sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

EM PORTO ALEGRE, A 1ª FÁBRICA DE CHIPS DA AMÉRICA LATINA

"Fábrica do Ceitec gera empregos diretos e indiretos

A primeira fábrica de chips da América Latina, que será inaugurada hoje (5), em Porto Alegre (RS), já começa a movimentar o mercado de microeletrônica. Segundo o presidente do Centro de Excelência em Tecnologia Avançada (Ceitec/MCT), Eduardo Weichselbaumer, a mão-de-obra da fábrica é qualificada e vai gerar empregos indiretos de importância na cadeia produtiva de chips.

A unidade é um investimento de mais de R$ 400 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para o desenvolvimento da indústria de semicondutores no Brasil.

Por causa da produção do Ceitec, uma outra fábrica terá que ser instalada para atender à demanda. Uma unidade será construída em São Leopoldo, cidade próxima à capital gaúcha, para ecapsular os chips. “A fábrica do Ceitec será uma fornecedora de produtos de ponta e geradora de empregos diretos e indiretos. Estamos ajudando no avanço do País”, disse Weichselbaumer.

A fábrica tem uma sala limpa classe 100, considerada 10 mil vezes mais limpa que uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A exigência é para garantir que os chips sejam gravados nos wafers de silício. Para garantir esse nível de limpeza, a Ceitec utiliza água e ar ultrapuros produzidos na empresa.

A Ceitec é a primeira empresa especializada no desenvolvimento e produção de chips da América Latina. É uma estatal, com fins lucrativos, vinculada ao MCT. Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nos países desenvolvidos, o setor eletrônico responde por 12% do Produto Interno Bruto (PIB). No Brasil, a indústria eletrônica é responsável por apenas 1,7% do PIB.

A fábrica do Ceitec será inaugurada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo ministro a Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e pelo presidente do Ceitec, às 15h de hoje (05/02).

FONTE: publicado hoje no blog de Luis Nassif.

2 comentários:

iurikorolev disse...

Prezada Tereza
Essa notícia nos traz muita esperança de que o Brasil pode abandonar a triste herança portuguesa de só trabalhar com produtos primários, fáceis, de baixo risco, mas que no longo prazo conduz ao subdesenvolvimento.

O problema é saber como uma empresa estatal vai competir com as poderosas empresas privadas.
A experiência com estatais no Brasil (e no mundo inteiro) sempre foi permeada pela ineficiência, politicagem e corrupção .

Unknown disse...

Prezado Iurikorolev,
Também tenho a mesma esperança.
Para o Brasil crescer, é indispensável que haja empresas estatais nos setores estratégicos onde o capital privado nacional não funcione a contento ou não queira investir por razões de custo x benefício. Na maioria desses setores, os investimentos necessários são enormes e o tempo de retorno do capital é muito longo, não atraindo o limitado empresário privado nacional. No Brasil, criou-se uma legislação tão restritiva para nossas estatais que é difícil a sobrevivência econômica delas. Elas também são alvo de fortíssima campanha contrária. Simplesmente por oposição ao governo, ou por pressão das estrangeiras que não querem perder seus mercados.
Grandes estatais estrangeiras são sucesso no mundo e atuam no Brasil: as francesas Thales, Air France, EDF (que comprou a Light), a israelense IAI, as italianas do grupo Finmeccanica e centenas de outras.
Maria Tereza