUM MUNDIAL E SELEÇÃO BRASILEIRA


Programa de rádio “Café com o Presidente”, com o Presidente da República

Luciano Seixas: Olá, você em todo o Brasil. Eu sou Luciano Seixas e começa agora o “Café com o Presidente”, o programa de rádio do presidente Lula. Olá, Presidente, como vai? Tudo bem?

Presidente:
Tudo bem, Luciano.

Luciano Seixas: Presidente, o Brasil recebeu líderes de diversos países para o 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, que terminou nessa sexta-feira, no Rio de Janeiro. O que marcou esse encontro, Presidente?

Presidente:
Olha, é importante, primeiro, Luciano, saber que a Aliança de Civilizações foi uma proposta apresentada pelo presidente da Espanha, o nosso companheiro José Luiz Zapatero, durante a Assembleia Geral da ONU, após os atentados ao metrô em Madri, no ano de 2004. Já houve a primeira na Espanha, houve a segunda na Turquia, e a terceira se realizou no Brasil. A Aliança de Civilizações, na verdade, é uma resposta para aqueles países que pretenderam, um dia, dividir o mundo a partir de um suposto choque de civilizações. Luciano, é preciso que a gente tenha em mente a necessidade de construir uma cultura de paz entre as nações, estreitar as relações, apostando na continuidade do diálogo entre os diversos povos. O Brasil hoje tem competência, pela nossa própria história, história de tolerância, história de igualdade de oportunidades, e nós sabemos que todos precisam ter essas oportunidades, e são peças fundamentais para um ambiente de paz. O Brasil aposta no entendimento, e somente o diálogo é que vai fazer com que a gente cale o barulho das armas. Eu digo, todo santo dia, Luciano, que existem milhões de razões para que a gente construa a paz e não existe uma única razão que justifique a guerra. É por isso que o Brasil aposta na paz, é por isso que o Brasil aposta no diálogo, é por isso que o Brasil acredita na relação fraterna entre os Estados e entre os povos. O 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, foi muito importante ser realizado no Brasil. Tinha gente de mais de cem países do mundo inteiro, tinha 14 chefes de Estado que vieram. Então, o pessoal estava numa alegria extraordinária, participando ativamente, e eu acho que foi mais um acerto do Brasil, quando tomou a decisão de sediar o 3º Fórum [Mundial] da Aliança de Civilizações.

Luciano Seixas: Você está ouvindo o “Café com o Presidente”, o programa de rádio do presidente Lula. Presidente, na semana passada o senhor recebeu aqui no Palácio da Alvorada, em Brasília, a Seleção brasileira, antes do embarque para a Copa da África do Sul. Qual a sua mensagem para a nossa Seleção?

Presidente:
Você sabe que quando vai chegando perto da Copa do Mundo, 190 milhões de brasileiros começam a pensar em futebol. E nós, brasileiros, temos a mania... somos 190 milhões de técnicos, todo mundo sabe escalar a Seleção, todo mundo julga os jogadores, todo mundo julga o técnico, sempre foi assim. A minha tese é que a primeira coisa que nós temos que fazer é todo mundo estar unido, torcendo para a Seleção brasileira ser campeã do mundo mais uma vez. Se, por acaso, não tivermos sorte de chegar à final, que a gente faça o melhor, que jogue o melhor futebol, que corramos, que dê tudo aquilo que jogador fala – “vou dar o meu melhor” –; que eles deem o melhor deles para que o povo brasileiro sinta cada vez mais orgulho da nossa Seleção. Eu tenho notado uns comentários, muita gente fica julgando a Seleção. É importante lembrar que não foram poucas as vezes em que o Brasil tinha uma Seleção considerada perfeita e não ganhou. A gente poderia pegar dois momentos importantes da Seleção brasileira que foi para a Copa do Mundo de [19]82 e [19]86, com o Telê Santana, e nós fomos desclassificados, não chegamos nem na final. Mas depois, em [19]94, nós ganhamos a Copa do Mundo, jogando não um futebol muito vistoso, não um futebol como nós estávamos acostumados a ver jogar. O dado concreto é que nós trouxemos a Copa do Mundo. Para o povo brasileiro o que interessa é isso. Não adianta nada a gente ganhar de 6 ou 7X0, como ganhamos da Espanha em 1950, e na final perder de 2X1 para o Uruguai.

Então, eu quero que a gente ganhe a Copa do Mundo. Eu acho que o Dunga convocou o que nós temos de melhor jogando nesse momento. A gente pode, se comparar com Pelé, se comparar com Garrincha, se comparar com não sei quem, você pode dizer: está faltando alguém. Mas, veja, nós estamos convocando o time que está jogando bola atualmente. Eu acho que ele convocou um time, um time em que ele tem confiança, um time, eu diria, coeso. Não é um time das grandes individualidades, mas é um time de trabalho conjunto. O pessoal está motivado, o Dunga tem o controle do time. Eu, sinceramente, acho que o Brasil pode fazer um papel extraordinário. Eu estou indo à África no dia 11. Eu tenho uma visita de chefe de Estado no dia 09 e pretendo ficar lá para ver a final. Deus queira que seja, a final, [entre o] Brasil e outro time qualquer. Mas eu terei que ficar para a final, independentemente de ser o Brasil, porque o Brasil será o próximo país a realizar a Copa do Mundo. De qualquer forma, eu estou esperançoso. Vou assistir todos os jogos. Dedicarei meu tempinho na hora do jogo para poder assistir e torcer pelo Brasil, e esperar que a gente possa ganhar mais uma vez. Eu só posso desejar aos jogadores toda a sorte do mundo, que aqui tem muita gente torcendo por eles, muita gente.

Luciano Seixas: Muito obrigado, presidente Lula, e até a próxima semana.

Presidente:
Obrigado a você, Luciano, e até a próxima semana."

FONTE: publicado hoje (31/05) no "Blog do Planalto".

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