domingo, 31 de janeiro de 2010

POR QUE TANTA CAMPANHA DA MÍDIA E OPOSIÇÃO PARA "REDUZIR O ESTADO"?

Em 13/01/2008, este blog, nos primeiros dias da sua criação, escreveu e postou o seguinte texto sobre a nefasta ação do governo de FHC/PSDB/PFL-DEM que quase tornou o Brasil irreversivelmente condenado a ser periferia servil das grandes potências:

O "MODERNO ESTADO-MÍNIMO" BRASILEIRO

"Nos últimos dias (após o fim da CPMF) voltou à tona na grande mídia o discurso de "Estado Mínimo" para reduzir "a gastança governamental".

Na década de 90, em consonância com as propagandas e diretrizes externas aqui nacionalizadas, era voz comum na nossa mídia audiotelevisiva e impressa que o Estado-Nação, no Brasil, deveria renunciar às políticas de desenvolvimento industrial e tecnológico e passar a ser demolido, para tornar-se um "Estado-mínimo". O Brasil, assim, ficaria congelado como simples país agrícola e exportador de produtos de baixo valor agregado.

Como era muito doutrinado por FHC e 'grande' mídia, esse "novo e avançado Estado-enxuto", "redimensionado", "reestruturado", deveria ser, em termos práticos (porém não confessados pelos seus propugnadores), simples executor dos interesses dos países centrais. O Estado deveria ser dedicado, basicamente, a tentar manter a estabilidade, a justiça social e a segurança interna.

Quanto à segurança interna, já era óbvio que, com a redução do Estado, ela ficaria cada vez mais ameaçada. O seu agravamento seria conseqüência inexorável daquela "nova ordem mundial" [sic] e de seus inevitáveis e previsíveis efeitos colaterais, como: aumento do distanciamento entre os países ricos e os demais (como o Brasil); aumento, dentro de cada país, da distância entre os cidadãos ricos e pobres (concentração de renda); aumento da pobreza, do desemprego, da violência e da criminalidade. Tudo isso realmente aconteceu aqui.

Em resumo, expurgando-se as eufemias daqueles conceitos intensamente propagados no Brasil, a equação lógica daquelas campanhas era matemática, cristalina:

[Estado mínimo (com Forças Armadas também mínimas)] = [Estado mais facilmente subjugado]. Subjugado pela elite dominante.

No caso brasileiro, essa elite dominadora era (é) o resultado, principalmente, de uma soma: [empresas multinacionais ou estatais estrangeiras + grandes bancos e investidores internacionais + governantes dos EUA e dos países do G-7 + FMI/BID/BIRD/OCDE + poucos brasileiros e partidos mais à direita que lucravam com aquilo].

Essa é a essência da empulhação do tal "Estado Ínfimo", que aqui foi doutrinada muito bem na década de 90, disfarçada com magníficos discursos econômicos e sociológicos, e que agora está ressurgindo na mídia com força."

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Por que relembro essa postagem, que continua atual? Porque hoje (31/01) li no portal "Vi o mundo", ao fim de um artigo de uma das principais revistas inglesas da direita, "The Economist", que frequentemente elogia Roberto Campos, Collor, FHC, a seguinte nota escrita pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, com alto poder de síntese:

Nota do Viomundo:

"Os estrangeiros só pensam em "desmilinguir" o estado alheio, para facilitar a competição para as empresas dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França, todas elas direta ou indiretamente beneficiadas por estados fortes locais. Ser "liberal" com o estado alheio é fácil."

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