segunda-feira, 30 de novembro de 2009

COMO PREVISTO, A DIREITA VENCE EM HONDURAS

AS ELEIÇÕES CONTROLADAS PELOS GOLPISTAS DA DIREITA, COM APOIO DOS EUA, TIVERAM O FIM POR ELES ESPERADO

Conservador Porfirio Lobo vence, aponta boca de urna


"O 'conservador' [direitista] Porfirio Lobo é o novo presidente de Honduras, aponta pesquisa boca de urna da eleição presidencial de ontem, marcada por exortações ao boicote e não reconhecida por vários países, entre os quais o Brasil.

O candidato do Partido Nacional (PN, direita), foi eleito com 51,4% dos votos válidos, contra 34% para Elvin Santos, do Partido Liberal (PL, centro-direita), segundo levantamento divulgado pela emissora de TV Televicentro, a mais importante de Honduras. A pesquisa não incluiu o índice de abstenção, porcentagem importante já que, ao longo da campanha, Manuel Zelaya e seus seguidores pregaram o boicote eleitoral, depois que o presidente deposto há pouco mais de cinco meses não conseguiu voltar ao Executivo.

Esta é a segunda vez que Lobo, 61, disputa uma eleição presidencial: em 2005, o nacionalista perdeu para Zelaya, por pouco mais de 70 mil votos. Produtor rural e formado em administração pela Universidade de Miami (EUA), Lobo foi beneficiado pela crise política hondurenha, do qual procurou se distanciar ao máximo. Tanto Zelaya quanto o presidente interino, Roberto Micheletti, ex-aliados, pertencem ao PL, partido que se reveza no poder em Honduras há três décadas com o PN. A posse está marcada para o dia 27 de janeiro. O mandato é de quatro anos, sem reeleição.

Ao longo da campanha, o candidato nacionalista se afastou de temas polêmicos -em 2005, chegou a defender a pena de morte para combater a violência, apontado com um dos principais problemas do país, ao lado do desemprego. Entre as principais propostas de Lobo estão a criação de uma versão local do Bolsa Família e a distribuição de 250 mil computadores portáteis por ano a alunos da rede pública.

A prioridade de Lobo, no entanto, será buscar reconhecimento internacional. Vários países, entre os quais Brasil, Argentina, Espanha e Venezuela, não reconhecem o resultado, sob o argumento de que o processo eleitoral ocorreu fora do marco democrático, após a deposição de Zelaya.

Por outro lado, Lobo deve contar com o apoio dos EUA, principal parceiro comercial de Honduras e com uma ampla influência na política do país. Dentro do país, o candidato nacionalista também promete promover um "diálogo nacional" para contornar a crítica política que, nos últimos cinco meses, aumentou a polarização política em Honduras entre os defensores da convocação de uma Assembleia Constituinte, reunidos em torno de Zelaya, e os que acusam a iniciativa de tentar promover um regime inspirado na Venezuela de Hugo Chávez."

FONTE: reportagem de Fabiano Maisonnave, do grupo direitista "Folha", enviado especial a Tegucigalpa, publicada hoje na Folha de São Paulo [título, subtítulo e palavra entre colchetes colocados por este blog].

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